Madara Uchiha

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Tic tac, tic tac, tic tac.

 O som do relógio ecoa como um grito pelos corredores desse maldito hospital. Ansiosamente minha perna não para quieta, estou prestes a arrancar todos os fios da minha cabeça. Minha mente só sabe reproduzir a maldita cena em que minha morena está aos pedaços naquela prisão podre.

Quanta dor ela sentiu? Quais horrores ela passou?

Céus eu trocaria tudo para estar no lugar dela.

Passos ressoam pelo piso branco do hospital, sei que é Hashirama. Ele vem apressado e se senta ao meu lado. Não levanto a cabeça, pois nesse momento tenho meus cotovelos apoiados no joelho e minha cabeça abaixada entre minhas mãos.

Hashirama: Madara... – sussurrando com preocupação.

Não respondo, mas o movimento frenético de ansiedade da minha perna aumenta.

E se ela morrer? E se eu a perder? Eu não consegui protege-la.

Meus olhos inchados mostram o tanto que eu já chorei, o tanto que me arrependo de não ter ido até ela a tempo, por não ter a impedido de ir para a missão... E se eu nunca mais tiver a minha Akemi de volta? Não, não, não, não, isso não pode acontecer.

Ouço portas abrirem e levanto a cabeça na mesma hora, Mito aparece com as roupas hospitalares, luvas, máscara, touca e afins. Ela retira a máscara e dá um pequeno sorriso pra mim após trocar olhares com Hashirama. Me levanto e fico em sua frente.

Mito: Ela está bem. - Meus ombros baixaram gradativamente pelo alivio que aquelas palavras causaram - As cirurgias foram feitas com sucesso, ela ficará em observação por um dia inteiro e depois poderá ir para o quarto. Pode voltar a respirar, Madara, ela vai ficar bem. - Um sorriso pequeno mostrando gentileza.

Sinto a mão de Hashirama em meu ombro e um aperto de leve, ao olha-lo ele sorri pra mim, me puxa e me dá um abraço ao qual não decido fugir, pois eu realmente precisava de um.

Hashirama: Vá pra casa, tome um banho e descansa. Ela não vai acordar hoje.

Mito: Verdade. É provável que ela acorde só amanhã de tarde.

Madara: Tá, tá... Obrigado, Mito. - Mesmo não atuando como médica dentro de um hospital, Mito se disponibilizou para fazer as cirurgias de Akemi, pois é uma excelente ninja médica e disse que não se perdoaria se não pudesse ajudar Akemi em um momento desses.

Troquei mais algumas palavras com eles e saí, rumando a minha casa. Ao entrar, vazia, solitária e sem o perfume delicioso dos cremes de Akemi... No banheiro, arranco minhas roupas e ligo o chuveiro, a água morna cai sobre meu rosto, pescoço e ombros. Os cabelos molhando, a água escorrendo pelo corpo.

Demorei mais que o normal nesse banho, talvez achando que somente essa água morna tire do meu corpo todo o medo, angustia e ansiedade. Os mesmos sentimentos de quando Izuna morreu. A mesma sensação e dor... Sei que Akemi está bem, mas não posso suportar perde-la também. Eu nem sequer superei a morte de Izuna.

Izuna... Quanta falta sinto dele. A única pessoa capaz de amenizar a dor que sinto pela sua morte, está agora numa cama de hospital após ter sido torturada por horas a fio... Céus... Temo o momento em que posso enlouquecer. Que a escuridão, o ódio e a nebulosidade irão tomar conta de mim. Sei que se esse dia chegar, nada, nem ninguém, me trará de volta e me fará parar.

Por isso me apoio na única luz que tenho, por isso Akemi se tornou minha obsessão, por isso ela é a minha única esperança. Sem ela, eu já teria encontrado os confins do inferno muito antes.

Ela tem que ficar bem.

...

Acordei, mas não quero acordar. Não quero levantar, não quero encarar a realidade.

Tsukuyomi InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora