Akemi Uchiha

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Acordei sentindo o calor e o cheiro do corpo de Madara, não deveríamos estar aqui. Mas... Eu precisava tanto disso. Fazem dias que não durmo, desde que Tobirama quase me matou eu não consigo pregar os olhos, e quando acontece, tenho pesadelos. Tenho estado bem mais instável emocionalmente nos últimos dias, por isso evito todas as pessoas que tentam manter contato. Eu não sabia que o ocorrido de alguns vários anos atrás ainda me afetavam tanto.

Eu... Tem algo que desejo. Há um motivo para que eu tente mudar tanto. Mas, enquanto correr o risco de encontrar Tobirama, isso vai dificultar muito pra mim. No tempo que fiquei com o Ancião no templo Uchiha, ele me mostrou que é possível ter paz. Mesmo com um passado como o meu, com uma vida como a minha. Mas para isso, tenho que mudar de dentro pra fora. Para buscar redenção, através dela, alcanço a paz interior que tanto almejo. Eu tenho tentado, tenho socializado mais, sendo mais amena e gentil... O Ancião disse que isso ajuda, e estou fazendo. Mas o que aconteceu naquele dia com Tobirama... Depois disso tenho vontade de me isolar do mundo. Tenho ido com frequência nas missões, isso move meus pensamentos para o momento atual e me impede de pensar no passado. Abracei o corpo de Madara e o senti respirar fundo.

Madara: Tudo bem? - Sua voz sussurrando. Não sabia que ele estava acordado.

Akemi: Sim. Acordou agora? – falando baixinho

Madara: Sim. Durma mais, vou escalar outra pessoa pra a missão.

Akemi: Não, Madara. Eu quero ir.

Madara: Akemi, você não está bem. Eu quero cuidar de você.

Akemi: Mas me deixar parada não vai me ajudar.

Eu não sei bem o que sinto em relação a Madara, faz pouco mais de um mês que estou aqui. Ele sempre foi gentil e educado, ultimamente tem sido bastante atencioso e cuidadoso comigo. Eu... Gosto da atenção que ele me dá. Mas não quero afeta-lo com meus problemas, assim como Mito e Hashirama.

Madara: Akemi... Eu vou cuidar de você. Ninguém mais vai te machucar. Se aquele canalha encostar em você outra vez eu o mato. - Pude ouvir raiva em seu tom.

Akemi: Madara... - apertei mais seu corpo contra o meu, eu preciso dele. Não sei quando surgiu essa necessidade dele... - Preciso que me ouça.

Madara: Diga, Akemi. Estou aqui por você. - Suas palavras me surpreenderam, ninguém esteve lá por mim.

Akemi: Me ajuda... - minhas lágrimas vieram com tudo, a sensação de nó na garganta, os soluços do choro abafados pelo peito do Uchiha. - É um inferno viver dentro da minha cabeça... - minha voz quase não saiu.

Madara: Você precisa colocar pra fora, conversa comigo sobre o que tanto te machuca.

Akemi: Meu passado... É ele que me machuca. - Uma série de outros soluços surgiram.

Não consigo falar com detalhes o que aconteceu, mas... Somente dizer de maneira superficial é um começo. Mesmo que eu tenha aprendido que chorar é uma fraqueza, que isso nos torna vulneráveis, não consigo evitar. Chorei poucas vezes na vida, mas todas as vezes foram por algo extremamente doloroso.

Madara: Continue, sou todo ouvidos...

Akemi: Eu... Queria poder esquecer, arrancar tudo de mim ou simplesmente acabar com tudo..., mas não dá. Viver assim, sendo torturada e presa pela minha própria mente... Eu não sei o que fazer.

Madara: Akemi - sua voz sussurrando - Eu sei que é difícil, mas quero que confie em mim, para me contar tudo que tanto te machuca. Você não está sendo fraca, aliás, chorar é sinal de força também. Vamos construir essa confiança juntos, tá? E aí, um dia, libertaremos você juntos. Eu estou aqui e sempre estarei... Te protegerei a todo custo e ninguém mais vai te machucar. Eu prometo, Akemi. - Madara... Eu realmente gostaria disso, de confiar em alguém para poder contar até mesmo meus pensamentos mais insanos que assustam até a mim mesma.

Tsukuyomi InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora