Akemi Uchiha

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Francamente eu não faço ideia do porquê estou aqui. Também não fazia ideia de que esse lugar existia em Konoha.

Eu odeio Tobirama, de verdade, mas saber que ele está sofrendo pelas mãos de quem ele tanto ama... Faz meu estômago revirar. Talvez seja um gatilho, como sofri por causa dos atos de Satoshi e pelas duas torturas que fui submetida, sei como dói, agora sinto que Tobirama está na mesma situação que eu. E se for esse o caso, ele vai levar essa dor para o resto da vida dele.

Francamente, Hashirama tem se mostrado bem pior do que eu pensava. Se um dia confiei nele, agora vejo que não posso mais. Se um dia disse palavras doces a ele, hoje só tenho palavras amargas e cobertas de veneno para direcionar-lhe.

Ando pelo corredor escuro dessa construção subterrânea, aqui é frio e úmido, as paredes são acinzentadas e velhas. Quando usei meu chakra para encontrar os dois, somente senti o de Hashirama e logo me teletransportei até aqui deixando um Madara furioso pra trás. Eu sei que ele apenas quer me proteger e me impedir de me machucar mais uma vez, mas as vezes sou impulsiva e acredito que seja esse o motivo pelo qual estou aqui. Eu não deveria me importar, porra, é o Tobirama. Deveria deixa-lo morrer nas mãos de Hashirama.

Mas tanto faz, me resolvo com ele depois. Não estou fazendo isso por Tobirama, estou fazendo por mim. Porque ninguém me salvou na minha vez, ninguém impediu que Satoshi me machucasse daquele jeito, me traísse daquele jeito. Tenho certeza que Tobirama sente o mesmo agora.

Vendo o próprio irmão machuca-lo, o mesmo defendendo a pessoa que o albino tanto odeia, o sentimento de ódio só vai ser maior. Se sentirá incompreendido, vulnerável e desprotegido. Tudo porque o irmão preferiu defender uma Uchiha do que acreditar nele.

Por fim, acredito estar aqui com fúria nos olhos porque Hashirama enganou até a mim com aquela casca doce e sorriso bobo dele. Mostrando as garrinhas agora, ele tem exibido um lado bastante cruel.

Ouço ao longe sons de estalos, um após o outro, um após o outro... Não há gemidos de dor e nem nada. Óbvio, Tobirama jamais demonstraria fraqueza, dor ou vulnerabilidade.

Sigo o som, o corredor é mal iluminado e tem cheiro de mofo, algumas plantinhas que se aproveitam da umidade daqui crescem por todas as paredes desse corredor. É um lugar esquecido, ou ao menos era, até Hashirama trazer o próprio irmão para tortura-lo.

Ao longe há uma sala com luz, não possui portas para impedir o acesso daquela sala, o som dos estalos vem de lá. Caminho lentamente até estar na entrada da sala.

Hashirama de costas pra mim, com um chicote enorme em mãos. Na frente dele, Tobirama, ajoelhado no chão, sem camisa e com correntes que sugam o chakra em suas mãos. Seus braços estão abertos, a corrente do pulso direito está presa em uma barra de ferro vertical presa ao chão, o mesmo acontece em sua mão esquerda.

O que dói, é ver as costas do Senju em carne viva, sangrando ao ponto de nem conseguirmos mais ver o branco alvo de sua pele, há vergões enormes pelos braços de Tobirama e cortes extremamente fundos em suas costas. Meu peito acelera com isso, e eu odeio o que estou vendo. Em minha mente vem as sessões de tortura ao qual passei, uma delas causada pelo Senju á minha frente.

Como se estivesse no lugar de Tobirama, sinto doer em mim a próxima chibatada que foi desferida em suas costas, ele grunhiu pela dor, seus pulsos fecham fortemente, mas só. Ele não demonstra mais nada, respira fundo e abre as mãos que foram fechadas com a dor da chibatada.

A raiva em meu peito cresce descontroladamente, como ele ousa machucar alguém que ele tanto ama? Tobirama nem sequer pode se defender, nem sequer pode usar chakra pra se proteger. Nesse momento, ele é uma pessoa normal, sem poder ou dom nenhum como se fosse apenas um civil, e Hashirama usa isso para fazê-lo sentir anda mais dor.

Tsukuyomi InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora