Akemi Uchiha

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Não consigo tirar os olhos de Haruki. Agora, nessa maca hospitalar, com todas essas mangueiras de soro e afins, parece muito pior. Me pego pensando quando ele irá acordar definitivamente? O que posso dizer a ele quando finalmente acontecer? Será que vai me reconhecer?

Passo meus dedos por cima dos dele e os acaricio. Me forço a não pensar em tudo que Hashirama e Tobirama fizerem ou tentaram fazer, quero pensar somente no fato de que ele está aqui, que está bem e que precisará de minha ajuda para ficar ainda melhor.

O que será que ele pensará sobre a união dos Clãs? Sobre Konoha? Será que vai aceitar?

Olhando para seu rosto, há olheiras escuras e profundas em seus olhos, seu rosto é extremamente magro e suas sobrancelhas quase se unem uma só, a pele possui um tom esverdeado, resultado do tempo que ficou dentro daquele tanque. Foram mais de 10 anos.

Me sinto bem, como em muito tempo não me sentia, tenho meu irmão aqui, pude salva-lo. E saber que alguém que amo sobreviveu enche meu peito de alegria. Mesmo com o fato de todas as mentiras e afins, toda a dor e as revoltas que a forma como os Senju agiram, ainda assim eu estou feliz.

Tenho milhares de perguntas para fazer, mas não vou faze-las logo de cara. É provável que Haruki não consiga nem falar depois de todos esses anos. Terá de aprender tudo outra vez, a andar, a reforçar a musculatura, a falar, a se expressar... E eu ajudarei, eu estarei aqui pra isso.

Saindo dos meus devaneios, olho pela janela ao lado da cama, há algo lá fora que me observa desde sempre, desde que cheguei em Konoha. Algo não, alguém..., mas não é como se me importasse, ele me observa, segue cada um dos meus passos, passa dias e horas a fazer isso.

Ele não sabe que eu sei sobre ele, há muito tempo sei disso. Ele quer um deslize, ele quer um vacilo, para só assim poder justificar seu ato contra mim. Pois ele pode sentar e esperar muito. Por longos anos. Nada vai acontecer. Sorrio de canto com a ideia de vê-lo falhando nessa caçada, pois eu não sou a presa, eu sou a caçadora. E ele nem sabe disso.

Volto meus olhos para Haruki quando seus dedos apertam minha mão. Meu peito erra todas as batidas, meu ar falta e sinto minhas pernas adormecerem. Seus olhos estão abertos, e estão vidrados em mim.

Akemi: Haruki... - Sussurrei com o pingo de ar meus pulmões e logo depois meus olhos marejaram. Haruki apertou mais meus dedos.Minha outra mão depositei em seu rosto, senti a pele quente e macia dele e a acariciei. Ele me olhava confuso, nem sequer piscava. - Sou eu, irmão. Sou a Akemi. - Sussurrei sorrindo largamente quando seus olhos brilharam e as lagrimas que estavam presas nos meus caíram.

Sua boca soprou um "Akemi" e sua mão apertou a minha que ainda segurava os seus dedos

Akemi: É, sou eu. - Sorrindo e chorando ao mesmo tempo. - Eu te encontrei, Haruki. Estamos bem, e estamos seguros. - Levantei a mão dele que segurava a minha e a beijei. Seus olhos brilhavam marejados e logo as lagrimas caíram. A felicidade que eu sentia não cabia em mim, queria tanto que papai e mamãe vissem isso.

Com esforço, a mão de Haruki chegou até meu rosto, acariciando minha bochecha e limpando algumas das lagrimas que caíram.

Eu não sabia o que dizer, nem o que fazer. Senti sua mão descer para minha nuca e forçar levemente meu corpo para baixo e assim fiz, sendo envolvida pelos braços do meu irmão. Meu rosto enfiado em seu travesseiro, minha mão agora no seu cabelo e as suas mãos em minhas costas tentando apertar o abraço o mais forte que podia.

Meu peito saltitava feliz, meu corpo estava leve e as lagrimas que caíram, pela primeira vez na vida, não foram de dor. Eram de felicidade pura.

Depois de alguns minutos assim, ouvi batidas na porta e pedindo com licença, uma enfermeira entrou, sorrindo ao ver meu irmão e eu. Ela se aproximou "conversando" com Haruki, sendo a mais atenciosa o possível e eu me afastei devagar para não a atrapalhar, apenas observando Haruki assentir ou negar em gestos para as coisas que ela perguntava.

Tsukuyomi InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora