Akemi/Madara

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A vista daqui é realmente bela e calma, entendo agora porque Hashirama quis esculpir de modo estupidamente grande seu rosto em um monte de pedras. É como se ele estivesse olhando por toda a vila daqui de cima.

O sol está alto no céu e apesar disso não sinto o calor queimar minha pele. Sentada em cima da cabeça de Hashirama, observo a pequena vila que tem capacidade para se tornar imensa, as crianças abaixo de mim riem alto e brincam e isso me faz lembrar do sonho de Madara. Ele disse, que quando tinha seus 10 anos sonhava com um mundo onde as crianças não precisariam lutar ou ir as guerras. Que crianças seriam apenas crianças. Ele conseguiu, seu sonho está bem aqui, diante dos meus olhos. Até que sinto um chakra atrás de mim. Levanto a guarda, sabendo como ele é, pode tranquilamente tentar me jogar daqui de cima.

Seus passos vêm logo depois, mas não ouço o som da armadura que ele vive usando, um pouco atrás de mim ele para, sem se aproximar muito. O cheiro dele invade meu nariz e pelo menos isso é bom, o perfume dele realmente é forte.

Ele não diz nada, apenas fica parado atrás de mim.

Akemi: Se quiser me jogar daqui agora é sua deixa. - Provoquei.

Tobirama: Nah, se quisesse já teria feito bem antes.

Akemi: Sim, claro. Não se aproximaria me permitindo sentir seu chakra, ouvir seus passos e sentir seu cheiro - Não olho pra ele e ele também não se aproxima mais.

Tobirama: O que faz aqui? – Muda de assunto

Akemi: Apenas observando - Dou de ombros - As coisas tem andado meio tensas pra mim. Aqui é calmo e... Relaxante.

Tobirama: Justo na cabeça do meu irmão? - Soltei uma pequena risada. Desconfio dele, ele não deveria estar aqui.

Akemi: É, justo na cabeça dele - Ainda observando a vista - E vocês dois, como estão?

Tobirama: Estamos bem. - Ouço passos e logo vejo que o mesmo está se sentando ao meu lado, percebo que está sem armadura, por isso não ouvi a mesma. É estranha essa aproximação, muito, muito estranha. Não gosto disso - Não me olhe assim, não vou joga-la daqui de cima. - Disse sem me olhar

Akemi: Não sei se acredito - Resmungo.

Tobirama: Hashirama me pediu perdão por todas as vezes que me machucou e disse que não faria mais. Disse que você tinha razão e que esse ciclo deve ser quebrado.

Akemi: Isso é bom. Ao menos tudo que eu disse não foi em vão. - Eu o olho. Ele é um homem bonito, apesar de que ele nunca ouvira isso sair de minha boca, os cabelos brilham com o sol.

Tobirama: É... Fui injusto com você todas as vezes. Quero te pedir perdão também. - Dessa vez eu quase caio sozinha mesmo, sem que ele precise me empurrar daqui de cima. Tamanho foi minha surpresa.

Akemi: Por que? - Foi o que consegui responder.

Tobirama: Não me olhe como se eu fosse um animal exótico - Ralhou me encarando, os vermelhos carmesins me fitando. Desfaço automaticamente minha expressão assustada.

Akemi: Eu só não esperava por isso... - Ele suspirou e desviou o olhar de mim.

Tobirama: Quando vi suas memórias tive certeza de que você é fiel a vila. Depois daquele dia tenho pensado em formas de desfazer todo o mal que lhe causei. E depois do que fez a alguns dias atrás... Me vi na obrigação de me desculpar com você.

Akemi: Você não é obrigado a se desculpar. Entendo seus receios contra os Uchihas, eu não fui a única que sofreu durante as guerras.

Tobirama: Não sou, mas quero. Tem ideia de como é difícil passar por cima do meu orgulho pra isso? Passar por cima de tudo que acreditei um dia para pedir perdão para uma Uchiha? - Ri levemente com isso e ele me encarou seriamente.

Tsukuyomi InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora