Um par... improvável- ABO

Coincidências

A vida do Hórus é cheia de coincidências.

Foi uma coincidência alguns soldados o terem achado em uma cesta abandona em alguma estrada deserta. Também foi uma coincidência que tivesse aquele orfanato alguns quilômetros de onde ele foi achado.

Foi coincidência que Hapi entrasse no orfanato na mesma época que ele. Era uma coincidência que eles tivessem a primeira letra dos seus nomes iguais. Também era uma coincidência que eles não eram os favoritos daquele lugar.

E por mais estranho que pareça, foi uma coincidência que Sokaris tivesse aparecido no mesmo dia que o Hapi estava brigando com um dos valentões do alfa-ômega.

Agora que ele parava para pensar, também foi uma coincidência que ele tivesse conhecido o Seth no dia que foi convocado pelos seus superiores para uma reunião sobre a sua situação. Era uma baita coincidência ele ser o seu noivo dentre tantas pessoas. Ele até poderia considerar o encontro deles no hospital como uma coincidência também!

Mas encontra o irmão mais velho do alfa, na casa do SEU irmão mais velho, e não só ele, como também a família extensa dele, aí já é outra coisa.

-Você é o noivo do meu irmão? -O homem com o cabelo vermelho escuro pergunta chocado. -Espera! Você que é o Hórus Garcia?!

-Sim.

-E ele é seu irmão?! -O ômega ruivo perguntou azulado ao seu lado, que acenou com a cabeça. -Mas seus sobrenomes são diferentes!

-Somos adotados. -Hapi respondeu. -E o seu sobrenome também é diferente do Seth.

-Porque eu herdei o sobrenome de solteiro do meu pai ômega. -O ruivo se defendeu.

-Caralho... -Disse o garoto de cabelo azul-marinho. -Eu tenho um tio?! E um futuro tio?!

-E um primo de treze anos. -Hórus completa, para o susto de todos.

-Oi?!! -O garoto arregala os olhos, depois se vira para o ômega mais velho. -Und die Wahrheit?! Ich habe einen Cousin?! -O garoto pergunta em alemão pro adulto, que esfrega a têmpera com os dedos.

-Ja. -Respondeu o adulto em alemão também. -Ich habe es dir gesagt, als wir hierher kamen. Erinnerst du dich nicht?

-Nein!

-Tô entendo nada. -Hapi comenta pro namorado, que acena com a cabeça. -E vocês?

-Também não. -Responde a mulher de pele azul claro.
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Hórus decidiu não contar pro Hapi que o pai deles está no hospital. A situação não era...adequada no momento.

Na verdade, ele não se sentia a vontade naquele momento, então saiu sem que ninguém o notasse.

Ele decidiu caminhar para o bar do seu irmão, talvez conversar com a Taweret o ajuda a lidar com a situação toda. Ela sempre foi uma ótima ouvinte e é muito boa com conselhos.

O lugar não estavam tão cheio como daquela vez que visitou, mas as mesas estavam todas ocupadas e não tinha muitos lugares sobrando perto do bar, por sorte, tinha um banquinho disponível de frente para a máquina de sorvete. Ao se sentar, notou que o sujeito ao seu lado era um estrangeiro, já que não conseguia ler o cardápio e ficava murmurando algumas palavras em espanhol.

-Precisa de ajuda? -Hórus perguntou em espanhol pro sujeito, que olhou assustado pro moreno, apesar de ser grande e lembram um fantasma de tão pálido que era.

-S-Si. B-Bem, aqui e-eles servem alguns fritos? -A voz do sujeito era bem suave pra alguém grande, mas Hórus deixa isso de lado.

-Servem sim. Aqui tem batata frita, camarão frito, anéis de cebola, peixe e entre outras coisas. -Hórus aponta pro menu, mas depois retira o dedo ao se lembrar que o cara não vai entender a letra. -Eles também servem algumas bebidas por aqui. E alguns lanches se quiser algo para viagem.