Thais 🎀
Fazia cinco dias que a minha mãe já não estava mais comigo. Voltei a trabalhar hoje, pra ocupar a mente e não ficar pensando muito no que aconteceu e na forma que eu encontrei ela. Na forma que eu a vi indo embora.
Ajeitei o uniforme da loja no meu corpo e fui até o caixa. Atendi algumas pessoas que estavam só na espera e fiquei um tempo parada, já que a loja não é tão movimentada na quarta-feira. Encarei o meu celular e a tela acendeu.
"Rodrigo 💗:Tu tá de boa? Suave? Vou levar seu almoço"
"Eu:Tô bem sim e não precisa do almoço, eu vou comer aqui do lado."
"Rodrigo 💗:Quero te ver e vou levar o almoço"
Nem tive tempo de responder, apareceu uma moça com algumas roupas e eu passei. Falei o preço e ela passou o cartão no débito. Rica, eu diria. Era quase meio dia quando vi o Rodrigo parar a moto em frente a loja.
Ele entrou com uma mochilinha na mão e o brutus tipo naqueles canguru de bebê, só o Rodrigo mesmo. As meninas da loja olharam curiosa pra ele que andava na minha direção e dividiram os olhares entre eu e ele.
Coronel:Não sabia muito o que fazer não, tá ligada? Ia comprar na Ana lá, só que eu decidi fazer memo.
Thais:Tudo bem! Oi bebezão. –Passei a mão no focinho dele e o cachorro lambeu a minha mão. –Ninguém te olhou estranho não? –Perguntei rindo.
Coronel:E porque, doidona? –Encostou no balcão dando espaço pra moça passar com as compras dela. Ela pagou e saiu assim que eu agradeci.
Thais:Você colocou um cachorro num canguru de bebê, Rodrigo! –Ele coçou a nuca e eu soltei uma risada fraca. –Isso é pra criança.
Coronel:O brutus é uma criança e faz até mais bagunça que uma. –Falou e eu olhei pro relógio vendo que já era meu horário de almoço. Puxei o Rodrigo pra fora da loja e ele me deu um beijo no canto da boca. –Vou ficar contigo até tu comer, depois eu meto o pé.
Thais:Tá bom.
Nós sentamos na calçada e eu comi, as vezes colocava na boca dele, porque ele encheu a vasilha de comida. Um mini querido sem noção de quantidade. Terminei de comer colocando a vasilha vazia na mochilinha e ele tirou um bombom de lá.
Coronel:Sobremesa, fia. –Ri dele e abri o bombom. –Quando for pra te buscar, tu liga.
Thais:Vou de ônibus. –Ele negou e eu não falei mais nada. Não ia adiantar. Levantamos, passei a mão pela minha calça jeans e me aproximei do brutus, que olhava curioso. –Tchau bebezão. –Fiz carinho na sua cabeça e dei um selinho no Rodrigo. –Te vejo mais tarde, lindo.
Coronel:Tchau, minha gata. –Deixou um beijo na minha testa e eu sorri dando tchau pra ele. Entrei na loja e continuei o meu trabalho.
Sai era sete da noite e mandei mensagem pro Rodrigo. Esperei ele sentada na porta da loja, e fiquei mexendo no celular enquanto isso. Vi uma foto do brutus e sorri, ele é um cachorro calmo na questão de latido, mas bagunça muito. Ele custa latir, até pra desconhecido ele é calado.
Coronel:Vamo novinha. –Abaixou o vidro do carro e eu me levantei. Entrei do lado dele, vi o cachorro lá atrás numa cadeirinha e ri. –Qual foi?
Thais:Até a cadeirinha, Rodrigo?
Coronel:Filha, meu filho tem que ter maior conforto, é só um preparo pra quando nós tiver um menor.
Thais:A gente nem namora. –Ele respondeu um cê que pensa que não e eu gargalhei alto. Esse homem é maluco.
Pedi pra ele me deixar em casa e que ele poderia ir pra dele dessa vez, mas ele não quis e disse que ia dormir comigo de novo. Faz dois dias que eu não durmo mais na cama da minha mãe, só que ainda é muito recente e eu sempre durmo com uma roupa dela.
Rodrigo sempre dorme lá em casa. Agora disse que vai me levar pro trabalho, me buscar e seguir a mesma rotina. Eu não tinha palavras pra agradecer, porque ele estava sendo a minha base, o meu alicerce e o meu refúgio. Eu amo ele por isso, mas ele nem precisa saber.
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Fotinha deles com o brutus, só pra deixar a vida mais feliz! 🫶🏽🥰