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Thais 🎀

Vi ele todo acanhado picando a cebola e coloquei o frango na pressão. Abaixei o fogo um pouquinho, limpei a bancada e lavei as minhas mãos. Rodrigo ainda estava todo calado e eu me aproximei. Não sei se ele se cobra, ou algo assim, mas era o que parecia agora.

Thais:Ei? –Ele subiu o olhar pra mim. –Você não errou, nós não te demos uma quantidade exata, você só trouxe o que bateu no seu coração pra trazer. Por mais que vá sobrar, amanhã a gente faz alguma coisa com o restante e chamamos o pessoal.

Rodrigo parecia ter tirado um peso das costas, ele me olhou e fez joinha com a mão. Fomos terminar de preparar as coisas era sete horas da noite e ele disse que ia em casa tomar banho. Aproveitei e me arrumei também. É em casa, mas é natal.

Lavei meu cabelo, finalizei e coloquei um short jeans e um cropped azul. Não me arrumei tipo festa, mas também não quis ficar cem por cento feia. Passei só uma base, um corretivo e um gloss. Sai do meu quarto ajeitando o relógio no meu pulso, encarei o Rodrigo todo bonitinho e gostoso. Aí Jesus.

Coronel:Não tinha presente pra tu, então peguei esse cachorro na loja de animal que tem ali na esquina, ele é daora. –Me mostrou o cachorro que estava em suas mãos.

De início eu me assustei, mas peguei o cachorrinho na minha mão e fiz carinho nele. Era todo bonitinho e ainda estava cheiroso, com cheiro de banho mesmo.

Thais:Quando você pegou ele? –Perguntei dando um beijo no meu filhinho. –Iti mamãe...

Coronel:Hoje. Procurei presente de última hora, não achei e vi a loja de cachorro aberta. Nem sabia se tu gostava, mas se não gostasse, ficava pra mim. –Torci o nariz e ele riu. Minha mãe saiu da cozinha e paralisou quando viu o cachorro.

Danda:Meu Deus, de quem é essa fofura? Que neném mais lindo. –Falou pegando ele de mim e eu sorri.

Coronel:Dei pra Thais, escolhe o nome aí. –Falou enfiando as mãos nos bolsos da bermuda jeans e minha mãe olhou bem pro cachorro.

Danda:Você vai se chamar brutus, nosso brutus. –Deu um aperto de leve no brutus e o colocou no chão. –Tem que comprar as coisas né?

Coronel:Já comprei, tá no carro. –Falou e a gente riu. –Vamo lá buscar? –Me chamou e eu fui.

Saímos lá de fora, ele abriu o carro e eu vi várias coisas no porta-malas. Peguei o que consegui vendo ele pegar muito mais coisa que eu e entramos em casa de novo. Colocamos a coisa do brutus no chão e o cachorro já deitou na caminha. Preguiçoso que nem eu.

Danda:Vamos pra cozinha, ficar por lá até a hora de comer. –Chamou e nós fomos pra lá. Rodrigo abriu uma das cervejas que ele trouxe e eu resolvi acompanhar ele. –Vocês namoram?

Thais:Mãe!

Danda:O que foi? Você chamou ele do nada pra passar o natal com a gente e óbvio que não estou reclamando, tá? Só que eu só conhecia ele por ser dono daqui e não sabia que vocês se conheciam.

Coronel:Relaxa. Nós é só amigo, porque ela quer só isso. –Jogou os ombros e bebeu um gole da cerveja. Olhei pra ele estreitando os olhos e ele ignorou.

Danda:Desperdiçando ele? Que isso, Thais?

Thais:Fala sério, mãe. –Revirei os olhos vendo os dois rirem de mim.

Conversamos sobre vários outros assuntos e quando deu meia noite, troquei presentes com a minha mãe e pra minha surpresa ela e o Rodrigo trocaram também. Ela ganhou de mim um relógio que eu comprei ontem e uma bolsa de marca do Rodrigo.

Thais:Você teve tempo pra comprar? –Perguntei arqueando a sobrancelha e ele riu.

Coronel:Mandei uns moleque comprar faz uns quatro dia, tem um pra tu também, fica na boa. O cachorro foi só porque achei ele maneiro demais. –Sorri e ele me deu uma sacola.

Danda:Obrigada, viu? Nem precisava ser de marca menino, super caro. –Rodrigo nem ligou e ambos se abraçaram.

Da minha mãe ele havia ganhado uma corrente de prata, que ele colocou na mesma hora que abriu o presente e viu a corrente balançar. Minha mãe havia me dado o meu jaleco, todo bordado com o meu nome e eu chorei antes mesmo de abrir o presente do Rodrigo.

Thais:Ah mãe, eu te amo tanto. –Abracei ela chorando.

Danda:Você é o meu orgulho! Minha Doutora! –Falou e eu me senti mega importante. Sequei meu rosto e peguei a sacola do Rodrigo.

Coronel:Não sabia o que te dar, só sabia que tu tava fazendo medicina, esses negócio de doutora, tá ligada? –Falou me olhando e antes de terminar abrir eu peguei uma sacola escondida, já estava esquecendo. –Que isso?

Thais:Abre! –Ele abriu o dele e eu abri o meu.

Tirei um estetoscópio e junto dele um oxímetro. Era meu sonho ter o meu próprio, já que o que eu tinha na mochila era emprestado da faculdade. Pulei no colo dele e o mesmo agarrou a minha cintura.

Thais:Muito obrigada! De verdade! Não precisava se preocupar com isso, mas é um presente incrível! –Ele sorriu e eu desci do colo dele mostrando pra minha mãe.

Ele terminou de abrir a caixa dele e sorriu. Eu não tinha dinheiro suficiente pra dois presentes, mas fiz o que deu e pra ele eu comprei um mizzuno.

Thais:Não é do mais... –Ele me interrompeu.

Coronel:Não ligo, vou usar pra carai e ainda é maior chave. Azulzin. –Falou e me abraçou, deixando um beijo no topo da minha cabeça e um selinho nos meus lábios.

Quando passou a euforia dos presentes, nós sentamos, oramos e comemos conversando sobre tudo. Já estava mega ansiosa pra estreiar meu jaleco e os meus aparelhos. Posso finalmente devolver as coisas da faculdade e não me preocupar mais em quebrar e ter que pagar. Rodrigo já faz uma diferença enorme na minha vida e nos conhecemos só há um mês.

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