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Thais 🎀

Cheguei na faculdade mega atrasada, porque fui quase atropelada, mas por falta de atenção minha e ainda fiz a moto dele estragar, pra completar era o Coronel, dono da Penha. Assim que cheguei, me sentei do lado da Valéria e contei tudo pra ela. Mas a professora nem demorou pra entrar na sala e anunciar uma prova.

Última prova do ano. Professora ia corrigir na mesma hora que você entregasse, aí era só esperar. Quem passasse poderia ir embora e voltar em fevereiro do ano que vem, onde já começa as aulas práticas. Comecei a minha prova e senti certa dificuldade.

Vi a Valéria entregar a prova em menos de cinco horas, mas nem reparei no resto, porque só tinha mais meia hora pra acabar a minha prova. Além de que eu era uma das únicas ali, só tinha eu e mais duas pessoas.

Acelerei um pouco, fazendo tudo com atenção, mas um pouco mais rápido. Assim que terminei, só restava a professora e eu ali, faltando apenas cinco minutos pra acabar. Entreguei a minha prova, me escorei na parede com a mochila nas costas e esperei o resultado.

–Bom, parabéns, Thais! Te vejo ano que vem, nas aulas práticas de anatomia e no restante. Já pode mandar fazer seu jaleco, a partir do ano que vem, você já tem que ter! –Sorriu pra mim.

Thais:Obrigada, professora! –Sai toda feliz da sala e encontrei a Valéria sentada do lado de fora, me esperando enquanto chorava. –Que foi?

Valéria:Tô chorando porque passei pro próximo ano e estamos mais perto do estágio, aonde vamos ganhar dinheiro e se juntar com o do nosso serviço, vai dar uma grana maneira! Tá tudo melhorando, cara. –Se levantou e eu abracei ela com força.

Eu e ela vivemos a mesma realidade. Os nossos pais nos abandonaram, deixando a gente só com as nossas devidas mães, bagulho foda. A mãe dela trabalha na casa do lado da que minha trabalha, as duas são até amigas e se pá, as duas vivem a mesma merda de branco falando bosta com elas.

Thais:Vamos fazer o mundo girar! –Ela sorriu e eu sequei o rosto dela. –Vamo lá, preta! Ano que vem tem mais e ainda tem mais quatro anos, nós vamos conseguir e calar a boca de quem duvidou.

Valéria:Isso! –Fomos abraçadas até o o ponto de ônibus e lá conversamos sobre os nossos jalecos. – Vou juntar um dinheiro e mandar fazer o meu antes das aulas voltarem.

Thais:Vou fazer o mesmo! Meu nomezinho bordado ali, aí que felicidade! –Ela sorriu e deu sinal pro ônibus.

Passei meu cartão, esperei ela e a garota bateu a mão na testa falando que esqueceu o cartão. Ri dela e emprestei meu cartão, ela passou, me agradeceu e nós nos sentamos no fundo do ônibus. Fomos o caminho fofocando como sempre e só paramos quando ela foi pro restaurante e eu pra loja.

Coloquei meu uniforme da loja, e fui no restaurante pegar meu marmitex. Almocei enquanto trabalhava, e passei o resto do dia na loja, já que era meu dia de fechar. Todas foram embora, eu fechei e caminhei até o ponto do ônibus.

Ele nem demorou e me deixou duas ruas antes do morro. Caminhei até a barreira, vendo o carinha que quase me atropelou e o R10 do lado dele. Passei dando boa noite, e os dois me respondeu.

R10:Aí, quer carona? –Ia negar, mas tô tão cansada.

Thais:Pode ser. –Ele parou a moto do meu lado, eu subi e percebi o Coronel olhar pra nós dois.

Nem precisei mostrar pro R10 aonde moro, ele já sabia. R10 passou pelas vielas estreitas e me deixou lá na porta. Desci agradecendo e ele foi embora assim que entrei.

Danda:Chegou cedo. –Dei um beijo no rosto dela e fui guardar a mochila no quarto.

Thais:O R10 me ofereceu carona e eu aceitei, tô quebrada! –Ela murmurou alguma coisa que eu não ouvi e peguei minha toalha indo pro banho. –Passei e ano que vem já vou usar jaleco.

Danda:Estou orgulhosa de você! Depois você compra e a mamãe borda pra ti. –Assenti e entrei no banheiro. Tomei um banho daora, nem lavei o cabelo, mas tava precisando já. –Tem janta pra você, já esquentei e agora vou deitar. Não dorme tarde!

Thais:Pode deixar, boa noite. –Respondi enrolando a toalha no meu corpo e sai do banheiro. Vesti um pijama de pano leve, por causa do calor de hoje e fui jantar.

Era macarrão com carne moída, meu preferido, namoral. Comi, enrolei um pouco e depois lavei meu prato. Escovei meus dentes, e deitei no sofá pra ver um pouco de tv. Ouvi uma buzina de moto lá fora e apareci na janela vendo o Coronel. Estranhei ele ali, nem me cumprimentar hoje ele cumprimentou.

Coronel:Sai aí, namoral. –Pediu e eu torci o nariz. –Papo de nem cinco minutos. –Balancei a cabeça, calcei meu chinelo e destranquei a porta saindo de casa. –Desde aquele dia lá tava querendo seu número, se liga? Tu tá tirando meu sono. –Ri dele e o mesmo coçou a nuca colocando o baseado na boca tirando logo em seguida. –Até pediria pro R10, mas sou homem de atitude.

Thais:Ótima jogada, Coronel. –Arqueei a sobrancelha e ele abriu um sorrisinho que me derruba. Puxei o celular do bolso e abri no meu número. –Dorme bem agora.

Coronel:Agora eu durmo, po. –Ele ia me dar um selinho, mas beijou a minha bochecha, isso que é homem de atitude. Entrei em casa depois que ele foi embora e fechei tudo indo deitar.

Sei muito bem quem ele é aqui dentro, não teria nada com ele, por mais que eu nunca tenha visto o rosto dele em nenhum lugar ou jornal, não sei se daria certo ou se não me traria problemas. Mas não nego que ele é um puta de um gostoso, sinceramente, que homem!

Posso parecer emocionada já pensando na forma romântica e essas coisas, mas é melhor prevenir do que remediar.

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loirajucah sigam lá, o livro está incrível!
🫶🏽💕

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