R10/ Pablo
anos atrás
Meu pai me entregou sua farda do bope e eu respirei fundo, não era a vida que eu queria, mas é a que eu vou ter. Vi meu sobrenome na farda e balancei a cabeça.
Roger:O meu orgulho! —Me apresentou pros seus amigos e eu abri um sorriso. —Sua primeira missão já está pronta, Pablo.
Pablo:Missão? —Olhei ele confuso, que missão, carai?
Roger:É o seguinte, estamos fazendo uma rodagem pelos morros do Rio, pra prender todos os donos e tomaremos o comando logo depois. Você foi um dos escolhidos, lá você tem uma mãe e uma irmã de mentira, estamos pagando super bem para elas.
Pablo:Mas...
Roger:Escuta! —Respirei fundo. —Tem tudo montado pra você lá, Pablo. Preciso que você fale gírias, aja como um bandido! Me orgulhe, filho!
Só concordei, não tinha o que fazer, se eu me negasse a fazer isso, era uma vergonha que eu faria meu pai passar na frente desses cara tudo. Ouvi baterem palma e agradeci com um sorriso.
Meu pai me guiou pra fora de casa com uma mala e apontou pra uma moto. Cento e sessenta.
Roger:Tu vai pra lá agora, o nome da sua mãe é Carla, entendeu? Fala lá que tu foi morar com ela e como elas estão em necessidade, trata de entrar no crime! —Assenti e ele me deu um leve tapa na cabeça. —E lembra, isso é mais sobre sua mãe do que sobre o BOPE, mataram sua mãe, Pablo!
Lembrei do dia que mataram ela e nasceu uma chama em mim, uma vontade de matar todos eles. Vou prender cada um.
dois anos depois
Viajei pra São Paulo pra uma conversa com o chefe da policia de lá, tive que pedir um tempo pro Coronel, pra trazer a minha "mãe" e a minha "irmã" numa consulta por aqui.
R10:Vocês ficam aqui no hotel, entendeu? —Elas entraram e eu sai com o carro, indo pro Quartel.
Parei na porta e vi duas mulher lá, uma ruiva e uma morena. Sai do carro vendo elas colocarem o fuzil pra frente e ficarem preparada.
R10:Bom dia, soldado Rivera. —Estendi a mão e a ruiva sorriu simpática.
—Trindade. —Encaixou a mão na minha e eu sorri de volta. —Yasmin, na verdade.
R10:Pablo. —Ela abriu espaço e eu passei.
Yasmin:Primeira sala à esquerda.
anos atuais
R10:E foi assim que eu conheci sua mãe e me envolvi onde estou agora... —Minha filha me olhava sorrindo banguela. —Já já tudo acaba, Coronel vai preso e eu venho ficar com vocês, entendeu? —Coloquei a chupeta na sua boca. —Aí eu trago a Maya pra morar com a gente e dou um jeito na Valéria.
Yasmin:Amor, seu celular não para de chegar notificação de um hospital lá no Rio. —Abri maior olhão e coloquei a Larissa no berço. —Que foi?
R10:Pode ser meu pai. —Peguei o celular da mão dela e fui pra sala vendo que era na maternidade. Valéria vai ganhar a Maya. —Amor?
Yasmin:Pode falar. —Fechou a porta do quarto da Larissa.
R10:É meu pai, preciso ir no Rio, mas em menos de uma semana eu volto. —Dei um beijo nos seus lábios e ela ficou sem entender.
Entrei no nosso quarto, abri uma mala e coloquei umas roupas dentro. Sai de casa voando, parei o carro no estacionamento do aeroporto e procurei comprar o primeiro voo pro Rio.
Embarquei meia hora depois, e demorou uma cota pra chegar no Rio, tava nervoso já. Assim que o avião pousou eu tentei ser o primeiro a sair, e já fui logo passando pelos cara.
Peguei o primeiro táxi na porta e dei o endereço. Meu celular apitou e era mais uma notificação do hospital.
"Sua esposa entrou em trabalho de parto na sala quinze.
O pai está presente e mais duas acompanhantes."Como assim o pai tá presente? Eu tô aqui carai. Ia pedir pro cara desviar a rota direto pro hospital, mas eu precisava colar em casa e pegar minhas coisas, vou ir direto pra São Paulo depois de pegar a Maya. Se tudo der certo, Coronel vai preso hoje à noite.
O carro parou e os vapor subiu os fuzil, mas abaixaram assim que me viram. Paguei o taxista, peguei minha mala e andei até um deles.
R10:Chefe tá aí?
Junim:Tá nada, parceiro. Foi pro hospital com a dona Valéria. —Assenti e em segundos minha vista escureceu.
Só senti o impacto do meu corpo no chão, depois disso, mais nada. Vi nem a luz no fim do túnel, foi o fogo do inferno mesmo, o lugar que eu vou queimar.
Junim:Manda um beijo pro capeta. —Última coisa que eu ouvi.
Tentei fugir da porta que iria pro fogo e não conseguia, algo me empurrava. Senti o calor imensurável queimar a minha pele, porra, o inferno é pior do que eu pensava.
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Uma explicação meio bosta, mas me pediram e foi o máximo de criatividade que eu tive. 🫠