Prólogo

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5 anos atrás

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5 anos atrás...

"Victoria, tenho pensado bastante a respeito do nosso casamento e cheguei a conclusão que precisamos ter uma conversa séria. Amanhã, no nosso restaurante às 20h. Não se atrase, é realmente importante. Estou ocupado agora, tenho que ir. Te vejo amanhã?"

Li e reli aquela mensagem tantas vezes nas últimas vinte e quatro horas que, seria capaz de recitar cada palavra de trás para frente. Eu odiava quando as pessoas não eram diretas, parecia que se divertiam com a carga psicológica que a ansiedade causava em pessoas como eu.

Ele sabia que eu era assim, já tivemos várias brigas por causa disso e sempre repetia o mesmo erro.

Respondi apenas com um simples "sim, querido" e não preguei o olho a noite toda. Vários pensamentos rodeavam a minha mente, cenários dignos de um roteiro de filme, mas nenhum havia me preparado para o que realmente meu noivo tinha para me dizer.

A cada soar que o sino da porta do restaurante italiano fazia, eu sentia que meu coração ia sair pela boca, estava tomada pela angústia e Gabriel já estava meia hora atrasado para nosso encontro.

- Pois não, senhorita Calloway? - o garçom perguntou.

- Senhora Armstrong, por favor. - levantei a taça de vinho, ele a encheu e eu retribuí seu sorriso cortês.

Eu não era uma mulher intolerante, mas quando o seu futuro marido mandava uma mensagem exigindo pontualidade e que precisava conversar um assunto sério, uma semana antes do casamento, não dava para simplesmente ignorar.

"Espero que o pneu dele tenha furado, ou eu mesma vou acabar com todos os quatro", pensei.

Tamborilava as pontas das unhas vermelhas na mesa, olhando fixamente para minha taça de vinho, a qual já estava na metade. Já era a segunda que eu tomava para tentar controlar minha ansiedade, mas aparentemente ainda não surtia nenhum efeito.

Enquanto observava as pessoas ao redor, fingia ler o cardápio pela décima vez, tentando disfarçar minha agitação. As vozes ao redor pareciam distantes, abafadas pela tensão que se acumulava em meu peito.

O que poderia ser tão importante a ponto de nos fazer repensar nosso casamento tão próximo? Cada minuto que passava aumentava minha inquietação, até que finalmente, ele entrou pela porta, com um olhar carregado de preocupação e palavras que mudaram o curso de nossas vidas para sempre.

- Não é você, sou eu. - ele procura minha mão na mesa.

- Não vem com esse clichê para cima de mim, Gabriel Armstrong. - afasto a mão que usava a nossa aliança de noivado.

Ele suspirou, desviando o olhar por um momento antes de encontrar coragem para falar.

- Victoria, eu... eu não posso fazer isso. Não posso me casar com você.

Victoria Calloway - A CEO E O SECRETÁRIO Onde histórias criam vida. Descubra agora