Capítulo 6

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Quando liguei para a minha irmã, Anna Beltran, naquela tarde de terça feira, ela notou no mesmo instante que algo estava errado comigo

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Quando liguei para a minha irmã, Anna Beltran, naquela tarde de terça feira, ela notou no mesmo instante que algo estava errado comigo. Nós sempre fomos próximos na infância, e isso não mudou agora que já éramos adultos, apesar de morarmos há quilômetros de distância um do outro.

Meu objetivo era apenas perguntar como iam as coisas, conversar com alguém, desabafar e me distrair. Anna era a pessoa perfeita para buscar consolo em momentos de crise. Sou o mais velho, mas ela sempre foi meu anjo da guarda.

— Oi Anna, tudo bem?

— Me conta, o que aconteceu? — seu tom era suave e preocupada do outro lado da linha. — Sua voz está estranha.

Penso que, ao ligar naquele horário comercial, pareceu suspeito para ela, normalmente, eu só tinha tempo de ligar aos domingos.

— Eu fui demitido, Anna. — confessei, soltando um suspiro frustrado — Victoria me demitiu porque eu levei um café frio e cheguei atrasado. — apertei o celular na mão com raiva, ao lembrar da cena no dia anterior.

— Aquela vaca metida! — gritou — Ela é cruel, Max, eu sinto muito.

Dei uma risada contida, ela não tinha o costume de xingar e quando fazia, era cômico. Anna era doce, gentil, uma apaixonada por livros e colecionadora de traumas sentimentais. Esses eram os ingredientes perfeitos que a transformaram em uma escritora.

— Tudo bem, só estou preocupado com Brianna, a visita da assistência social é na semana que vem e vai ser difícil conseguir outro emprego até lá. — desabei no sofá, minha cabeça não parava de pensar nisso. — Porque eu tenho, que consegui outro emprego de qualquer jeito. — passei a mão no rosto, e apoiei a nuca na borda do sofá.

Estava mirando o teto, sem qualquer interesse nele, e sim, nos meus problemas.

— Pelo menos pagaram os seus direitos?

— Não precisa se preocupar, está tudo bem. — me apressei em responder, pelo o que conhecia da minha irmã, ofereceria a ajuda que ela não tinha condições para dar. — O dinheiro, é o suficiente para alguns meses. — menti e tomei outro longo gole na cerveja gelada.

— Se você precisar de ajuda, você sabe Max, somos irmãos. — ela começou, com um tom compreensivo — Eu te empresto.

— Tá bom, obrigado loirinha. Mas não precisa mesmo. Eu do conta, sabe que eu sempre dou. — insisti, não podia deixar que ela me desse o pouco que tinha, já que a sua carreira não estava indo nada bem. Parecia que Anna pagava para trabalhar. — Ah, outra coisa. Não conta nada para o pai, não quero que ele se intrometendo nesse assunto.

— Papai está bem melhor, já está conseguindo se levantar agora. Caminhamos todas as manhãs pelo parque, ele até fez algumas amizades para jogar xadrez nos finais de semana! — ela parece empolgada, mas logo se tocou que eu não estava interessado — Mas pode deixar! Eu prometo que não irei contar nada sobre isso. — falou mais baixo na linha, como se o velho pudesse ouvir nossa conversa.

Victoria Calloway - A CEO E O SECRETÁRIO Onde histórias criam vida. Descubra agora