Capítulo 2

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Remexi-me na cama, puxando a coberta para mais perto, ainda estava naquele estado de sono que você não tem certeza se está dormindo ou acordado

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Remexi-me na cama, puxando a coberta para mais perto, ainda estava naquele estado de sono que você não tem certeza se está dormindo ou acordado. Meu corpo estava totalmente relaxado e minha mente despreocupada.

Adorava os domingos, era meu único dia de folga daquela vida agitada de Manhattan, a cidade de concreto. Dia de dormir até tarde e brincar com Brianna, levá-la para passear no parquinho, tomar sorvete, preparar sua comida favorita e contar estórias de princesas até ela finalmente pegar no sono.

Também encontrava tempo para revisar meu currículo, acrescentar algo que achasse relevante e cortar o que pudesse ser o motivo de eu ser raramente chamado para nenhuma entrevista de emprego.

Além disso, como eu era o único adulto dessa casa, tinha que cuidar dos afazeres domésticos, já não havia mais dinheiro para pagar uma babá ou uma diarista. Apesar do nosso apartamento ser minúsculo e o serviço não ser muito caro, eu estava no vermelho e o banco fazia questão de me lembrar disso com ligações insistentes todos os dias.

Sou um homem com muitas responsabilidades, eu sei, o peso do mundo caíra sobre meus ombros há alguns anos quando minha ex-esposa nos abandonou, se eu não tomasse as rédeas de nossas vidas, minha filha seria tirada de mim. Então tento ser forte.

— Papai, você não vai trabalhar hoje não? Em papai, responde.

Minha filha cutucava meu nariz, com resistência, murmurei sonolento para ela voltar a dormir.

— Papai é dorminhoco. — ela tentou abrir meu olho com seus dedos minúsculos, sua voz cantante e alegre me fez virar para o outro lado da cama. — Papai não ouviu o tic tac, papai é dorminhoco.

Brianna era uma criança brincalhona, mas suas palavras começaram a fazer sentindo na minha mente.

Deduzi que seria domingo porque não ouvi o toque ensurdecedor do alarme, fui dormir de madrugada para terminar um relatório importante para minha chefe.

Pulei da cama no mesmo instante, arregalei os olhos, assustado porque o relógio indicava que já eram seis e meia da manhã.

Eu deveria estar na empresa as oito horas em ponto. Ou seja, acordava todos os dias às cinco horas para dar tempo de arrumar Brianna, me arrumar, deixá-la na vizinha ou na creche, atravessar a cidade para buscar o café da minha chefe na única cafeteria que ela gostava entre as milhares que existiam, pegar um táxi até a empresa para a bebida não esfriar no metrô e estar com a roupa impecável na porta de sua sala, lhe entregar o café e passar seus compromissos do dia.

"Uffa!"

Essa era a minha rotina há um ano.

"Maldição! Minha chefe vai comer meu fígado hoje."

— Papai acordou! — Brianna comemorou, dando pulos de alegria na cama.

Cortava meu coração deixar minha filha na casa de uma desconhecida que só cuidava dela, porque nutria um desejo não correspondido por mim. Mas hoje não dava tempo para levá-la para a creche.

Victoria Calloway - A CEO E O SECRETÁRIO Onde histórias criam vida. Descubra agora