QUATORZE

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C.A.P.I.T.U.L.O 14
Castigo e Consequências


Tudo está girando e girando, o cheiro do lugar é frio, eu quero me levantar, mas estou sem forças, meus braços ou não existem ou são pesados ao ponto de ter que fazer muita força para os mover e tudo que consigo é mover um dedo.
Meu nariz esta dormente, Cam não esperou nem chegar no destino final dessa viagem, já começa sua vingança, um tambor toca ao longe cada vez mais perto, cada vez mais alto fazendo minha cabeça doer, eu quero abrir a boca e parece que está costurada, eu não consigo me mover, nem meus olhos consigo abrir, apenas meus pulmões trabalham trazendo ar.

— Está acordando! — Pareço ter dado sinais, porque uma voz muito perto me dá um susto, não estou sozinha, quem esta comigo e onde estou?

— Chama a médica, ela não parece nada bem. — Um toque suave em meu braço, outra voz essa me parece familiar. — Chama o Cam.

— Molha boca dela usam o algodão pode estar com sede, lembre que o alfa foi muito enfático a cuidar muito bem dela.

— Vamos Milian eu sei como cuidar da minha cuinhada, agora vai chamar ele, lembra que foi categórico se notássemos alguma mudança. — Sons estranhos elas parecem gemer e suspirar nervosamente.

— Alfa! — Dizem juntas, então entendo o motivo da súbita tensão, passos, mais passos, quero acordar, estou ficando louca.

— Como ela está? — A voz de Cam parece profunda, cansada.

— Acho que precisamos da médica novamente.

— Acha? — Diz perto.

— A Pandora devia estar no hospital como a Tais disse que era preciso.

— Não irei falar novamente Betany, e não insista.

— Claramente ela precisa de cuidados médicos humanos Cammael... Estou preocupada, parece sentir dor.

— E vamos dizer o que? Como iremos justificar sem revelar minha ligação com ela? Porque aonde ela for eu irei. — Rosna de um jeito que faz meu corpo tremer, e os sons ficam de que uma delas geme. — Que uma humana sofreu reação alérgica a acônito? Que tem uma semana que esta inconsciente? Que fomos nós que a envenenamos? Quem ela é?

— Cam? Eu sei que seria outra rodada de suposições que a impressa faria, porque você estaria envolvido.

— Saiam as duas, e traga as medicações, eu já dei as minhas ordens, quem entra e quem sai da minha casa. — Ele tinha que ser tão grosseiro com elas, eu nunca imaginei que ele fosse esse tipo de alfa, me sinto enganada. — Chame a médica ela já devia estar aqui, eu fui claro quando disse que as médicas deviam fazer plantão caso fosse necessário.

— Cam você não é assim! É toda essa tensão, você já a tem bem a sua frente, relaxa um pouco.

— Be... Eu sei o que preciso fazer, sabemos como cuidar da minha mulher. — Eu quero abrir meus olhos, por que não consigo? alergia a acônito, como assim? Minha avó contou que descendemos de um lobo, seria possível que me afete.

— Então admite que está obcecado com a Pandora, que não quer ela longe do seu alcance e para de mentir pra si mesmo.

— Eu? Betany eu não sinto nada por essa mulher, a única razão dela estar aqui é porque... — Cam para de falar antes de uma quarta pessoa entrar, os três estão em silencio duvido que a outra moça ainda estivesse dentro do quarto.

— Eu vim, mais cedo porque ... — Era outra voz mais rouca e menos rosnada, humana. — O... o que aconteceu?

— Estamos discutindo... — A voz que Cam chamou de Be ou Betany começa a falar e Cam esbraveja.

— Você é a médica, então a avalie e me diga se há alguma melhora no quadro de minha esposa. — Esposa? Oi? COMO ASSIM ESPOSA?

— A princípio fui completamente contra em a manter aqui sem os recursos necessários, mas depois de ter estudado o caso da Pandora eu tive algumas referências que não batem com um quadro de doenças humanas, um simples choque anafilático já teria sido revertido, Alfa não quero ser desrespeitosa, mas acredito que Pandora esteja sofrendo porque não tratamos seu caso como devia.

— O que quer dizer, doutora? — Passos, nervosos, ele está furioso, mesmo de olhos fechados e sem meu corpo obedecer posso sentir as ondas de ódio, a doutora engole audível.

— Ontem eu fiz uns testes com o sangue dela, porque como disse eu teria revertido um quadro como o dela, um amigo meu é geneticista, eu levei umas amostras pra ele e descobrimos que Pandora tem genes lupinos, e devíamos ter tratado como se trata um lobo envenenado por acônito.

— Impossível, ela não tem nada de lobo. — O ouço dizer incrédulo. — Como?

— Talvez uma terceira ou quarta geração de um lobo... Os sintomas eram claros que confundimos com choque anafilático, as convulsões pensamos ser porque tinha envenenado seu sistema nervoso, como ela tem os genes lycan, e agora unida uma carga nova ativa como meu colega me mostrou eles ainda não estão alocados no DNA dela devido ao recente acasalamento, os dois foram a causa de o acônito agir tão prejudicial ao ponto de a debilitar. — Meu deus, eu tive convulsões, eu o que? MEU DNA.

— Não me diga que pretende aplicar o antidoto que usamos em um lobo que tem cura acelerada em minha mulher que é sabe se lá quantos por cento lycan.

— Alfa! Eu testei algumas diluições para o grau de gene, não estou errada, ela vai acordar, eu fiz alguns testes só precisamos fazer a carga genética dela ser mais elevada, como você não quer sangue de outro lobo e a mordida está fora de hipótese pelo calendário lunar...

— Ela está acordando! — Betany diz quase desesperada.

— Ela pode estar consciente agora mesmo, com seu corpo paralisado... Imagine como deve ser estar aprisionado dentro de si mesmo? Não podendo nos dizer as dores que sente, morrendo envenenada. Sentido falta de ar. — Era isso que está acontecendo, estou trancada dentro de mim mesma.

— Está dizendo que Pandora chegou no penúltimo estágio de morte de um lobo? — O rosnado feroz faz todas gemerem a médica soltou um gritinho.

— Eu nunca faria mal a uma paciente minha, sabe disso, em se tratando de uma companheira ainda mais. Quero dar seu sangue para ela, eu usei algum material genético seu, como me ordenou a essa fórmula, a fim de acelerar como me explicou que o gene de companheiro passa a companheira humana uma característica de cura acelerada, mas o certo seriamos ministrar uma dose desse antidoto.

— Você sabe que não existe antidoto! — Esbraveja Betany... — Cam é errado forçar uma troca antes da lua.

— Be, vamos escutar o que sua melhor médica tem a dizer... — Cam diz com tanto sarcasmo que eu sinto me encolher diante as suas palavras frias. — Porque se minha mulher morrer sem eu tentar a salvar, e se a médica estiver querendo a fazer de cobaia e isso prejudique Pandora, se isso acontecer ela sabe que estará tão morta.

— Temos o antidoto das raízes que vocês usam a séculos para tratar os lobos que foram envenenados, não é algo eficaz para intoxicação nos humanos quando há uma overdose, porque para humanos acônito não é prejudicial se não for uma grande quantidade, mas existe o que sempre fazemos, carvão, e os reguladores de temperatura, ela não tem mais febre a 48 horas, só preciso que confie que isso será benéfico. Quero fazer as transfusões depois de aplicar o antidoto porque assim vai diluir e o corpo dela vai reagir.

— E se você a matar? — A doutora fica em silencio quando Cam pergunta de forma ameaçadora, pelo menos esta preocupado comigo, não sei se isso poderia me fazer mais feliz, mas estou morrendo pelo que entendi, ou Cam esta me torturando?

— Ela está morrendo Cammael! — Uma voz masculina explode de um lado onde sinto uma leve corrente de ar, deve ser uma porta, se meus olhos pelo menos estivessem funcionando, minha cabeça começa a doer, eu quero vomitar, sinto minha pele fria.

— Eu disse que não te quero perto dela Tobias! Saia agora.

— Sinto muito irmão, eu não fiz com intenção. — O som de rosnado e roupa rasgando me deixa em pânico, sinto algo gelado em meu peito, o barulho que ouvia é aumentado, estou no oxigênio porque sinto o ar mais fácil de puxar.

— Os dois por favor parem! — Tem uma confusão no quarto mais passos, rosnado e som de móveis sendo empurrados estão em luta corporal.

— Não temos mais tempo o coração dela está mais fraco, a pressão está caindo e a saturação está muito baixa. — Mãos em meus cabelos, quero gritar que estou aqui acordada ouvindo tudo, estou com medo. — Preciso do seu sangue Cam... Uma ou duas transfusões podem melhorar... Mas esse remédio vai tirar ela do pré coma.

— Faça. — Diz por fim o som de algo arrastando ao lado, e calor em minha mão. — Estou com tanto frio.

— Vou precisar de meus materiais para fazer a transfusão. — Sinto algo em meu braço uma dor afiada, agulha, e algo quente e frio sobe, dói muito.

— Vai passar Pandora! — Cam sussurra em meu ouvido, como se soubesse pela dor que estou passando.

— As lagrimas são fortes indícios de consciência. — Diz a doutora. — Pandora? Se estiver nos ouvido, estou aplicado remédios para te estabilizar, sua pressão arterial deu uma leve caída, já aumentei o oxigênio caso esteja sentindo dificuldade em respirar, o frio que está sentindo é devido a intoxicação, estamos fazendo de tudo para te tirar dessa paralisia.

— Espero que não tenha cometido um erro doutora. — O calor que sinto não tem explicação, então outra picada e quero chorar porque não consigo abrir meus olhos, não consigo gritar.

— Agora estou aplicando o antidoto, e um sedativo caso sinta dor, e preciso que você durma para se recuperar. — Doía meu corpo inteiro, então era outro tipo de perda de consciência, as ânsias, os tremores, a dor em meu peito.

Obcecada por o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora