VINTE

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C.A.P.I.T.U.L.O 20
Provações



Preferi andar pela cidade, se me deixaram sair daquele lugar por hoje então o aproveitaria, não queria me importar com os olhares tortos, nem as rodas e sorrisos cheio de um certo desdém, olhei as vitrines, caminhei por ruas de lindas casas e observei crianças brincando na rua.

Perto do meio-dia Noah surgiu rindo sentado em um banco como se estivesse me seguindo todo o estante óculos de sol calça jeans e camiseta azul celeste, o cabelo preto escondido sob um boné preto, ninguém diria quem é, apenas a imponência de seu peito largo e altura, seu pé direito sobre seu joelho esquerdo penas cruzadas de um homem que sabe o corpo que tem, Be tinha sorte.

— Deixa me adivinhar meu segurança?

— Exatamente.

— Seu povo jamais me faria mal Noah!

— Sei lá vai que você fica com raiva de alguém joga uma pedra na janela dessa pessoa, e por acaso esse seja um dos nossos muitos soldados bem treinados ele pode querer lutar com você, acho que você não é o tipo que luta.

— Não sou mesmo, sou o tipo que bate em retirada ou ajoelha e pede clemencia.

— Ou era, você está bem agressiva.

— Não eu, ela! — Coloco minha mão sobre o peito, me sento a seu lado, foda-se se minha roupa é totalmente fora de um padrão que usaria para sair de casa. — Ainda não entende que por mais que Luna o chame de meu ele não é nosso. — Tira os óculos bem rápido e me encara sério.

— Pan, eu vim trazer uma notícia! — Parecia querer dizer algo, esperei que dissesse que o acabo de revelar pra ele fosse indício de algo, nada.

— Vamos lá.

— Você vai ser mantida fora da cidade. — Então olho a minha volta, era como se realmente eu não me encaixasse, era tudo muito perfeito, até a música tocando em algum lugar condizia com o momento. — Cam acha que você não esta feliz na mansão.

— Eu não estou.

— Eu disse a ele sobre como se sente, então ele escolheu um local seguro pra você não é fora da cidade como o chalé, esse mesmo, onde você o prendeu.

— O território dos Sangre? Não ele não me deixaria morar naquele lugar deixaria?

— Não. — Então ele diz gentilmente. — A casa da nossa mãe, o lar onde todos nós morávamos antes do... — Ele sacode a cabeça e devolve os óculos. — É um lugar que não vamos muito... Muitas memorias, sabe como é.

— Não, eu não sei, aceito qualquer lugar pequeno, um apartamento simples, não posso aceitar morar na casa da sua família em especial se ela é algum tipo de lugar especial para vocês que o mantem como era.

— Eu imagino que Be comentou alguma coisa.

— Não, Be é leal a vocês, sempre diz que são suas histórias para contar.

— Amo tanto ela.  — Então a casa realmente é uma capsula do tempo, isso me dá arrepios porque me leva a memorias ruins, e para eles é melhor lugar do mundo.

— Nem precisa dizer. — Cruzo os braços e observo muitos saindo das lojas, outros entrando em um restaurante, as pessoas caminham calmamente, crianças saem da escola. — O chale está bom pra mim... Mas ele não me deixaria ficar lá já que é seu território complemente, e o entendo agora como é o sentimento.

— Vamos pelo menos olhar a casa! Be sempre foi muito apaixonada por ela, diz que parece uma casa vintage.

— Posso por favor declinar?

— Tudo bem! Vai me contar o porquê?

— A minha casa é uma dessas casas saídas de filmes de família perfeita, com moveis e cortinas em tons alegres, é um lar pro meu irmão, não pra mim, as flores no vaso de cristal, a escada encerada, a poltrona e sofás, a mesa de jantar e em especial a cozinha toda aconchegante, acredite sei o que você quer me mostrar e isso pra mim seria ainda mais difícil de viver. Tem uma varando pra um quintal com plantas e um balanço? — Ele assente. — Casinha de cachorro e janelas com vidro e persianas, desculpe eu tenho trauma.

— É uma casa muito maior que a sua.

— Você não está largando o osso!

— O que é isso? Vamos não seja covarde, nos de uma chance é um lugar doce e gentil, você pode gostar, de uma chance para o lugar. —  E assim seguimos para um carro parado do outro lado da praça, no carro estavam Be e Milli, eu acabo rindo.

— Eu sei que devíamos ter ido com ele, só queria ver se ele podia ganhar meu perdão. — Abrindo a porta e caindo no banco, Betany com um rabo de cavalo, short vermelho e camiseta de banda, um tênis, olho para meus pé com um par de chinelos.

— Estou perdoado? — Provoca Noah virando para o banco de trás onde as duas estão com uma cesta entre elas.

— Preparei um almoço para nós. — Dando batidinhas na dita.

— Be? Benzinho estou perdoado?

— Quero perdoar, mas estou tão chateada por me obrigar a não dizer que Cam morava embaixo de nós. — Olha as unhas e depois delas pra mim, pisca provocativa.

— Já arrumou as malas? — Ele pergunta pra ela olhando pelo retrovisor, eu acabo rindo deles. — Vamos ter que ir resolver um certo atrito com o alfa pai da Lunara.

— Meu Deus! — Digo esfregando a testa.

— Fique calma, é só pra esclarecer o porquê do acasalamento repentino, sem o rompimento adequado.

— E qual história vão contar? — Pergunta nervosa.

— Que você se perdeu dos seus amigos na trilha e acabou dentro do território do Cam, e que a atração foi tão forte que ele rompeu suas restrições e a caçou.

— Abandoaram a história de companheira prometida? — Ri sem jeito, a cada esquina meu estomago afundava, minhas garras começam a sair, e luto pra conter, luto pra respirar, então Noah toca em meu ombro.

— Encontramos alguns furos.

— Do tipo não sou loba, do tipo não era minha primeira mudança e nem lua azul? — Respiro fundo.

— É! — Não precisava me dizer que a casa amarela com cercas brancas era a casa deles, foi difícil até mesmo respirar, Noah me encara. — Tudo bem?

— Pan?

— Vou ficar! Vamos. — Encaro com pavor, cruzo os braços na frente dos seios e caminho abrindo o portão, eles vêm atras e a porta está destrancada acho que já mandou uma equipe limpar tudo, as cortinas em tons brancos e lavanda, o sofá amarelo mostarda no jogo de dois e três lugares, posso ouvir a voz do meu pai pedindo pra me tirar da sala, olho para o fundo é como se minha mão fosse surgir, odeio essas casas. Olho a escada, o piso brilhando de tão lustrado, e subimos não é tão pequena como a da minha família, muitos quartos, mas a escada pro sotão está ali. — Meu quarto ficava em um sotão e posso apostar que nesse aí tenha um desse guarda-roupas antigos, e como tomada por um impulso, entro e subo as escadas, mesmo que o cheiro não seja o mesmo, as paredes, é como estar caminhando pro único lugar que tive paz e sofri tantas vezes, e lá estava caixas e mais caixa e o guarda-roupas, me arrepio inteira, falto não respirar, Noah entra e me puxa pra ele, eu não consigo  ver, tudo que vejo é preto e confuso.

— Pandora! Olha pra mim, ninguém nunca mais vai fazer essas coisas que fizeram com você. — Não é Noah, não é, é Cam. — Pandora não esta na sua casa, merda Noah pega água pra ela, Pan? Eu quero matar esses merdas dos seus pais. — Estou no colo dele do lado de fora da casa olho para a janela redonda mais alta a única e lá ainda posso ver meu eu pequeninha vendo, me vendo, eu começo a chorar.

— Eu, desculpe... Desculpe!

— Pan? Eles te trancavam no armário? — Sinto o queixo de Cam sobre minha cabeça pousado, estou encolhida no seu colo, Be pergunta segurando minha mão com o rosto no ombro de Cam.

— Todos os dias bons eu podia ficar no meu quarto, um sótão para algumas pessoas... Mas era meu quarto, junto com as caixas e coisas que eles não queriam mais, eu só não podia mexer nelas. — Limpo as lagrimas, a mão de Cam tira meus cabelos como se fosse a minha, eu não sei como ele sabia que eu ia mover para tirar os cabelos do rosto. — Os dias ruins, eles não me deixavam na cama pra dormir, eu ficava trancada no armário, quando eu não era boa, quando eu deixava papai com raiva, e eu ainda agradecia de ser no armário, porque era muito ruim quando era do lado de fora ou no porão.

— Deuses. — Noah resmunga.

— Eu contei cada segundo até minha maior idade, cada um deles, eu pensava que ia ser livre, aí, aconteceu tantas coisas, eu por mais que tentasse sempre acabava quebrando uma regra, mesmo que essa nunca tenha sido imposta antes, como quando ganhei os prêmio de melhor aluna da escola, eu nunca fiquei tão feliz e tão em pânico, quando chegamos em casa meu pai nos enfileirou, mãe, irmão, eu, ele nunca tinha feito isso, nunca, então ele fez meu irmão me odiar, porque eu o superava e isso não era bom, uma mulherzinha, você deixou que uma garota fosse melhor que você que vergonha... Lembro da sensação de ver meu irmão sendo punido, eu fiquei feliz, até que no dia seguinte eu tinha um inimigo bem disposto a tornar minha vida miserável.

— Como se fosse menos miserável. — Ouço Milli dizendo. — Por que era tão difícil eles te criarem? Só cria, poxa.

— Meu pai, ele ditou as regras, minha mãe obedeceu, quando eu era grande pra entender, eu já tinha sido colocada a prova diversas vezes, quando me estabeleci em Nevoeiro procurei a minha psicóloga que me disse que eu precisava trabalhar meus gatilhos, pelo visto ainda não consigo enfrentar um guarda-roupas antigo... Nem evitar comer quando entro em estado de sobrevivência. — Tento sair do colo de Cam ele me ajusta, agora vejo que estamos sobre uma arvore, uma cadeira de jardim.

— Pandora?

— Quando me chama assim só lembro do meu pai e suas represarias. Desculpe eu tentei, essa casa não vai funcionar pra mim, eu sabia mesmo sem a ver, vendo sei que nunca vou dormir, eu ainda posso escutar as vozes deles nesse lugar, e talvez eu tenha mantido isso trancado tempo de mais, porque onde eu estava nunca me lembrou a eles, nunca mais precisei ver, ou quando via algo o ignorava sempre que via algo semelhante.

— Eu nunca senti o que senti a minutos! — Cam diz baixo, seus lábios no meu cabelo. — Peguei a moto e vim pra cá como se você estivesse em meio ao fogo e precisasse de ser resgatada.

— E isso é normal? — Não sei se algo em minha vida seja normal.

— Entre companheiros? Sim! — Be responde.

— Talvez eu esteja tão insuportável por sua causa Cammael.

— Ela não está errada. — Noah toma outro gole de água.

— O que acha de irmos a um lugar onde todos nós gostamos?

— De preferência um que não tenhamos outros gatilhos! — Disse Be tocando meu nariz com o dedo indicador, me levanto do colo e Cam leva as mãos as coxas esfregando-as com as palmas suadas vejo.

— Podemos ir a cachoeira. — Noah sugere e Cam o encara de forma que eu não sei, parece que eles conversam mentalmente.

— Vamos a loja da Suzana comprar biquinis. — Grita empolgada Be.

— Vamos. — Disse Cam por fim, ele caminha para a moto preta e cara.

— Tobias vai ficar uma fera quando souber que você colocou a bebê dele na estrada de terra, Cam dá de ombros, montando a máquina e dando partida.

— Enquanto vocês compram aproveito e faço a troca, vou pegar a pick-up. — Entramos em nosso carro e seguimos atrás de Cam, e eu precisei de toda a calma do mundo para não deixar meu coração galopar no peito diante a imagem dele pilotando aquela moto, era muito quente, muito, a camiseta branca agarrando ao tronco definido, os ombros largos, os músculos dos braços, as coxas fortes, a cintura estreita, a bunda definida, eu mordo a palma da minha mão e vejo Noah dirigir calmamente, rezando pra não sentirem ou notarem minha reação, a mão de Be perigosamente perto da virilha do macho, reviro os olhos.

— A água da cachoeira é fria?

— Gelada!

— Ótimo. — Noah buzina para o irmão e ele some por uma rua, fazendo a moto ir em alta velocidade, nós seguimos para outra rua de lojas com toldos de todas as cores, mas paramos em uma que me lembra um guarda-sol de praia, a sua vitrine é cheia de detalhes de mar. Lojinha do Verão, a placa dizia.

— Queremos três biquinis e duas sungas e bermudas, qual vocês preferem? — Be pergunta colando a cabeça ao peito do companheiro Noah tinha se posicionado a suas costas e alisava seus braços de forma lenta subindo e descendo as mãos nos membros, ele alisa os cabelos loiros anelados dela os prendendo com eximia perícia.

— Não se esqueça que o alfa foi busca o Tobias! — Milli parecia contrariada com isso. — Então deve ser 3 bermudas também, com certeza ele vá conosco.

— Millizinha e Panzinha estão de mãos dadas contra o Toby, coitadinho do meu irmãozinho caçula... au. — Be o pinica. — As três? Que maravilha, Tobias devia realmente pedir desculpas, as três juntas vão fazer o inferno da vida de nosso nerd. — Eu não escolho muito só vejo um maio preto desses que tem uma meia taça e o pego, vejo a numeração e digo.

— Este. — Sem animo, o guarda-roupa de casas era branco com flores do lado de fora, alguma vez alguém viveu naquela casa e sonhou com a filha que esperava, ou o móvel deve ter sido um presente do tio Hades era cara dele.

— Rápido assim, sem provar nem nada?

— Comprar e ir embora.

— Certo, tenho algo parecido pro alfa, diz a moça e coloca na sacola ambas as peças. Vejo uma saída de banho dessas com duas fendas na frente num tom branco e entrego a moça que sorri e coloca na sacola anotando a referência, então Be surge em um biquini rosa, e Milli por fim escolhe um azul escuro, em sua cor de pele ficaria lindo contratando com o cabelo e olhos.

— Quero duas dessas saídas uma pra cada uma! Vamos vestir iguais. — Be amava fazer compras e parece que nunca teve amigas como eu nunca tive, e vestir algo igual era uma das coisas que vi muitas meninas na escola fazer, e na faculdade era trios e quartetos.

— As três patetas? — Noah zomba.

— Contra os três idiotas.

— Opa, vamos? — Evito o confronto de Be e Noah, eles estão assim e sei que é por minha causa, Be é superprotetora comigo, e ao menor sinal Be aperta a guia invisível do companheiro.

— Não querem vestir os seus?

— Não. Nem sei se vou entrar. — Corrige antes de pegar a sacola, Be pronta vestindo seu short vermelho deixando o zíper e botão abertos expondo a calcinha do biquini pequeno e cavado, Milli é a segunda a sair.

Quem paga a conta é Noah, eu até pagaria o meu, mas não tenho nem meus documentos que dirá dinheiro, então espero ao lado de fora sentada no meio fio, a caminhonete gingante vem pela rua, linda e preta, claro que ele tinha que ter mais um carro preto... Negro como seu humor. Tobias salta do acento da frente eu abro a porta de trás e entro, com essa levei a pior Tobias entra do meu lado direito , e sou colada ao lado dele por Be e por último na outra porta Milli entra, Noah sorri para todos quando passa pela frente nos vendo pelo para-brisa.

— Que interessante! — Por fim diz ao fechar a porta.

— Ha-ha-ha. — Encaro Noah fingindo rir, simplesmente explode porque Tobias está vermelho como um tomate, Cam também começa a sorrir, e o encaro de cima a baixo.

— Trégua? — Nego movendo a cabeça de um lado pro outro e reviro os olhos me recosto no banco, antes de sair. — Tão rindo porquê? — Dispara batendo nos bancos a frente.

— A cesta? — Be diz, e ao falar da companheira Noah salta para buscar, Cam ainda com a camiseta branca, ajusta as janelas de vento para nós, tinha subido as mangas revelando seus braços forte e tatuados, com o reembarque de Noah, dirige, e inferno como se movimento é quase uma dança erótica, estou com problemas, o merda, ele conversando com Noah.

— Acabo de dispensar metade da agenda, Sara está muito irada com isso, os lobos da jazida de ferro queriam mostrar os novos projetos para ampliar a mina. — Então no fim Sara acabou como secretaria? Que desgraçada.
— A verdade é que estavam dentro da sala de reuniões, pelo visto chorar obriga seu companheiro quebrar sua rotina de trabalho. — Sarcástico e feral.

— Alguém ouviu isso? — Betany provocou.

— Não ouvi nada. — Milli diz mexendo na sacola, os dois machos no banco da frente riram e se encaram, eu bato as duas mãos quase na frente do nariz dele.

— Matei. — Digo e Tobias olha para minhas palmas limpas.

— Não tem nada aí.

— A errei...

— Tenta mais abaixo.

— Tobias quantos anos você tem? — Viro só meu rosto para ele que olha para Cam, depois pra nós três. — Acho que o suficiente para responder quando lhe fazem uma pergunta simples. — Completo ele mostra os dentes e diz a contragosto.

— 91.

— Noventa e um! — Digo lentamente. — Tem certeza de que tem mais de 90 anos? Não consigo me imaginar com toda essa idade e agir de forma tão infantil...Será que sua idade mental acompanha sua aparência de não sei 23 ou 25 anos? chego a conjecturar que até seja inferior, tipo 12 anos ou 14 uma idade, irritante porque não pode descontar a frustração usando as mãos tão somente. — Noah faz um som estranho segurando a risada, Cam move seu pescoço como se estivesse sentindo dor nos ombros.

— Você tem 31 e age como a porra de uma menina de 10 anos.

— Sabe é como 9 anos e 3 anos. — Cam diz saindo do silêncio para Noah e Noah assente sorrindo, cale a boca homem, e pare de ser gostoso, Cam começa a subir a camiseta e a tira, mingau meus miolos vira mingau, respiro fundo ainda bem que tem o ar frio sobre minha pele, aperto minhas pernas juntas.

— Sua mãe não ensinou que não se troca com criança? Fui baba e nem o menino de 7 anos não foi tão respondão e confuzista quanto você! — Tento reorganizar minha mente olho para a estrada.

— É fácil falar quando não é sua vida que saiu do curso.

— Supera não foi no seu pau que eu me sentei.

— Foi no pau do meu irmão e está com a porra do salto no meu saco.

— Foda-se cai fora... Ninguém te chamou pra o defender.

— Ai é que esta foi solicitada minha experiência para te colocar no seu lugar.

— Experiencia em ser escroto? Não! Você precisa de aulas com um mestre e até poderia te apresentar a Atlas, mas não sei quem ia arrancaria a cabeça de quem.

— Seu irmão é um babaca de 33 anos humanos.

— Isso eu devo concordar, mas é um babaca cinco estrelas, escroto nível hard, infelizmente você não chega no chinelo dele, e eu sobrevivi cada uma das suas vinganças e do time de futebol dele. Então pense duas vezes antes de querer me colocar no meu lugar.

— Cam? Coloca alguma música, assim os dois param de brigar.

— Eu devia ter ficado no meu lugar. — Resmunga Tobias.

— Devia mesmo adoraria fazer essa viagem ao lado do Noah o cheiro dele é mil vezes mais suportável.

— O que dizer o que com isso? — Indignação.

— Que você fede? — Diz Milli farta de Tobias.

— Millian? — Ele a olha chocado.

— Só estou dizendo a verdade.

— Eu não fedo.

— A fede sim. — Be cutuca ainda mais fazendo o macho cheirar suas axilas e nós rirmos. Cam faz a caminhonete quase voar, onde todos tivemos um tempo só pra segurarmos uns nos outros e gritarmos por cada solavanco de buracos que ele passava, por fim chegamos à cachoeira.

— Quando voltarmos vou a pé! — Resmungo pulando fora tão rápido quanto Be e Milli saem, Cam está rindo e olhando a cachoeira, eu não quero olhar muito para toda a volta, decido caminhar para onde Noah esta, fome, pego um sanduiche de frango e uma lata de refrigerante, Be coloca o maio em meu ombro enquanto devoro, Noah pega o meu refrigerante e toma quase metade, Cam eleva aquela sobrancelha e começa a tirar o cinto da fivela, caminho pra longe dando as costas isso era de mais pra meu controle precário, Vejo que Milli indo em direção da traseira da caminhonete deve ir se trocar.

— Odeio ele sendo esse babaca, ele mereceu. — Milli sussurra para Be, que olha para onde Tobias tirando suas roupas.

— Vamos Milli ele não é assim com você!

— Vem? — Be me chama com a mão e mostro meu sanduiche.

— Ainda estou comendo.

— Pan irritada é uma Pan devoradora.

— Modo de sobrevivência ativado. —  Me escoro contra o metal, observo como Milli fica linda com o biquini... E lá vamos nós! Tiro minha blusa e short, não estava usando nada por baixo ainda estou toda sensível e visto o maio, acabo percebendo que ele é muito cavado e quase um fio.

— Que gostosa. — Provoca Be rindo, reviro os olhos.

— Essa coisa esta quase toda dentro da minha bunda!

— Uma bunda grande e redonda, está muito bonita e sensual.

— A loira perfeita quem elogia. — Sorrimos e Milli pega meu sanduiche e o come quer dizer a pequena parte que restava.

Sento-me na beira da água olhando agora para a paisagem e deus amado, Cam sai de um mergulho jogando o cabelo pra trás, era um comercial desses de roupas de banho, cada sulco daquele corpo esculpido e coberto de tatuagens, a carta de as de paus no pulso, a cobra, três símbolos subiam por sua pele, fases da lua, duas faixas negras.

Eu me dou conta que estava intoxicada com o cio dele porque as tatuagens eram borrões em minha memória, ele sorri conversando algo com Tobias, me deixo entrar na água pelo menos acredito que isso esconda o rio de lubrificação que está encharcando a parte inferior do meu maio, porque ser tão sexy, nado para ir parar na outra margem em um banco de areia uma arvore cresceu quase a margem volteada de pedras um lugar muito bom pra ler, olho novamente para Cam ele usa um piercing quase na curva da orelha, e um brinco de argola na orelha? Desde quando? Gemo e deixo a água passar por meu corpo, abraço meus joelhos.

Milli nadou para debaixo da cachoeira, e Be com Noah nadando e se pegando como é normal deles fazerem, deixo o sol me banhar e a água esfriar meu fogo.

— Você é muito branquinha para tanto sol! — Claro que Cam tinha que tampar toda luz solar com seu corpo grande, forte e delicioso, senta-se a minha frente e me puxa pra cima de seu colo de frente, só quando o calor do seu corpo se choca com o meu me dou conta.

— Cam, o que? Só para! — Tento tirar suas mãos das minhas ancas, seu pau esta duro contra minha bunda e minha boceta. — Pode me soltar?

— Gosto desse maiô, ficou tão deliciosa com ele, só perde pra você toda nua.

— O que aconteceu com você destruiu minha vida e deve pagar? — A mão dele sobe se espalmando em minhas costas me prendendo contra seu peito, os seios amassados contra aqueles músculos duros ele emite um som rouco.

— De alguma forma preciso colocar de lado a mágoa porque preciso cavar um caminho para sua boceta apertada. — Talvez eu tenha ficado um minuto inteiro sem conseguir dizer nada. — Ofereço uma trégua, fodemos e podemos voltar a nos odiar. — Ronrona e tenta mordiscar meu maxilar, eu me afasto antes dos seus dentes conseguirem tocar minha pele.

— Que romântico. — Respondo seca e desanimada.

— É tudo que tem a dizer? — Eleva aquela sobrancelha interrogativa. — Eu senti seu cheiro Pan, meu pau quase me deixa louco.

— A! Entendi por que do nada dirigiu como louco.

— Pressa. — Ronrona olhando para meu rosto.

—Pensou que chegando aqui era dar um papinho, me comer, e vida que segue? — Eu não estava acreditando que ele pensava isso, como ele pode querer me usar? Como ousa dizer trégua depois voltamos a nos odiar, o único aqui a odiar é ele, eu o amo, filho da puta canalha.

— Sua boceta molhada e dolorida, posso cuidar disso! — Mordisca minha orelha não tem como escapar dele, parece um polvo e não um lobo, olho ao longe e parece que Noah e Be estão transando contra as pedras, Be pelo menos está com seus olhos fechados e pela distância posso apostar que sim. Olho a volta e vejo que Tobias sumiu como tivesse evaporado no ar.

— Claro, eu sentir tesão deve ser crime!

— Se for por outro macho é! — O som obscuro que Cam usa, arrepia minha coluna inteira e me remexo em seu regaço, por tudo que é santo tão perto e tão longe.

— Pode me soltar? — Sussurro, olhando em seus olhos.

— Só se me deixar entrar na sua boceta.

— Aqui?

— Onde mais?

— E seus irmãos?

— Noah está fundo em Betany, provavelmente Milli acabe conhecendo um lado de Tobias que tem evitado a meses. — Bem que notei os olhares, faz sentido.

— E pra você está tudo bem eu montar seu pau dentro de um rio a céu aberto com outros dois casais fodendo rio acima?

— Parece tão sujo, quando você fala! — Ronrona baixo e convidativo.

— E você parece nem ligar já que está tirando meu maio pro lado. — Arfo quando seus dedos roçam minha boceta, Cam me olha provocando.

— Você está tão quente. — Sua boca captura a minha, o beijo não é algo fácil de evitar, Cam sabe como usar sua aqueles malditos lábios sensuais, usa uma mão em minha nuca aplicando controle para não escapar de seu beijo e sua outra mão aperta minha bunda e vai pra entre minhas pernas por trás, eu não consigo evitar o gemido febril de desejo que me escapa, ele sorri, seu dedo entra em mim assim como sua língua, me agarro em seus ombros, o sorriso dele me pega desprevenida, a forma que me olha. — Posso colocar meu pau no lugar do meu dedo, você está tão deliciosa. — Move indo e vindo.

— Para. — Cam nega me puxando mais pra ele, lambe meu pescoço e morde meu ombro, não quero que pare, não de verdade. — Cam...

— Sim! — O tecido fica esfregando em minhas dobras, Cam usa suas duas mãos para segurar minha cintura enquanto seu quadril ondula contra a minha virilha, eu deixo que pense que venceu, enquanto devoro sua boca puxo seu cabelo, mordo seu lábio, eu deixo que pense que venceu, até que eu mesma acho que ele venceu, quando suas mãos tiram as alças do meu maio, o como parece olhar para onde Noah Be estão aperta meus seios me puxa contra ele, vai pro meio do rio no fundo Cam nada nos levando pra baixo. — Prometo que vou fazer valer.

— Por quê? — Pergunto, eu precisava que não fosse apenas sexo, eu precisava saber que ele sente algo por mim, algo além do ódio.

— Porque você e minha companheira, minha e só minha. — Cam me coloca em uma pedra alta e plana fora da água, entra entre minhas coxas, o rio faz uma curva ninguém nos vê nesse ponto, o maiô acaba em minha cintura e sua boca em meus mamilos doloridos, seus dedos hábeis seguem tirando a peça, me deixando nua, o som dele aterrissando me faz olhar para onde ele o jogou. — Pan? — Geme contra a concha da minha orelha, seus dedos fazendo círculos preguiçosos em torno do meu clitóris carente, mordo o mamilo dele e Cam geme perigosamente, abro mais minhas pernas para ele e me agarro os seus ombros mordo mais acima do peitoral, e Cam abaixa o cós do shorts e expõe seu pau grande e grosso.

— Você me quer? — Digo contra a sua carótida e sinto o sangue pulsar vertiginosos, puxa meu rosto para me beijar, e se ajeita para me penetrar, sinto a cabeça alargar minha entrada seus dedos apetam minhas nádegas, ambos arfamos com aquele encaixe, ambos ardemos em necessidade.

— Quero! O merda... Pan, posso te machucar se continuar gemendo desse jeito, estou tentando não forçar. — Estoca duro e para ainda na metade vejo quando me afasto para ver seu pau entrando apoio meus pés na pedra.

— Pra quem diz que odeia, você me fode como se me amasse! — Gemo contra sua boca, ele devora meus gemidos com um beijo cheio de luxúria, bate seu quadril lento contra o meu.

— Quando eu estiver fazendo amor com você Pan, você não vai conseguir falar... Gosta assim?

— Não, eu não gosto. — Provoco.

— Como então minha loba? — Estoca rápido me fazendo gemer e me liberar de sua boca porque quero respirar, gritar porque seu pau acaricia os lugares certos dentro de mim. — Gulosa. — Diz rouco quando movo meu corpo pra ter mais dele.

— Não quero que goze dentro de mim.

— Porra!

— Não quero.

— Não quer ser marcada como minha é isso? sua teimosa do caralho.

— É! Isso é só uma foda com benefícios para ambos. — Digo a cada entrar e sair dele, jurando a mim mesma que não vou me deixar ser pega outra vez.

— Você é tão linda companheira! Mas não me engana.

— Pode me comer, mas não quero seu esperma me enchendo, não quero seu cheiro em mim. — Mesmo dizendo as palavras Cam só consegue colar sua testa na minha mover seu quadril com força, o choque de seu púbis contra meu clitóris me faz quase ter um orgasmo, cravo minhas unhas em sua bunda, suas mãos segurando minhas pernas.

— Você pode dar suas ordens, e ainda assim essa boceta é minha pra fazer o que eu quiser. — Seus dedos puxam meus cabelos da nuca me forçando ao beijar, cada vez ele se afunda mais em meu interior, não dando espaço entre nossos corpos. — Minha porra... Você é minha, e só pra provar esse ponto. — Segura minhas mãos com uma só, me deita na pedra e sorri pelo que vê diante de seu corpo. — Goza pra mim Pan. — Com ele empurra fundo e duro, meu corpo inteiro obedece ao comando e ritmo imposto pelo corpo poderoso de Cam, me vejo vendo estrelas de tão forte que é o orgasmo, Cam aperta meu cabelo puxando minha cabeça lhe dando espaço morde no meu ombro outra vez, me faz gritar e ele sorri então gozo outro vez. — É assim que eu fodo o que é meu. — Então sinto ele gozando eu luto pra o empurrar, ele se nega a sair e passa seu braço por minha cintura me mantendo firme contra seu quadril. — Porra.

— Só para. — Eu queria aquele prazer, mas era absurdo sentir tanto em um orgasmo, é como se um desencadeassem cinco ou seis, minhas pernas ainda estão tremendo.

— Eu não brinco em serviço Luna! — Cam sabia que pedia para meu corpo parar de sentir prazer, ou eu ia acabar louca.

— Quer elogios Alfa?

— Não preciso de elogios quando sua carne ainda tremula do orgasmo que lhe proporcionei. — Cam não se afasta ainda, fica cheirando meu pescoço e acariciando minhas costas prendendo meus pulsos contra a pedra. — Meu lobo está satisfeito em dar a sua companheira os prazeres da carne.

— Quando vai me amar Cam? — Cam eleva sua cabeça seus olhos dourados brilham uma dor crua neles, me puxa pra si e me mantem rente a seu corpo, só nos tira da pedra, de repente me sinto crua, necessito dessa resposta, então noto que é Luna quem cobra, como se o sexo e todo o prazer me fizessem a liberar.

— Eu não sei. — Diz se afastando, me sinto nua e perdida, eu queria a parar, só que essas perguntas são o cerne dos meus dias.

— Você acha que algum dia vai conseguir me amar? — Eu preciso saber, Cam desvia seus olhos dos meus e me deixa dentro da água para buscar meu maiô e me entrega. — Isso não é justo Cammael! — Me visto, e fico olhando para longe, diante do silencio opressor, Luna afunda novamente desvanecendo — Pode me deixar sozinha.

— Eu quero. — Então olho para ele parado ainda na margem. — Eu quero amar você Pan.

— Então tenta... Para de agir comigo dessa forma... Porque eu sei o que sinto... E pior ainda é saber como tudo isso acaba.

— Pan, eu preciso de tempo.

— Acho que li livros de mais pra saber que quando o cara diz isso é porque ele nunca vai amar... Sabe? Eu quero tempo, eu quero distancia,  eu preciso realmente, porque  não quero ser usada, Luna parece uma fumaça agora querendo sumir em meu peito.

— Eu não estou usando você, eu realmente estou tentando Pan! Isso que temos essa atração sexual é  algo bom.
— Sexo? ESTA ME DIZENDO QUE SEXO É A ÚNICA COISA QUE NOS LIGA? — Grito com ele.

— Merda! NÃO. — Esfrega os olhos e eu acabo voltando a olhar o rio correr, é a primeira vez que vejo falar alto, talvez eu devesse fazer o mesmo que o rio, me deixar levar pela água, em algum lugar eu vou acabar. — Sei que não entende como me sinto, eu tinha sentimentos por alguém, eu planejei uma vida com ela.

— Tem que existir uma forma de romper esse vínculo.

— Não tem!

— Desculpe estragar sua vida. — Me levanto e saio da água e começo a subir pela margem.

— Pandora? Vamos conversar.

— Sobre? — Se fosse sobre seu amor por Lunara eu não queria ouvir.

— Eu quero que tenhamos um bom relacionamento.

— Comece.

— Eu proponho iniciarmos uma amizade, já que você se sente usada porque eu não te amo, vamos começar do zero, eu me disponho a te conhecer, eu prometo que não vou passar dos limites.

— Acha que você ou eu vamos conseguir? Você não tem outra pra se satisfazer Cammael, seu lobo não permite me trair... Como vai suportar ficar sem sexo?

— Se eu escorregar eu te dou o que me pedir. — Tudo que não pode me dar, seu coração é o que quero.

— Eu ainda me iludi pensando que você não amava Lunara. — O vejo engolir nervoso.

— Sentimentos Pan, eu nunca falei que a amava. EU NÃO POSSO ME DAR AO LUXO DE ME APAIXONAR.

— Claro.

— Não! Você não entende que paixão,  amor são fraquezas que podem ser usadas contra um alfa, imagina colocar um componente como o amor em vínculo de acasalamento sem que sejamos companheiros predestinados.

— Se eu fosse sua companheira predestinada, você me amaria?

— Dificilmente eu conseguiria não amar.

— E o que Lunara representa?

— Não existe concorrência entre as duas, não entendi que você ganhou?

— Deslealmente.  — Me viro e começo a subir, Cam me puxa e me prende contra a pedra gigantesca que tem no caminho, me beija a força até que correspondo, quando seus lábios se afastam... Parece relutar.

— Me ajude a te conhecer, por favor Pan, eu preciso confiar em você, eu preciso me libertar do sentimento de que você vai me abandonar, que vai me trair.

— Amigos então.

— É um começo.


Obcecada por o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora