DEZOITO

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C.A.P.I.T.U.L.O 18
Primeira Lua Cheia

A lua cheia chegou e minha pele parecia ter formigas andando sobre ela, eu me pegava passando as mãos por meus braços na agonia, quando não eram nos braços era na coluna inteira, eu caminhei de um lado pro outro nada parecia ajudar, preferi ficar no quarto, enchendo a banheira gigante que tinha no banheiro, eu a tinha ignorado nos outros dias, usava o banheiro apenas do lado mais simples, evitando ver o quanto tinha de luxo e requinte estalados naquele ambiente, Cam tinha um gosto pelo conforto.

Corri minha mão distraidamente pela superfície da água fumegante sentindo a picada da quentura, tinha tirado toda a roupa, porque roupas era incomodas hoje, e esperava a torneira de água fria quebrar o calor, derramo um pouco de sabonete líquido e entro até ficar apenas com a cabeça de fora, minhas juntas estavam estranhas, podia as sentir uma por uma... Espasmos musculares e sensação de que meu corpo queria redirecionar cada osso e sua forma.

Talvez tenha pegado no sono dentro da banheira porque sou acordada por som de passos, estranhamente os passos pareciam alto demais, o cheiro de flores de alguma fruta invadia tudo a minha volta me mexo na água já fria no escuro porque meus olhos estavam dolosamente incomodados como tudo em mim... Meus olhos focam na garota parada do lado da banheira, estava nua e com os olhos mais escuros que já vi na vida, negros como a noite, seu cabelo negro em ondas, sua pele clara, suas mãos e braços cobertos de uma lama preta, o mesmo com seus pés e canelas.

- Quem é você? - Exigiu feroz, senti o comando em seu tom, rouca e melodiosa.

- Eu? - eu não precisava me apresentar, eu estava onde devia estar, mas mesmo assim algo chacoalhou e disse, diga a ela. - Sou Pandora! - Me levanto mantendo uma calma que não sei de onde ela veio, algo sussurrou em minha mente, cuidado ela pode atacar, então pego a toalha e me enrolo antes de sair da banheira ela dá um passo pra trás a luz era da lua e consigo visualizar completamente seu rosto, ele tinha dor nos seus traços delicados uma face cheia de beleza.

- Não! Quem é você? - Rosna vejo ela tremer, espasmos a sacodem e sai do banheiro como se minha presença a expulsasse do lugar onde estávamos sempre de frente a mim, não me dando as costas uma guerreira alerta, agora dentro do quarto todas as janelas estavam livres das cortinas, o clarão da lua iluminava, vejo o rastro de lama das pegadas de lobo até virarem pés humanos, seus braços estavam sujos já tinha percebido e compreendi que ela tinha vindo até ali em sua pele de lobo.

- Sou Pandora, a pergunta é quem é você? - E talvez ela tenha entendido que por mais que ela exigisse ainda assim eu estava onde devia estar, ela não era dali.

- Lunara! - Diz rápido e olha a sua volta. - Onde ele está?

- Ele quem? - Então o peso do nome, despertou minha mente ainda atordoada por ter sido despertada do sono pesado, estava tão cansada e letárgica. - Está buscando Cam? Ele não está aqui... - Ela olha confusa pra mim me calo, enquanto ela entorta sua cabeça lembrando um cão observando, ao perceber isso falo em voz alta. - Você devia sentir isso, que Cam não está aqui... - A certeza me fazendo perguntar mesmo assim, a garota estava atras do companheiro. - Você virou loba nessa lua?

- Sim... Eu não entendo! - Sua cabeça virava para todos os lados, olhando o lugar, farejando vi pelo leve dilatar de suas narinas, estava tão confusa quanto eu estava, seu coração bateu forte ao ponto de o escutar, e isso também se assomou em mim, como eu podia escutar seu coração batendo? Eu também sentia o chamado da lua.

- O que não entende?

- Eu me tornei loba, eu não senti nada de chamado, então eu pensei que fosse pela distância, eu vim correndo até aqui. - Ela veio pra ele, respiro fundo e caminho pra onde deixei minhas roupas e me visto, ela nota como estou nervosa, como ela também está.

Obcecada por o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora