DEZENOVE

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C.A.P.I.T.U.L.O 19
Julgamento e Sentença



A Loba dentro de mim se tornou territorial, as únicas outras duas que ela aceitava perto era Be e Milli, Sara teve que ser dispensada no terceiro dia de lua ou eu rasgaria sua garganta porque ela não me respeitava, a fera agora a flor da pele era vingativa.

— Beta com alma de alfa! — Foram as palavras de Noah sorrindo quando me recusei a aceitar aquela mulher me ordenar a descer porque as outras queriam limpar o quarto, eu não permiti, eu mesma limpei e eu mesma arrumei, a loba estava irritada pelo como o companheiro a tratou, se recusou a sair e ver o mundo.

Nem toda a necessidade no penúltimo dia de lua a fez emergir, não me deixou em paz, ela queria correr, mas não queria se dobrar a um macho alfa que queria a ver, ela não daria esse gosto a ele, não depois de sentir aquele ódio.

Depois de rosnar e pegar Sara e atirar pelas escadas, entenderam que eu não era qualquer loba, Luna disseram e a fera dentro de mim entendia muito bem o que esse título significa.

Nem um lobo pode te tocar, te ferir ou te desacatar, o alfa é a autoridade suprema dessa alcateia, você é parte do lobo mais poderoso que rege os lobos inferiores, não importa poder aquisitivo aqui, aqui é a lei do mais forte, eu sei que você nasceu humana, cresceu humana, não sabe nada da nossa cultura, mesmo que tivesse nascido lycan, mesmo não sendo um alfa por natureza, Cam é o alfa e você o reivindicou pra si, não importa o quanto ele relute ou não goste, vocês estão conectados a certo ponto que se você morre ele enlouquece, perde o controle, porque acha que outros perderam seu posto? O que você representa agora? Você é o ponto fraco do alfa.

Como ponto fraco de um alfa eu e ela não éramos qualquer ponto fraco... Luna eu a chamei, ela riu rouca, que seja então, eu seria a Pan e ela a Luna, juntas seriamos Pandora a Luna da Alcateia da Garra da Morte com essa constatação saio do meu quarto para tomar café com os demais integrantes da família, ontem eu senti o cheiro de Cam, dentro dessa casa o babaca esta pensando que ainda sou humana? Ele nunca saiu dessa casa e isso me irrita muito.

— Tem algo diferente em você hoje? — Cutucou Be ao me ver na sala do café da manhã, não aquela requintada, a mais trivial, até a casa parecia mais leve menos opressiva depois da saída de Sara, Be é travessa ao falar, eu só digo.

— Acho que Luna está mais tranquila sem ninguém querendo colocar uma coleira nela. — Respondo vendo seu sorriso se formando a cada palavra.

— Então sua loba gosta do nome?

— Ela é branca? — Aquela consciência animalesca elevou-se e disse não releve nada, estão tão curiosos que posso sentir o cheiro, mas tudo que disser chegara aos ouvidos do interessado, lembre-se ele sabe tudo que acontece nessa casa.

— Não sei. — O silencio depois disso só é quebrado pelos sons triviais de cortar pão, mexer o café na xicara, e do remexer nos acentos.

— Cam solicitou uma visita. — Be muda de tema suas sobrancelhas elevadas de surpresa ao ler o papel colocado à seu lado. — Parece que compreendeu como você se sente quando invadem seu território.

— Meu quarto você quer dizer!— A casa é dele, ele tem direito a vir aqui, não precisa de convite... Mas se ele quer bancar o educado podemos fazer isso. — Mantenho a farsa que ele deve ter ordenado a elas não revelarem que está aqui em algum lugar, eu não me dei ao trabalho de procurar, mas seu perfume surge e some.

— A nova governanta aguarda para ser apresentada. — Milli sorri para mim, correspondo ao seu sorriso e toco em sua mão perto da minha ela me alcança bolo.

— E você gosta dela? — Pergunto só pra ver até onde ele vai manter essa coisa de educado e respeitoso.

— É mais beta.

— Sendo mais beta o alfa acha que vai ser mais fácil, uma casa de betas.

— Tem dois alfas nessa casa, acredito que um terceiro entra e sai sempre que quer, eu já sou boa em sentir odores e reconhecer. — Decido ser franca.

— Não podíamos dizer isso.

— Eu sei ordens superiores.

— Ele está morando no andar de baixo. — Be comenta apertando a boca em uma linha e apontando para o chão.

— Imagino que o alfa número 3 tenha ficado tenso porque eu quase descubro o novo quarto do irmão dele.

— Estão terminando a reforma.

— Ele não precisava disso, bastava ter me deixado ficar no território dos Sangre.

— Bom dia! — Eu só precisava de uma manhã sem sentir essa aura alfa me oprimindo... A loba em mim quer dizer curve-se a mim, quando o lobo dele nos empurra pra baixo...

— Bom dia amor!— Betany o responde, eu bebo meu café para depois o responder, assim evito os ver se beijando e como o Noah olha sua companheira... Dor.

— Bom dia Noah.

— Bom dia alfa!— Milli a meu lado responde eu a olho por tempo suficiente para ela tentar sorrir pra mim. — Não é todo mundo que consegue Pan! — Se justifica e eu dou de ombros.

— Como estamos hoje Panzinha? — O cheiro dele enche a sala, o sorriso irônico, o olhar atento.

— Até 1 minuto estava feliz não sentido essa coisa que você emana.

— Beta? Tenho minhas dúvidas! — Diz pegando ovos e outras coisa mais pesadas, carne, queijo um senhor prato. — O que acham de darmos um passeio pela cidade últimos dias de lua cheia?

— Mês que vem tem mais! — Resmunga o Tobias, aperto meu garfo com força, controlando a vontade de rosnar, quando o irmão alfa número 3 e mais babacas de todos só perdendo para o Cam entra cabelo cortado social estilo serie de mafioso, quem ele acha que é? Babaca. — Cam já chegou?

— O correto seria já subiu! — Os dois machos se encaram e depois Noah é quem pega o papel e empurra pra mim, sentado à minha frente, cadeiras de sobra de ambos os lados, o insuportável do Tobias na primeira cadeira da esquerda ao lado da cabeceira uma cadeira então Milli, então eu melhor eu não ver sua cara facilmente.

— Cam não precisaria agir assim! — Resmunga.

— Tobi! — Como Noah o repreende me regozija de uma forma inexplicável e só por isso o tolero... Só como ele pronuncia o nome é uma centena de palavrões.

— Cam pode subir? — Be pergunta, tem sei lá o que naqueles olhos, olho para a cabeceira da mesa vazia as duas, já que me recuso a sentar no acento que me compete, meu segundo ato de revolta. — Só tenta.

— Não é ela quem tem que tentar, é o Cam! — Ser desprezível e lascivo com certeza é seu segundo nome, encaro Tobias.

— Ele pode subir, vir, eu já terminei aqui, com licença! — Eu nem fecho a boca ou sou rápida o suficiente para sair pela porta Cam entra por ela e nos esbarramos bem ali... Graças aos reflexos da minha loba evito a colisão, o contraste em nós dois e nítido em nossas roupas, estou com uma blusa de ceda de alcinha e um short de malha dessas que usam para exercícios, já ele usa uma camisa gola alta branca e um blazer e calça azul marinho, tudo de corte e ajuste perfeito, aquelas roupas feitas por alfaiates sob medida.

— Como passou a noite, Luna? — O som rouco é profundo era como uma carícia em minha pele, os olhos de Cam estavam mais límpidos o dourado olhando como se direto para Luna.

— Luna não está! — Deixe recado, quis dizer quando passei saindo do cômodo e caminhando para as escadas pisando fundo.

— Pandora, fique.

— Não.

— Pandora. — Comando, meu corpo automaticamente para, fico ali parada na escada.  — Um momento em família.

— Sua família está toda a mesa Vossa Majestade, estou lhes dando a privacidade que todos gostariam de ter com você.

— Até quando vai agir como uma criança.

— O que mudou? Porque do nada tentando tomar café e querendo me incluir? — Eu tinha chegado ao segundo degrau, então desço para o encarar, eu o temia sim, mas estava brava com ele.

— Porque é o sensato a fazer! Lunara já contou sobre nós e se seguirmos com o distanciamento o plano de Tobias e Betany não vai funcionar.

— Então é sua forma de dizer que vamos ter que brincar de família feliz desde já? A criança aqui não tem experiência em ser feliz.

— Pandora... Ou é isso ou o peso de uma guerra e muitos inocentes mortos porque você me fodeu. — Não precisa gritar quando se tem um poder sobrenatural que faz todos se curvarem, não precisa gritar quando pode fazer sua voz ficar opressiva, não precisa gritar para mostrar poder quando se é um alfa.

— Não tem ninguém aqui para convencer meu alfa. — Meu joelho cede e caio se joelhos porque ele usa aquilo contra mim, Cam caminha até minha frente, parando ali, me obrigo a elevar meu rosto e o encarar de baixo, essa é a mensagem.

— Porque não facilita e se rende?

— Sabe quando eu vou expor minha garganta pra você? Nunca. — A dor é insuportável porque meu coração está sendo quebrado nesse exato momento, os olhos dourados se foram e o vermelho são tudo que vejo.

— É difícil eu sei! — Ajoelha gracioso em um de seus joelhos toca o piso o outro ele apoia o cotovelo, sua mão segura meu rosto no maxilar ele força pro lado, eu tento me livrar, ele nem se esforçar e mesmo assim me prende. — Dói em mim também, tem doido noite após noite... Pan?

— Pode foder com quem quiser eu te dou um vale noite. — Cam sorri seco, Noah está parado olhando, não deixa nem um vir, sozinha, Betany está gemendo, Milli vomita, ele machuca a todos quando me castiga.

— Quem eu quiser? — Seus olhos ardem, fúria a aura diminui.

— Sim, pode correr pra sua amada Lunara e fazer com ela o que nunca fez... Quem se importa!

— Tudo bem! — Se levanta, olha para Noah, e  dele para os outros. — Sinto muito, peço desculpas a todos. — A um silêncio em minha mente, como se estivesse sozinha outra vez, sou suspensa Cam move e me coloca sobre seu ombro, meu estômago contra sua clavícula, seu braço por trás das minhas coxas... Eu ainda não estava entendendo, quando ele caminha comigo porta fora da casa, e vejo alguns lobos saindo da casa os trabalhadores, as faxineira, as cozinheiras, os jardineiro, outros, Noah, Tobias, Betany e Miliam, tento me elevar apoiando a mão em suas costas.

— Onde? Onde está me levando? — Todos começam a sair dos comércios, das lojas, as pessoas sentadas nas praças ninguém diz nada, apenas seguem quando ele passa, a tantas pessoas atrás de nós, tantas, centenas, milhares a cidade toda parece caminhar junto. — O que é isso? Por favor... Cam por favor. — Quinze minutos em silêncio, só para em frente a um prédio chamado prefeitura Cam me coloca no chão.

— Alcateia da Garra da Morte. — Diz solene em um tom mais elevado o tom de um líder. — Eu Cammael Lucius Mortagh lhes entrego a sua Luna. — Empurrada com gentileza com sua grande mão firme na minhas costas.

— A humana que se convidou a toca do alfa. — Tobias os lembrou ou fez questão de enfatizar, o silêncio perdurou, eu me senti incomoda, pequena, insignificante.

— Todos sabem seu crime. — Noah atravessa a rua ficando ao lado de Cam, Tobias já estava lá. A tríade.

— Como alcateia todos tomamos decisões importantes... Estamos em um momento complicado, como seu alfa eu escolhi uma fêmea que seria uma Luna a altura dessa alcateia, mas o destino traçado pelos deuses, aqueles mesmo deuses nos protegem, que nos puniram através dos nossos antepassados, mas também nos deram uma saída... Luna tem três faces e em uma delas teve pena de um macho... Assim nos dando uma saída.

— Dários. — Muitos gritaram o nome, eu mal conseguia respirar.

— Eu só teria essa alternativa se a mulher que me tirou o direito de escolha, não fosse uma mulher. — O que ele está falando. — Como todos sabem nossas leis foram criadas de lobos para lobos, não se aplica a meios sangue. — Então Cam olho diretamente para mim. — Isso quer dizer Pandora que eu só teria essa alternativa se você fosse uma loba. — Meu deus, o que ele quer dizer com isso, é lá no fundo da minha mente a palavra rechaço emergiu como minha loba branca como a neve, ela sentiu a dor mais excruciante e eu estremeci. — Nossas leis são claras é um crime e sempre será, se a deusa abençoasse com um filhote o lobo atacado não teria escolha, ele deve cuidar da sua companheira e filhotes, tentar ser um bom companheiro. Se não houvesse nada vindo de bom desse crime teriam uma escolha o lobo pode rechaçar aquela fêmea, quebrar o vínculo, para quebrar o vínculo exige força, exige sacrifício, eu posso dar a vocês o poder de escolha, escolham meu futuro, me manter com essa fêmea e gerar filhotes fortes para um futuro melhor para a alcateia, ou romper o vínculo e me tornar um lobo solitário ao qual somente a minha verdadeira companheira possa reivindicar.— Várias das pessoas começaram a gritar discordando, alguns estavam assustados então um ao longe disse.

— Se tornar um lobo solitário e tudo que o Deus que nos amaldiçoou queria evitar.

— Ninguém merece viver uma vida amarrado a uma fêmea que não deseja. — Rebateu outro.

— Melhor uma fêmea a nem uma. — Disse um mais perto.

— Lobo solitário exige que ele abandone sua posição de alfa, quantos alfas supremos você já conheceu? — Mais um membro fala.

— Já chega, seus idiotas. — Escuto uma fêmea dizer, ela caminha para mais pra frente. — A fêmea cheira a alfa, do tipo Sangre... — Um som coletivo como se fosse algo especial, assombro.

— Dois ou três Sangres andam na terra... Desde a queda. — E eu os conhecia.

— É engraçado que a herdeira da queda seja justamente quem volta para afrontar, não foi o Jonas quem disse que um dia ele se vingaria por o separarem da companheira?

— Herdeira ou não ela cometeu um crime, um que exige castigo.

— Eu voto que o alfa siga com a fêmea, uma Luna Sangre é reparação por o que fizeram ao jovem Jonas Sangre. O castigo eu ofereço uma caçada selvagem.

— Eu já sugiro o primeiro cio sozinha urrando de dor por pau. — Muitos machos riram.

— Não é dessa vez alfa que você se livra da coroa... Nem da Luna... Que se foda, açoite é a minha sugestão. — Me açoitar, temo caçada selvagem seja exatamente isso, cio sozinha... Engulo nervosa.

— Eu não desperdiçaria uma Sangre... Sei lá quantas nasceram deles, só machos, alfas e betas. Teria garantido um filhote macho, depois você pode mandar ela morar na montanha... E ir visitar na montanha.

— Ainda prefiro castigos mais requintados... Ela parece precisar de disciplina... Garanto que está querendo desafiar o alfa... Ensine a fêmea. Dobre sua vontade tire sua escolha, puna da sua forma alfa, sei que pensou nisso, se não fosse algo que todos nós precisamos saber, pelo compromisso rompido com os Selvagens. — Chorei de raiva a cada palavra dita por Caleb Forte, beta dessa alcateia, controlo o choro e caminho até ele.

—  O que acontece se eu rechaçar? — Eu fui toda dentes e presas e ira, Caleb da um passo pra trás. — Hum? Loba solitária, imagino, vai doer, exige força, eu posso fazer isso. Linhagem ele tem Tobias e Noahel podem dar seguimento a alta realeza Mortagh.

— Pandora, não ouse. — Me volto para Cam a pose de líder justo e bom, eu conheço outra face.

— Não ouse? Tudo que fiz foi porque eu amei você tanto e eu só queria uma vez com você, eu não sabia dessa história toda de vínculo de acasalamento, eu não sabia de que ele estaria recolhido no cio dele porque se ele disfrutasse dele estaria acasalado, Cam me disse que não  podíamos romper porque ambos sofreríamos porque lobos só tem um companheiro, se não sou sua escolha, se a deusa não nos abençoou, se ele me odeia, porque você me odeia. — Cam me deixou falar.

— Uma Sangre quem disse que ela é beta? — Uma fêmea sorrindo disse... — Alfa com certeza.

— Todas as vezes que nasce um alfa supremo, ele passa exatamente por isso, uma fêmea se julga a escolha e comete o mesmo erro não aprendendo com o passado.

— Por que será? Não seria os alfas supremos que deviam aprender com o erro dos seus anteriores? Pelo que vejo eles sempre fizeram exatamente o que este alfa está fazendo, mesmo que eu passe ou seja por um castigo, caçada ou rechaço, de qualquer forma todos os dias ele vai me causar dor, vai me ferir, vai deixar claro que me detesta, juntos ou separados, ruim de todo o modo.

— Pare agora. — Ordem, era isso...

— Podíamos a julgar por insolência? — Cam olha para o macho e mostra os dentes, um rosnado de alerta este some.

— Eu e somente eu tenho esse poder de rechaçar foi a minha escolha a não ser respeitada, se fosse a sua aí então o poder estaria com você.

— Então faça! — Não consigo controlar o choro, Cam se aproxima e tira uma mecha do meu rosto.

— Eu não quero... — Não quer? — Eu quero ter filhos, e quero cuidar do meu povo, eu nem comecei a fazer tudo que planejo pro nosso povo. Você é teimosa... Desobediente... Eu estou muito bravo com você, mas não posso esconder o que você causa em mim... Eu vou seguir com o que planejamos, os Selvagens não entram em guerra se alegar que senti o chamado, Lunara pode ser a peça que faltava, ela forçou sua transformação até conseguir, e não, ela não é minha companheira.  — Cam disse isso olhando em meus olhos. 

— Acho que alguns de nós já entendemos. — Um lobo disse vindo pra frente, eu gostaria de ter entendido, seja lá o que esse lobo tenha entendido, sigo como se usasse uma venda.

— Cace-a Cammael. — Disse o macho loiro ao seu lado e ambos elevaram as mãos, mais deles o fizeram, eram tantos, Caleb eleva sua mão, algumas fêmeas levam suas mãos em seu peito cobrindo os corações. — Na lua vermelha daqui cinco luas.

— Prata e tudo... Cace a Luna... E de preferência a emprenhe... Então teremos uma segunda geração de supremo dentro dessa alcateia.
Todos os machos presentes elevaram a mão, então algumas fêmeas elevaram, e depois disso Cam falou.

— Pandora Olimpiano, você foi julgada por sua transgressão, sua sentença é culpada, seu castigo é daqui cinco luas cheias, no primeiro dia de lua vermelha será largada no meio de uma floresta, vai viver por todos os dias de lua vermelha como os antigos lobos, e eu estarei atrás de você, se te pegar posso fazer o que fez comigo, devolver na mesma moeda, sem escolha, sou o predador e você a caça os papéis serão invertidos. — Uivos reais de pessoas ecoaram.

Cam me deixou sozinha, a maioria da multidão se dispersando voltando a rotina da cidade, crianças correndo, uma menina loira com um olho verde e outro azul correu para mim e me abraçou pela cintura.

— Vem vou te mostrar a floricultura da minha mãe, me chamo Kali. — Sua mão fica estendida no ar, olho a minha volta alguns ainda me observando da forma mais discreta outros realmente vigiando.

— Pandora... Pan, é um prazer lhe conhecer.

— Que bom, você é a primeira Luna que conheço.  — Onze anos ou menos não saberia dizer, então caminhamos pela primeira vez nas ruas de Garra da Morte, era linda com tantos prédios com fachada pitoresca, algumas em pedra, outras em madeira, algumas de materiais modernos, a calçada limpa, as ruas da mesma forma, barracas de frutas, eles vivem muito tranquilamente, celulares largados em lugares em que numa cidade humana seria entregar pra um ladrão, tem um colar de ouro sobre um branquinho porque o dono está cavando um buraco junto com outros dois... Os odores de tantos deles parecem se enfileirar para que meu olfato os catalogue.

— Olá! — Diz uma mulher tão loira quanto a menina os mesmos olhos. — Kiliane... Desculpe Luna ela só falava em lhe conhecer desde o dia que foi espalhado que tínhamos uma Luna.

— Tudo bem.

— Entre, estou fazendo alguns boques de flores para a cerimônia de emparelhamento da minha sobrinha... Me chamo Felicia.

— São muito bonitos... — Elogio o trabalho os lindos ramalhetes de flores eram tão delicados e cheio de lírio do vale branco. — Pandora, Pan! — Me lembro que não me apresentei, pego em suas mãos delicadas ela sorri.

— Obrigada, quer um chá? Estava tão apreensiva lá, ainda cheira a medo, não precisa se preocupar... As vezes Cam parece muito perigoso, mas é um bom macho, confio no trabalho que minha amiga fez.

— Sua amiga?

— Sim, a mãe dele era muito minha amiga, eu era sua dama de companhia enquanto era viva.

— Eu quero ser sua dama de companhia Luna. — Diz a menina rodopiando entre os moveis da pequena loja de flores.

— Creio que você não tenha idade. — A mãe entrega uma moeda a menina que sai sorrindo e saltitando. — Desculpe de novo, ela tem uma mente muito cheia de fantasias.

— Tudo bem. — A garota traz uma caneca de chá. — Obrigada Kili. — Tomar o chá foi difícil eu ainda estava zonza, confusa, depois de tudo.

Obcecada por o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora