DEZESSETE

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C.A.P.I.T.U.L.O 17
Distanciamento


Seis dias em que fugi de Cam, sete dias entre a vida e a morte, oito dias sem sinal do alfa nessa casa. Depois do terceiro dia eu já estava me acostumando que veria apenas Noah e Tobias de relance, o último nem me olhava.

Eles não contam os dias como nós, tudo é baseado na lua, e assim sendo estávamos entrando na lua crescente. Então eu o sequestrei na cheia, fugi na minguante, fui pega na nova, que ao ver de Mille é algo bom porque nova é sinal de boas coisas, e estamos entrando na crescente.

Todos os dias eu aprendo algo sobre a cultura deles, minhas coisas chegaram caixas que reconheci assim que um dos lobos começou a subir pro meu quarto, já que algumas coisas do ex dono foram retiradas aos poucos, malas e mais malas foram silenciosamente retiradas com seus itens de uso pessoal todas as vezes em que eu estava em algum lugar conversando com Milli e Be.

Elas não sabiam o porquê ele estava retirando suas coisas, eu sabia, essa ausência em casa já ditava que ele não se sentia em casa com minha presença, as caixas estavam todas com novas fitas diferentes das que usei, muitas coisas estavam mexidas, outras arrumadas quase idêntico ao como eu as coloquei, era evidente que eles tinham periciado tudo que era meu.

Eu não tinha permissão para usar um computador, então acabava descobrindo onde Cam estava por algum noticiário, era como antes só que pior, eu não podia nem ver suas fotos, se eu quisesse tinha que descer ao subsolo e ir até seu escritório que Milli me mostrou ontem, enquanto Be e Noah namoravam no andar de cima.

Tudo era pensado nele e em toda a gloria de um rei frio e distantes sem sentimentos ou que não gostava que soubessem quem ele era, como me pediram para deixa os carregadores fazerem seu trabalho e que eu devia descer porque a Luna não precisava ficar na presença dos trabalhadores, como se fosse algo ofensivo os  ver trabalhar, ou talvez eu era que fosse o problema, eu precisava me lembrar constantemente que todos eles sabiam o que eu tinha feito para alcançar o posto.

A governanta da casa era uma senhora linda e fria, que me olhava de baixo acima com seus olhos azuis safira como se eu fosse um papel de doce largado em seu chão, não era a mim as perguntas de cardápio do dia que eram feitas e por mais que Betany exigisse dela me consultar Sara se dirigia a Betany todas as vezes.

Milli estava fora com Betany tinham ido buscar algumas encomendas delas para mim, já que estava andando por ai de chinelos emprestados, pelo menos nosso pé, o meu e de Milli eram do mesmo tamanho. Acabo de frente com a porta do escritório de Cam, o cheiro dele dentro do lugar era uma presença reconfortante apesar do ar frio. Fora daquela sala, tinham uma academia particular, um ringue de boxe, vários aparelhos de musculação, tudo novo e tudo bem cuidado. Um banheiro com chuveiros e uma porta para o lado de fora que dava em uma garagem, nada estava trancado eu só fui levando minha mão na maçaneta e abrindo.
O mar de carros de luxo e esportivos era opressor, ali entre muitos carros uma única moto se destacava a minha... Era estranho ver que ela estava dentro de uma caixa quadrada de vidro e iluminada como um troféu. A plaquinha dizia: Pandora Olimpiano.
Minha por que a comprei de uma jeito muito ilegal, e a usei para fugir era a única ligação com essa mota, não tinha valor sentimental para mim, talvez para Cam ter essa moto representasse que ele tinha vencido seu inimigo, nesse caso eu, eu era uma prisioneira nessa casa, impossibilitada de sair pela porta da frente.

— Quando vi pelas câmeras de segurança onde você estava eu tive que vir até aqui só pra te alertar! — Tobias estava parado na porta de entrada que dava acesso ao ginásio e a casa, ainda de toalha cabelo molhado corpo exposto como se tivesse acabado de sair do banho.

— Não posso estar aqui? — Sussurro a pergunta de modo confuso, porque minha garganta esta se fechando, o ar fica difícil de inalar, meu corpo inteiro gela.

— Não pode! Aqui embaixo é o lugar do meu irmão, já não basta o ter expulsado da própria casa.

— Eu não...

— Olha comigo não cola esse ar de sou inocente, inocente é o caralho! Pra mim eu tinha resolvido de outra forma.

— Sinto muito.

—Não sente, você está por aí se sentindo que venceu, não imagina o que vem pela frente.

— Eu...

— Cala a porra da boca e sai daí, ou quer que te tire pelos cabelos? — Estava com medo dele, medo de verdade, medo que me paralisa, eu mal consigo respirar, ele me odeia, me odeia como meu irmão me odiava, de uma forma que pode ser mortal... Afinal de contas ele tinha tentado matar um potencial filhote que podia intervir nos planos de vingança e castigo que eles esperavam me dar, só não contava que eu tinha sangue lycan sendo ativado pela saliva a qual fui exposta quando Cam me marcou como companheira, naquele dia a mordida pra mim não tinha sido algo tão emblemático, depois desses dias com eles sei que é como eles definem os estados de casado e solteiro... Acasalados tem mordidas em seu ombro esquerdo. — Agora é surda? Porque não está se movendo!

— Eu... Por favor, n-ão consigo me-me mo-ver...

— Merda. — Marchando para onde estou eu não consigo ficar parada vou me afastando de costas, é como encarar um leão, um tigre, um lobo, acabo caindo por cima de um dos carros o alarme dispara com o choque do meu corpo sobre o capo, ele pega em meu cotovelo e me arrastas para dentro do ginásio, segue até chegarmos as escadas pretas e brilhantes e me empurra para subir, estou chorando, ele resmunga. — Odeio humanas... Odeio você em especial mais que qualquer humano... — A cada odeio eu era empurrada e quase perdia o equilíbrio. — Fique longe desse andar, fique fora da minha vista, e fique na porra do seu lugar qual seja ele que meu irmão vai definir. — Seu maxilar estava tenso, seus olhos esverdeados eram ódio puro, se não fossem as palavras cheias de ódio, seu olhar diria o que sentia, e essa aura a sua volta me repelindo e me fazendo ficar tremula como se minhas pernas não fossem capazes de me manter em pé, como o peso de sua aura alfa exigisse submissão minha, uma parte minha que esta vindo eu sei, eu posso sentir.

— Peço desculpas alfa, eu devia ter alertado a Luna que o nível inferior não é local permitido a ela. — Sara a governanta assume seu toque em meu cotovelo, os dedos de Tobias soltam quase que imediato, a fêmea me move para as escadas para subir para o quarto, ela não diz as palavras cheias de crueldade que Tobias diz, mas posso sentir, assim como as palavras frias e cheias de repreensão me afetam. — Não devia ter decido Luna, use esse nível e seu quarto, caso esteja entediada pode usar a área de lazer, passear no jardim são suas opções.

Eu não conseguia falar, esse eu era o eu de anos e anos sendo a filha não desejada, agora eu era a mulher não desejada, entro no quarto e a porta é fechada em minhas costas, sem um pedido de desculpas, sem um apoio, nada, esse era meu novo armário grande o suficiente para não ficar encolhida, mas sozinha o suficiente para sentir essa dor.

Limpo as lagrimas que estão nublando minha visão as caixas ainda estão aqui colocadas para que eu possa me organizar sozinha, ou talvez falte algo para que a grande equipe que cuida dessa casa imensa comesse a arrumar, seguro o choro, pelo menos tento, Cam estava certo em pensar que a toda aquela coragem era emprestada do seu sangue, porque não me sinto nem corajosa nem esperançosa, nem atrevida.

Fantasiei como eu o trataria quando nos encontrássemos, mas não sei mais se terei coragem suficiente ou audácia, talvez eu nem queira mais o encontrar. Vou até o frigobar pego água e bebo tremendo ainda, encaro o céu lindo de um azul claro perfeito, as poucas nuvens parecem ter  sido varridas. Apenas olhando em minhas caixas sei que elas foram mexidas como tinha observado, não só vasculhadas tem coisas faltando. Meus livros, só nela eu vi a ausência de um porta-retrato onde tinha a foto de Cam que mandei imprimir de um evento onde ele tinha comparecido, a moldura era de prata e tinha uns detalhes de desenhos de lua e lobos correndo nas bordas, pelo visto não sou digna nem de um retrato que paguei para ter.

Sento no chão ao lado da caixa e começo a separar os gêneros de livros que eles bagunçaram, apenas tiro tudo da caixa separo, organizo e devolvo a caixa, isso me acalma de certa forma, eu evito lembrar das palavras do homem a pouco, mas odiar era a palavra rondando minha mente... Cam deve me odiar bem mais que seu irmão... O irmão mais novo consegue demonstrar seus sentimentos, enquanto o mais velho os reprime, e apenas deixa que a pessoa se sinta ínfima.

Termino com a primeira caixa, tento manter minha mente no presente, esquecer o aperto da mão de Tobias em meu cotovelo como suas garras estavam fora, como o hematoma nele que me recuso a olhar porque olhar seria reviver novamente, e eu ainda tremia como um idiota covarde.

— Quem você pensa que é pra tocar nela Tobias! — Os gritos chegam através da minha porta fechada, mas não porque estão no corredor, estão no andar de baixo, algo cai e um baque mole, som de madeira rachando.

— E você acha que é o guardião da Luna é isso Noah? — Rosnando as palavras acabo me abaixando perto do parapeito de cimento e cubro minha boca tentando conter a onde de medo e pânico.

— Acho? — A palavra era uma pergunta com tom cáustico quando a repetiu tinha uma carga de afirmação como se Noah afirmasse em uma pergunta. — Eu Acho? — Parece se aproximar de Tobias. — Escute aqui, estou tentando manter nossa família unida, Cam não esta raciocinando muito bem agora! E não posso sair daqui, nem tirar Betany ou Milli para fazer algo que sou informado que você foi agressivo e machucou ela?

— Eu não machuquei ela.

— Não? A porra das suas unhas tem o cheiro do sangue dela. Merda... MERDA. — Então eu olho para meu cotovelo e lá tem realmente pequenos pontos já curados, algumas gotas de sangue escorreram eu estava tão apavorada que nem dor eu senti. — Tobias? Ele a deixou aqui porque sabe que ela esta a salvo! Tudo que temos que fazer é a manter- a- salvo, deu pra entender caralho?

— Eu estava ouvindo quando ele nos passou as ordens... Eu também estava lá quando ele disse para não facilitar pra ela... Ou você esqueceu dessa ordem.

— Grite com ela, a trate com indiferença, a humilhe mas não toque nela, do contrário ele não vai lhe parabenizar, se ele chegasse agora que por sorte não vai acontecer porque viajou pro Canadá, seu idiota, seu grandessíssimo idiota, Cam ia te espancar novamente, e não sei se ele ia se satisfazer só em te moer na porrada, porque se é a minha companheira que você machuca com intenção, eu ia te foder, arrancar o caralho dessas suas mãos pra me sentir contente.

— É irmão? A grande porra é que ele não se importa, ela é companheira, não o amor dele, é o que ela levou não o que conquistou, e te garanto que ele não vai se importar porque a peguei quase fugindo. — Aperto mais minha mão contra a boca, as lagrimas estão escorrendo, estão brigando, estão sendo claros o quanto Cam me despreza, me encolho levando meu tronco até que meu rosto cole no piso cubro meus ouvidos eu não quero mais ouvir, não quero mais saber por que dói... Elevo meu rosto colando a testa no piso, tento controlar as ondas de pânico, viro o rosto e abro meus olhos pra dentro do quarto encarando minhas coisas e vejo Be parada na porta, imóvel me vendo.

Não os escuto em lugar algum, eu sinto que em qualquer momento eles vem para mim, que vou ser arrastada para um buraco e ser trancada e deixada pra passar fome e frio, não sei se aguento outra seção de desdém, fico ali em silencio, Be se senta a meu lado me puxa para suas pernas e fica fazendo carinho em meus cabelos em silencio.

— Eu não estava fugindo! — Tento pelo menos umas três vezes até que saia algo compreensível. — Não estava, eu juro, não estava.

— Xi, xiiii! — Be me faz deitas a cabeça em suas pernas e fica ali comigo. — Eu sei... Desculpa por te deixarmos sozinha com eles... — Não sei quanto tempo passou depois de Be sentar comigo, ou se eles pararam de gritar e brigar, eu só queria me encolher chorar, como se o peso estivesse me sufocando, a voz de Milli me faz abrir os olhos.

— Eu fiz o chá! — limpo as lagrimas e  vejo Milli colocando uma bandeja sobre a mesa perto onde estamos.

— Vamos Pan isso vai te ajudar!

— Nada pode me ajudar... Estou além de ajudas. — Me forço a sentar e escorar minhas costas no parapeito ao lado de Be, ela me olha e sorri triste, embora eu não sinta nem uma vontade de sorrir, eu apenas olho aquele pedaço de lua no céu acima de nós.

— Luna, seja forte! — Diz acariciando meu ombro, eu me encolho puxo meus joelhos para o peito e apoio meu queixo sobre eles olhando para nada além do chão azul cinzento.

— Eu não sou. — Resmungo tão baixo que nem pensei que ela poderia ouvir.

— Sim você é, e vai superar isso, eles vão aprender pelo caminho mais difícil. — Milli me entrega uma caneca funda rosa claro cheia de chá, uma pra mim e outra pra Be.

— Aprender o que? Novas formas de me destruir sem colocar as mãos em mim? — Digo olhando de soslaio para Be que está fazendo o mesmo pra mim, mas não sorri está com raiva, seu cabelo loiro em cascatas por seus ombros suas pernas se dobram a sua frente e ela apoia os pulsos e a caneca neles.

— Tobias passou dos limites.

— Talvez seja melhor ele ir embora e iniciar uma alcateia pra ele, e espero que junto com ele todos os que pensam como ele o sigam. — Milli se senta do meu lado direito se espremendo entre o canto da sacada e eu.

— Milli por mais que eu concorde com você, a tríade tem governado a 50 anos.

— Eu sei que estamos em paz, sei que não vivemos com medo, nem estamos sobre ameaças.

— Só da alcateia Selvagens do Norte, por questões relacionadas ao acasalamento. Até agora a informação não vazou, eles ainda pensam que está tudo como a duas luas crescentes. — Be toma do seu chá Milli tenta me fazer beber da minha caneca me incentivando a beber o líquido fumegante.

— Do jeito que vai acho que alguém leal a Tobias vai entregar que o alfa está acasalado e como aconteceu. — A conversa é entre elas duas, porque eu não sabia nada fora dessas paredes, e nada dentro delas.

— Não, Tobi é leal a Cam, ele jamais ia permitir.

— Estou cansada! — Respiro profundamente chegando a suspirar. — Muito cansada.

— Eu gostaria que você bebesse um pouquinho que fosse, é camomila e erva doce apenas, pra acalmar, coloquei mel pra adoçar, eu fazia isso quando minha mãe precisava ficar calma porque meu pai era agressivo.

— Acho que lobos tem muito de agressividade, qual é o problema deles?

— Testosterona? — Be ri de se próprio comentário.

— O que aconteceu?

— Eu desci até o escritório, sei lá o que me deu, curiosidade, idiotice, tolice de gente apaixonada. — Resolvo beber o chá, era doce e bom. — Olhei aquele lugar, senti o cheiro de Cam lá, não mexi em nada, então olhando a mesa dele vi que tinha uma janela pro ringue e pra academia, sai do escritório e fui olhar o ginásio, vi o vestiário ou banheiro não sei como eles chamam.

— Eu chamo do clube dos babacas. — Be resmungou.

— Eu não sabia que não podia descer lá!

— Nem eu.

— Tudo bem Milli! O problema é comigo... Só comigo!

— E aí o Babaca número 3 chegou?

— Não... Eu fui pra porta da garagem, tantos carros caros e eu a moto que usei pra fuga.

— Opa!

— É eu notei que era algo que eu não podia ter visto, não é? — Puxei o ar minhas narinas congestionadas atrapalhando, não tinha nenhuma sombra de segurança em minhas palavras. — Aí... — Choro, elas sabiam. — Ele, ele me odeia, eu pensei que fosse me matar, eu travei. — Depois de um suspiro Betany disse.

— Não existem regras para você aqui dentro dessa casa, Cam não disse que não era pra ir a qualquer parte dela, eu sei que você não irá no quarto de Tobias sem ser convidada, ou mesmo que você seja convidada não vai ir.

— Não eu não vou sair desse quarto!

— Você é a Luna dessa alcateia, não pode viver dentro desse quarto pra sempre.

— Quantos dos lobos dessa alcateia a qual sou Luna porque abusei de um lobo no cio tem empatia e veem meu ato desesperado de amor pelo que ele é? Quantos me entendem? E quantos veem meu ato como um crime abominável? Eu não fiz nada que Cam não permitisse, eu tomei isso por regra, só se ele me implorasse para fazer sexo.

— Ele implorou? — Betany me pergunta eu respiro fundo, não foi miserável desse modo, mas eu sabia que hoje se eu o pegasse Cam não iria me querer. Então nego com a cabeça querendo chorar.

— Ele me ordenou... Bom estávamos brincando de lobo mal, aquela coisa de olhos, nariz e... — Fico vermelha como um tomate.

— Sério? Sério? Cam?

— Eu vou na cozinha. — Betany fica com aquele olhar de quem está imaginando coisas.

— Milli fique... É uma ordem. — A garota se senta na cadeira e fica girando a xicara. — Brincar de lobo mal por que Pan?

— Não sei se devo dizer.

— Ele se tornou lobo?

— Não, lobisomem. — Digo virando meu rosto e olhando a noite a nossa frente e pego minha xicara e vou pra fora.

— Você não fez o que estou pensando?

— Depende do que você esteja pensando.

— Em se tratando de Betany ela está bem fora do limite, até eu estou.

— Veja só se ele ainda falava.

— Falar naquela forma não é algo que se possa dizer que era falar, mas sim algumas palavras eram claras outras rosnadas. — Dou de ombros e me apoio nos cotovelos. — Nessa vez Cam me desafiou isso me irritou, ele fez de proposito pensando que eu teria alguma ressalva quanto a sua forma.

— Você fez sexo com Cam na forma de lobisomem? A primeira vez de vocês? — As duas estavam com olhares surpresos, as duas pareciam ver algo que eu não entendia. — Por favor me diga.

— Foi! — As duas gritaram e começaram a dar pulos e me apertar e me sacudir. — O que tem? Vocês não fazem isso?

— Dez anos e nunca tentamos! — Gemeu sorrindo. — Desculpe por tirar essa informação de você! O que tem? Homem e lobo a queriam.

— Ainda não entendi! Devia fazer sentido pra mim? Porque não faz!

— Humano nessa forma somos racionais como vocês, a segunda forma a mais simples a nossa forma a do lobo é mais animal, feral, vive de instinto, mas a lycan. — As duas gritaram empolgadas.

— É como nas profecias.

— Estou tão por fora... Meninas.

— Certo! Desculpe é que nessa forma é onde é um limbo de tudo, só existe um desejo, matar, caçar, matar e comer.

— A usamos para batalhas.

— Entendo apenas uma forma que agrega duas partes feita pra matar.

— É a nossa parte mais perversa... Assim é isso! — Be sorri, e tipo ela sorri do tipo tentando se conter.

— Desculpe, como conseguiu?

— Ele estava algemado lembra, preso a cama, eu só montei Cam.

— Sabemos que Cam tem um domínio acima do excepcional, isso sabemos, ele estava falando nessa forma, e ele estava excitado, o merda! Entendo por que ele está tão bravo... E aconteceu o nó?

— Aconteceu, então me diga!

— Se você fosse uma loba, se você mudasse para loba talvez vocês acasalassem nessa forma, essa parte eu já fiz, é legal é, mas nunca tentamos nessa forma, a minha eu, não quer ser dominada por Noah de forma alguma, ela não se dobra nem pro nosso companheiro.

— Eu não tinha uma forma extra, essa era a única ele poderia estar em qualquer das formas eu o teria.

— Ele nunca teria isso com a Lunara! Nunca.

— POR QUÊ?

— Sendo ômega meu lycan não se dobra por alfa, alfa não se dobra pra alfa, ele teria que machucá-la.

— Então Lunara estaria perdendo a melhor experiência... Porque foi, ele também ficou surpreso eu podia ver... Será que ele sentiu o mesmo que eu?

— Olha! Acho que vou procurar o Noah!

— Betany não conte pra ele por favor!

— Não, Cam ia saber imediatamente, ele ia querer arrancar sua cabeça... Eu só tive uma ideia... Você me deu a ideia... Se uma humana fez porque eu não posso. — Com essas palavras e pés tão leves como plumas ela correu para a porta e sumiu.

— Vamos dormir? — Milli me olha suas bochechas estão tão vermelhas que sua pele dourada não escondia.

— Eu sei, eu não me orgulho, mas não me arrependo.

— Eu convivo com lobos a vida toda, irmã? O pau é enorme não se machucou?

— Não, mas tive um orgasmo que desmaiei... Vi estrelas e escuridão de tão forte, minha pressão caiu.

— Acho que Be vai descobrir sozinha... Porque eu não vou atras dela não... Ela estava excitada enquanto você falava.

— Hum?

— Vamos aprender a trabalhar o olfato irmã.

— Vamos dormir.

Antes de dormir levamos as xicaras para a cozinha, eu queria comer alguma coisa, e fizemos sanduiches de presunto e queijo, bebemos suco de maçã e ficamos olhando a piscina, então Mille me levou para a ala dos funcionários e conheci seu quarto, era muito mais acolhedor do que aquele lá em cima, paredes verdinhas, uma janela que mais era uma porta, um armário, uma mesa e cadeira, uma poltrona, e uma cama, a televisão fixa na parede, um abajur de pedrinhas de cristal, era tudo a cara de Milli, os livros, as fotografias dela e da mãe no criado mudo, o tapete de crochê, um pouco de paz ali... Milli tomou seu banho e vestiu seu pijama, quando saiu do banheiro eu estava deitada em sua cama acho que ja tinha tirado um cochilo.

— Podemos dormir aqui! — Apagou a luz e se deitou atras de mim, me abraçando e dormimos as duas na cama pequena.

Obcecada por o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora