SEIS

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C.A.P.I.T.U.L.O 06
Ao Acaso do Destino

Não foi surpresa alguma quando cheguei no trabalho e tinha uma carta de demissão sobre minha estação de trabalho, já assinada e a orientação de passar nos recursos humanos para assinar a papelada de rescisão de contrato.

Não tinha problema, eu nunca gostei muito desse emprego que foi arrumado porque minha avó tinha inúmeros contatos e isso era desconfortável quando qualquer funcionário dizia que tinha batalhado muito para conquistar aquela vaga, e alguns só bastava uma ligação.

Eu sabia do meu potencial, mas eu o refreei, me forçando ser a garota estupida da família rica que não fez faculdade porque podia quebrar uma unha. E nem unhas grandes estava usando no último ano, eram pequenos detalhes como as unhas pintadas e mais longas, que lembrava o que fazia com elas e com quem.

Pego minhas coisas que se resumia a dois livros, um carregador e um estojo com um óculo reserva, porque eu tinha um problema quando lia muito tempo as letras embaralhavam, eu era secretaria em um escritório de advocacia.
Saindo do prédio vejo algumas pessoas me olhando, eu não estava com a peruca e com alguns hematomas que não consegui cobrir devido a falta de maquiagem adequada, eu nunca fui do tipo vaidosa, e estava naquela de economia acima de tudo, vivendo com o essencial, nada além disso, então era por isso que minha vida cabia em duas malas uma grande e uma media e uma caixinha de animais.

Pego o onibus para chegar ao bairro onde fica o hotel que estou hospedada e meu gato já me recebe miando e se enrolando em meus pés, o pego e o levo para dentro, sento-me na cama, o cheiro de limpo está no ar, eu podia viver assim?

Não a resposta era que eu pelo menos, precisava de uma cozinha para fazer minhas comidas preferidas, cozinhar uma sopa, ou fazer brigadeiro.

Começo a devolver tudo para dentro da mala a qual destrinchei mais cedo para achar uma roupa para trabalhar e o casaco do meu herói fica ainda mais evidente na cama florida, pego e o cheiro, o material grosso de lã lembra casacos feitos sob medida, e este era um sobretudo preto sob medida para um homem de dois metros e pensar nele, agora me fez sentir que a vida ainda merecia ser vivida.

Eu tinha usado meu celular para ligações nunca para ficar sem fazer nada entrando em sites e redes sociais, e foi o que fiz, assim a tarde e à noite chegou e cada vez mais via coisas relacionadas a ele.

Cammael Lucius Mortagh era um ícone de beleza e força de seu povo, o porta voz das alcateias, era considerado o rei deles, ou conforme as novas leis presidente juntamente com um conselho de alfas. Aprendi sobre as alcateias, sobre classes de alfa a ômega, aprendi sobre vários desafios, os que ele vinha enfrentando.

Os inúmeros estudiosos estavam tecendo uma nova linha sobre a velha história, e vi que vários foram corajosos em expor pontos fracos dos lobos, assim como pontos fortes, muitos cientistas estão em luta constante com o governo para fazerem experiências com dna lobo.

Para alguns podia ser maçante, um assunto perigoso para outros, porque os lobos eram como um dia os negros, os índios, ou qualquer povo diferente do já conhecido e comum era tratado, haviam os simpatizantes e havia os grupos de ódio, geralmente fanáticos religiosos que gritaram guerra aos demônios, porque os lycan nada mais eram do que o povo amaldiçoado por Deus por pecado, as inúmeras pregações sobre mulheres se deitando com a besta, deixando que um animal tomasse seu corpo.

Outros temiam as práticas escusas dentro das alcateias, como eram seus relacionamentos, mulheres que sumiram dentro de territórios de alcateias e nunca mais foram vistas, alguns alegavam que alguns lobos praticavam a caçada selvagem, que nada mais era que lobos caçando garotas na mata em noite de lua cheia. Casos de informações vasadas de que alguns comiam carne humana, isso alimentou o ódio e disseminou uma onda de ataques recentes.

Os lycan estão guardados pelo exército em alguns dos seus territórios os mais abrangentes, seu exército patrulha armado com armas feitas pelo homem.

Então o som do metal sendo rasgado por as garras de Cammael fez minha mente pensar em porque precisam de armas, se são pura força, e as garras e dentes são suas armas... A resposta estava nas páginas seguintes, não são a prova de balas.

Prata e acônito eram suas fraquezas, muitos banhavam balas de chumbo em acônito para matar possíveis atacantes lobos, porque velhas historias do folclore eram sobre pessoas sendo atacadas em noite de lua cheia.

Carne e sangue, ódio e inveja eram corriqueiros, agora que meu mundo estava começando a ficar mais globalizado, a Europa vinha cedendo espaços para essas alcateias, espaços territoriais do tamanho de países, canada vinha em segundo devolvendo terras tomadas deles, e então eu via que cada vez mais estavam desenhando uma divisa entre lycan e humano, cada um no seu lugar.

Eu que nunca me deixei bem pensar que um dia eu cruzaria com um espécime mitológico nos tempos modernos, nunca fiz a conexão de que eles eram reais até ontem.

Eu tinha um apartamento em Nevoeiro me esperando, um valor de dez mil se eu juntasse com o que tinha guardado com a soma em dinheiro que Cammael tinha me dado, eu penso que posso arrumar um trabalho e começar uma nova vida nessa cidade que está dentro do domínio Lycan. Fiz minhas contas mentais, eu gastaria uns mil e quinhentos por mês eu tinha exato sete meses para achar um bom emprego, ou um emprego, isso contando com as custas de hospedagem e passagens.

Quando o dia estava amanhecendo descubro que preciso de um passaporte para entrar no território Lycan, as terras de lobo precisavam ser rigorosamente policiadas, então preencho um formulário de solicitação que as nove da manhã é respondido com uma entrevista marcada para daqui dois dias, eu tinha exatos dois dias para chegar a General Solano que era o posto avançado para triagem dos cidadãos que queriam entrar.

Eu gostaria de ter sido um pouco mais inteligente e pegado pelo menos o telefone de Betany em caso de precisar de socorro, ela poderia me ajudar.

Tomo um banho visto meu vestido longo e uso o sobretudo e tênis baixinho branco, minha bolsa, minhas malas e meu gato, pago a conta e parto para a rodoviária, eu não gastaria com avião por dois motivos, precisava economizar e Bolinha merecia não ser jogado no maleiro de qualquer jeito.

Usando um boné, maquiagem que fazia jus a um bom reboco de parede e compro minha passagem, uma moça que também está na filha f antes de comprar minha passagem.

— Senhora ela só vai comprar até Lago Negro. — Não gosto de como ela me interrompe.

— Não, eu vou pra General Solano ... — Tento ser mais enfática, porém a moça pega tanto o bilhete quanto me virar para ela, não há fila.

— Desculpe... É que eu também vou pra Nevoeiro eu ouvi você perguntando, não tem ônibus direto para Nevoeiro e como você descobriu isso a pouco eu também, então vamos para general Solano de trem que é mais rápido. Só que o trem parte de Lago Negro as 02:00 da madrugada e chega em 15 horas. — Minha boca ficou aberta olhando para ela. — Eu estou vendo que eles te pegaram? A minha irmã também, a três dias, acontece, então estamos nos mudando.

— Obrigada mas ainda prefiro o ônibus.

— Sua entrevista é dia 23/10? — Ela virá a cabeça pensativa, bate seu dedo no queixo esperando-me admitir.

— Como sabe?

— É que a da minha irmã também é, eu não vou precisar, meu companheiro já armou tudo para mim, mas minha irmã não estava nos planos, e por ela que estamos indo. — Então olho a garota de gorro sentada olhando para a frente de óculos de sol, por que não comprei um? Ela parecia perdida e assustada. — Eles a espancaram a três noite, pensavam que era a mim quem feriam. OK! Aaaa pode por favor devolver o dinheiro dela e tirar um bilhete para a cidade de Lago Negro, por favor. — Disse a loira tagarela, seus olhos azuis eram lindo e tinham algo diferente.

— Obrigada. — Digo quando a mulher me devolver a quantia que sobrava e o novo bilhete.

— Vem vamos esperar juntas.

— Você disse companheiro?

— Sim. — Sussurra, em poucos segundos estamos no mesmo banco. — Ela coloca a não na barriga, meu Deus ela está grávida, gravida e foram pegas por esses grupos de ódio.

— Sente Ge. — Você sabe que fica tonta e daí vou precisar comprar mais uma tonelada de comida para você.  — Faz uma pausa quando coloca a irmã no banco e sou arrastada sentando ao seu lado. — Olá eu sou Denise e pelo visto a afobada não se apresentou, Genevive para alguns e Ge para os íntimos.

— Eu me chamo Pandora.

— Abriu a caixa ontem foi? —Por mais que estivesse maquiada, e nenhuma pintura esconderia meu mancar, ou meus olhos grandes e assustados... Meus dedos nervosos e a constante acariciar meu gato na caixa sobre a mala.

— Entendi a referência.

— Esse cheiro é tão bom, é do seu casaco? — Diz Ge pegando a aba e cheirando... — Ele vai ficar uma fera quando ver o que fizeram com você. — Entrei no personagem eu não ia contar que não era como elas, ia ser muitas vezes mais constrangedor contar mais uma vez essa história.

— Eu não sei como contar isso, ele anda tão sobrecarregado. —Meias verdade e meias mentiras.

— Sei como é, meu companheiro é um soldado do exército, e eu fui visitar minha irmã ele não queria então aconteceu ele nem imagina ainda, prefiro contar pessoalmente, junto com a notícia do bebê.

— Eu não sou acasalada, nem sei se ele vai ficar feliz em me ver novamente.

— Ele deu o casaco para você não deu? Os lobos falam a língua da possessividade, fazendo isso fica claro pra qualquer macho sentir o cheiro quando os dias passassem que você tem dono... —Rindo e olhando para o teto encolhendo os ombros, essa garota estava apaixonada e feliz. — Sai fazia o mesmo antes de acasalar, são possessivos a esse ponto.

— Eu não sei, nós conhecemos a pouco tempo, mas será? — Ele não era meu tio ou qualquer parente, ele era solteiro em visto a tudo que pesquisei, ele era, éramos quase da mesma idade coisa de cinco anos de diferença, só que éramos lobo e humano e ele não gostou muito de mim porque pensava que eu era da sociedade klusklu... O monstro em minha cabeça abriu os olhos e gargalhou, então me vi sorrindo para o nada até chegarmos a Lago Negro apenas com a possibilidade de Cammael ter me visto como eu o vi, onde fomos separadas, porque só tinham passagens em vagões separados, e pra mim tudo bem, fui sozinha por uma vida o que era mais esse tempo.

A viagem para Lago Negro foi entre sonhos fantasiosos onde quando acordava obrigava minha mente a criar cenários românticos onde eu e Cammael éramos apaixonados e ele faria de tudo por mim.

Quando o trem freou meu peito quase não continha o galope do meu coração, já na parada do trem via soldados fardados com um insígnia de lobo uivando para a lua.

Não havia cães farejadores porque havia lobos, não em suas formas animais, mas em sua forma humana, eles embarcaram e caminharam por todo o trem verificando, só depois disso fomos liberados, depois passei por um detector de metais em seguida consigo ver as moças, elas me esperavam, seguro a alça das minhas malas e empurro para que as rodas rolem, Bolinha está fazendo sons de gato.

— Então tem um hotel próximo a base para aqueles que precisam estar próximo ao destino do passaporte, o que acha de pegarmos um quarto triplo, eu fiz um telefonema.

— Genevive, o que você fez? — Eu estava mal por ter meio que mentido para as meninas, era tão mesquinho e eu podia entrar em problemas.

— Não se preocupe, foi para avisar que estamos aqui e ele vai vir nos buscar e fazer frente a nossas entrevistas para não sermos rejeitadas. — Quando Denise ia dizer alguma coisa me assunto com o grande homem lobo parado com as mãos atrás de suas costas e pose ereta.

— Senhora, por gentileza! — Um dos soldados me chama meu corpo inteiro adormece, eu não me movo, então o soldado lycan tenta novamente. — Senhora um dos nossos oficiais quer ter uma palavra com a senhora, me desculpe, mas acho que precisa me acompanhar.

— O que foi? — Pergunta Denise nervosamente segurando meu pulso.

— Peço que não façam alarde e sigam para seu hotel. — Sem mais sou escoltada para uma sala, me oferecem café ou chá para aguardar, me sento na cadeira a frente de uma mesa, minhas malas ficam perto da porta e posso ver que o soldado devia de um golpe de bolinha.

— Bom dia! — diz uma voz gutural entrando, e quando olho vejo o moreno mais sexy que já vi. — Peço desculpas pelo meu oficial, ele ficou tenso pelo odor em seu casaco, e me solicitou que a atendesse. — O engraçado que ele nunca deixou a sala, e segue como um poste parado a porta como seu fosse ousar fugir.

— Eu decidi vir, sinto muito, eu tenho um apartamento em Nevoeiro e não sabia que tinha toda uma burocracia para entrar e sair, então preciso do passaporte para entrar na cidade... Estou aqui porque tenho uma entrevista amanhã.

— Seu nome senhora? — Meu Deus ele sabe, sabe de quem é o casaco, posso ver como ele está ficando tenso como uma corda de violão... aperto as lapelas e tento me acalmar.

— Pandora Olimpiano. — Minutos onde ele pesquisa sobre mim, e assente assim que encontra tudo.

— Lamento pelo rigor em nossas fronteiras, mas acredito que a senhora saiba o que acontece com simpatizantes ou lobos nos tempos de hoje. — Tiro o boné e ele vê meu cabelo cortado, sua boca uma linha apertada. — Alfa Mortagh não notificou nem uma entrada.

— Por que ele teria que notificar? — Pergunto confusa.

— Bom, eu, senhora, está usando um sobretudo dele, além de ter usado dinheiro com numeração específica para lobos. — Abro minha boca em choque eles eram bons, muito bons, me rastrearam desde minha cidade pelo visto.

— Cammael é meu herói, ele me salvou junto com Britany e Noah a dois dias mais ou menos, o casaco foi uma gentileza depois de me ver nas situações que estava.

— Claro, você não se importa que eu verifique com meu superior? — Olho para minhas mãos, eu estava suando nervosamente. — Perdão, mas preciso que não fique com medo, ok?  Caso contrário meu alfa pode arrancar minhas bolas, eu sei o quanto ele é reservado com suas mulheres, eu não quero ser intrusivo, só preciso fazer meu trabalho, só seja gentil quando mencionar que oficiais a pararam. — Confuso e estranho.

— Tudo bem, se isso não vai nos meter em confusão pode fazer a ligação. — Então entendi toda a situação eles pensavam que eu e Cammael eram amantes e por isso eles estavam nervosos em me manter, ou será que pensam que eu podia ter roubado ele, eram hipóteses. Foram dez minutos olhando para o oficial conseguir as respostas e de sua sala foi levada por um jeep com o mesmo logo, o oficial e outro soldado, não tive chances de avisar as meninas, então estava na embaixada tirando uma foto e assinando os termos e recebendo vários papeis, um deles de cidadã Nevoeirence, por já possuir propriedade na cidade a anos, quer dizer que o apartamento é antigo, talvez da minha avó supus.

Recebi novos documentos, com códigos novos, coloquei minha digital para identificação e tudo que um dia tive fora das fronteiras agora estava nos bancos da cidade capital do lycan, uma pergunta, você pretende sair de nossa cidade futuramente, em que respondi que agora Nevoeiro será meu lar.

Tudo facilitado porque usei o sobretudo de Cammael e o dinheiro dele, agora eu tinha um passaporte e escolta para ser levada para Nevoeiro e ser deixada onde eu quisesse, então aproveitei a carona e passei o endereço do apartamento.



Obcecada por o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora