capítulo 10

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Heng já havia chegado há algum tempo na livraria da amiga. Ele estava sentado no sofá com Matheo em seu colo, enquanto Freen atendia algumas pessoas que estavam ali comprando livros e vinis. Ela andava de um lado para o outro, pegando livros e vinis que as pessoas pediam. Estava claramente feliz, pois sua livraria estava bastante cheia.

- Uffa - falou assim que se aproximou e se jogou ao lado do amigo. - Isso aqui está uma loucura hoje - ainda tinha algumas pessoas circulando pelos corredores da livraria. - Assim que a última pessoa sair, podemos ir até minha casa e comer algo, tudo bem?

- Sem problemas - ele respondeu, enquanto prestava atenção em Matheo, que estava rabiscando um livro de pintura em seu colo. - Vá atender seus clientes. Assim que você acabar, a gente vai encher a barriga, não é mesmo, Theo? - o pequeno ergueu os dois bracinhos e gritou um "sim" alto, fazendo ambos sorrirem.

Freen foi em direção ao balcão e voltou a atender as pessoas. Ela informava preços, indicava onde estavam os livros que as pessoas perguntavam, assim como os vinis. Caminhou até a porta junto com a última pessoa que estava na livraria, com a promessa de que o livro pedido da moça estaria disponível logo logo.

- Tenha uma boa tarde e, na próxima semana, seu livro chegará - deu um sorriso e fechou a porta, virando a plaquinha e deixando o nome "Closed" para o lado de fora. - Agora podemos ir...

Ele segurou Matheo em seus braços e o carregou até o lado de fora. Assim que saíram, levou o pequeno até seus ombros e começou a pular um pouco, sorrindo ao ouvir a risada de seu afilhado. Freen fechou a porta da livraria e guardou a chave em seu bolso. Ela até já sabia para onde iriam: "Jauke's Coffee".

Caminhou ao lado do amigo entre risos e piadas sem graça vindas da parte do maior. Freen não quis dizer a quem pertencia o estabelecimento para o qual estavam indo; sabia que o amigo iria ficar soltando piadinhas. Chegaram em frente ao local e entraram. Não estava tão cheio, mas havia algumas pessoas ali. Procurou uma mesa e se sentou, ficando frente a seu filho e a seu amigo Heng.

Por trás do balcão, Irin viu quando as duas figuras entraram e sentaram em uma mesa nos fundos. Chegou perto de Rebecca e cutucou a cintura da mesma. Assim que ela olhou, a baixinha fez sinal para a mesa onde Freen estava.

- Olha só quem resolveu vir conhecer nossa cafeteria, - disse, olhando em direção à mesa e vincando as sobrancelhas.

- Pode deixar que eu vou lá atender eles, Irin, - pegou o bloquinho em cima do balcão e foi em direção ao "casal". Irin estranhou, pois elas não costumavam atender mesas; as pessoas tinham que fazer os pedidos no balcão. Observou Rebecca chegar à mesa. - Boa tarde, pessoal. - Freen ergueu o olhar e foi de encontro aos olhos de Rebecca. - Tudo bem, Freen? Vejo que resolveu enfim conhecer a cafeteria, - disse, com um sorriso simpático.

- Oi, Rebecca. - Pôde ver pelo canto do olho que seu amigo quis rir ao ouvir o nome que ela falou. - Sim, eu resolvi conhecer e trouxe o Matheo e meu amigo. - Apontou para o homem à sua frente, que estava olhando a mulher que estava em pé ao lado da mesa.

- Olá... Rebecca, não é mesmo? - estendeu a mão em direção à mulher, que logo apertou. - Eu sou Heng, amigo da Freen e padrinho do Matheo.

- Bom te conhecer, Heng. - Ela soltou a mão dele. - E você, garotão, como você está? - Passou a mão nos cabelos grandes de Matheo e bagunçou um pouco.

- Eu tô bem. - Falou assim que tirou a chupeta da boca e abriu um sorriso em direção à mulher, que se derreteu ao ver aquilo.

- O que vão pedir? - Olhou para ambos, que não tinham ideia do que pedir ali, já que não havia cardápio. - Eu posso trazer o especial da tarde se quiserem. - Os dois concordaram. - Tudo bem, eu já volto com os pedidos de vocês.

Freen já estava quase jogando a pelúcia do seu filho em Heng por conta de suas gracinhas. Parou quando viu Rebecca se aproximar da mesa com uma bandeja em mãos e deixar em frente aos dois.

- Não quer sentar com a gente, Beca? - O pequeno perguntou assim que viu que a mulher estava saindo.

- Matheo, a Rebecca está ocupada, filho. Ela está trabalhando. - O pequeno fez um bico que fez Rebecca se derreter.

- Tudo bem, eu posso ficar aqui um pouco com ele. - Ela sentou ao lado de Freen e viu o pequeno descer do banco e vir em sua direção. Colocou o mesmo em seu colo. - Então, Matheo, além de girafa, do que mais você gosta?

- Eu gosto de gatinhos. - Falou com a boca um pouco suja por conta do pedaço de pão recheado que sua mãe havia colocado em sua boca. - Eles parecem uma pelúcia...

Rebecca ficou tendo uma conversa meio que particular com o pequeno enquanto Freen e seu amigo comiam. Heng às vezes olhava na direção de Freen e ficava fazendo gracinhas com a sobrancelha, e ela apenas revirava os olhos. Alguns minutos depois, ele se levantou da mesa e limpou sua boca com um guardanapo.

- Bom... - Colocou o guardanapo em cima da mesa e uma quantia de dinheiro. - Eu preciso ir embora agora, Rebecca. O seu café é ótimo, e todas as outras coisas que você trouxe também. - Rebecca apenas sorriu. - Freen, eu preciso mesmo ir embora. - Olhou o relógio em seu pulso e suspirou. - Assim que chegar em casa, eu te aviso.

Inclinou-se sobre a mesa e deixou um beijo na testa de sua amiga e, em seguida, um beijo na cabeça de Matheo. Saiu, deixando uma Freen envergonhada e uma Rebecca com um sorriso enorme nos lábios.

- Olha só quem eu encontro aqui. - Ouviu a voz de Nop e revirou os olhos quando o mesmo se aproximou da mesa e se sentou com elas. - Vim tomar o meu café da tarde...

- Poderia ter sentado ali no balcão como você sempre faz quando vem aqui com a intenção de tomar café. - Rebecca falou com os olhos semicerrados.

- Eu vi vocês aqui sentadas e resolvi fazer companhia. - Olhou na direção de Rebecca e deu um sorriso. Passou o olhar para Freen, que o olhava fixamente. - Você é a garota que interage comigo todos os dias no Twitter, não é?

- Sim, sou eu. - Falou com um sorriso tímido nos lábios. - Não sabia que vocês se conheciam.

- A Rebecca? - Ele deu um sorriso. - Ela é como uma irmã pra mim. Ela me falou sobre você. - Rebecca fuzilou o amigo com o olhar. - Digo... ela falou sobre sua livraria, sabe, sobre a busca dela por livros...

- Freen, você quer que eu te acompanhe até em casa? - A morena interrompeu o amigo. - Você veio com seu amigo, e ele já foi. Não é seguro andar por aí sozinha com uma criança...

- Não precisa, Rebecca. - Freen falou, limpando a boca. - Ainda está cedo, e eu não vejo problema em voltar sozinha. Você está trabalhando...

- Eu faço questão. - Se levantou e deixou Matheo no colo de Freen. - Eu vou falar com a Irin e já volto pra gente ir. E você... - Ela apontou em direção ao amigo, que estava com um sorriso brincando nos lábios. - Venha comigo agora.

Pegou o dinheiro que o amigo de Freen deixou em cima da mesa e saiu. Nop se levantou e se despediu de Freen e, em seguida, seguiu a amiga. Rebecca estava no balcão conversando com Irin.

Freen se levantou e foi com Matheo em direção à porta. Ficou ali parada, esperando até que Rebecca se aproximou e os guiou até o seu carro.

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