capítulo 23

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Casa da Rebecca.

Freen chegou exatamente no horário combinado. Ela veio de táxi juntamente com o seu filho. Foi muito bem recebida pela morena, que abraçou ela e Matheo assim que entraram em seu apartamento. Tiveram um jantar tranquilo e regado a conversas e brincadeiras. Muito elogiaram a comida de Rebecca. Estavam sentados no sofá da sala enquanto assistiam a uma animação da Disney para distrair o pequeno, que já estava caindo de sono. Rebecca percebeu:

- Ele dormiu - falou, olhando Matheo nos braços de Freen - Eu posso colocá-lo na minha cama se você quiser…

- Pode ser - entregou o filho nos braços da morena, que o carregou e sumiu em um corredor.

Rebecca o deitou em sua cama e o enrolou com um cobertor. Ligou o ar condicionado não muito forte para que o pequeno não ficasse com frio. Saiu do quarto e fechou a porta. Foi em direção à sala e encontrou Freen sentada no sofá. Foi em sua direção e estendeu a mão. Freen olhou a mão de Rebecca e, em seguida, para o seu rosto, retribuindo o sorriso. Segurou em sua mão e se levantou com a ajuda dela.

- Vamos ali comigo - Rebecca falou e puxou Freen com cuidado pela mão em direção à varanda. Mostrou uma cadeira que tinha ali e gesticulou para que Freen se sentasse. Assim que o fez, Rebecca se ajoelhou em frente a ela, e Freen ergueu as duas sobrancelhas - Olha, eu não sou muito boa em fazer essas coisas. Eu fico nervosa e as palavras fogem…

- Rebecca - a de olhos castanhos via que Rebecca suava e estava realmente muito nervosa - Respira pelo amor de Deus…

- Shiu — ela passou a mão na testa e limpou a fina camada de suor — Eu não vou ter um treco antes de fazer isso — deu um sorriso nervoso e Freen acariciou seu rosto — “Como as palavras me fogem, eu escolhi um poema de um poeta brasileiro — ela olhou o rosto de Freen para ver sua reação, e a mesma estava sorrindo — Perdoe-me a falta de criatividade — ela respirou fundo — Meu poeta, hoje estou contente. Todo mundo de repente ficou lindo, ficou lindo de morrer. Eu hoje estou me rindo, nem eu mesma sei de quê, porque eu recebi uma cartinha sua — parou um pouco e tentou lembrar o restante — Se você quer ser minha namorada, ai que linda namorada você poderia ser. Se quiser ser somente minha, exatamente essa coisinha, essa coisa toda minha, que ninguém mais pode ser, você tem que me fazer um juramento de só ter um pensamento, ser só minha até morrer — Freen já estava com os olhos lacrimejando, e Rebecca desviava o olhar às vezes por estar nervosa demais — Também de não perder esse jeitinho de falar devagarinho, essas histórias de você. E de repente me fazer muito carinho e chorar bem de mansinho, sem ninguém saber por quê — se levantou e pegou outra cadeira, deixando-a bem em frente à de Freen, e sentou ali — E se mais do que minha namorada, você quer ser minha amada, minha amada, mas amada pra valer, aquela amada pelo amor predestinada, sem a qual a vida é nada, sem a qual se quer morrer, você tem que vir comigo em meu caminho. E talvez o meu caminho seja triste para você. Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos, e os seus braços, o meu ninho, no silêncio de depois. E você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira no infinito de nós dois…

“Making Love Out of Nothing at All” - Air Supply (essa vai ser a música que vai tocar no celular da Freen)

Freen estava sem palavras. Não parava de olhar no rosto de Rebecca, que estava sentada à sua frente e segurava suas mãos. A de olhos castanhos se levantou e pegou seu celular, que estava em cima do sofá, e voltou até onde Rebecca estava. Mexeu em seu celular e foi até o aplicativo de música. Procurou por uma em específico e deu play, aumentou o volume e deixou o celular em cima da cadeira. Estendeu a mão em direção a Rebecca, que logo segurou.

- Dança comigo? - Rebecca se levantou, e Freen passou os braços por seus ombros. Encostou sua bochecha na bochecha de Rebecca. Rebecca passou os braços na cintura de Freen e também fechou os olhos, sentindo a música. - Eu amei cada palavra que você falou. Seja de quem for, eu sei que você as citou de todo o seu coração - ela falava bem baixinho no ouvido de Rebecca. Ela ouvia atentamente enquanto dançavam na varanda. O céu, as estrelas e a lua eram testemunhas de tudo que acontecia ali. - E só pra deixar claro mais uma vez, você fica linda quando está nervosa - ambas sorriram, e Freen acariciava a nuca de Rebecca. - Eu aceito ser sua namorada, aceito ser sua até morrer. Aceito te dar carinho e falar de mansinho, de me consolar em você - elas estavam de olhos fechados e sentiam as lágrimas tomarem conta de seus olhos e quererem sair. - Farei de meus braços o seu ninho, o seu lar, o seu aconchego - apertou Rebecca em um abraço enquanto ainda se movimentavam no ritmo da música. - Meus olhos sempre vão procurar os seus. Eu vou ser sua amiga, namorada, companheira e quero ter um infinito apenas nosso…

Rebecca apertou o corpo de Freen ao seu quando a música parou de tocar e deu início a outra. Ela se afastou um pouco e colocou as duas mãos no rosto de Freen, aproximando-se e selando seus lábios. Freen acariciava os braços de Rebecca com as pontas dos dedos, sentindo seus lábios nos dela. A morena se afastou um pouco e entrou na sala, voltando logo depois com dois anéis na palma de sua mão.

Eu escolhi esses anéis porque eles me lembram a gente e também combinam - ela colocou o anel no dedo de Freen e entregou o outro para que ela fizesse o mesmo. - Lembro da primeira vez que te vi. Estava tocando a música ‘Kiss Me’ na rádio, e tinha sido você a pedir - ela segurou a mão de Freen e passou a ponta dos dedos no anel. - Foi ouvindo essa música que eu me perdi em seus olhos castanhos. Por isso, os anéis têm essas notas musicais, e eu quero que essa música seja nossa - levou a mão de Freen com o anel até sua boca e deixou um beijo ali.

- Me beija - Freen pediu antes que Rebecca voltasse a falar. A morena começou a rir, pois ela sempre pedia a mesma coisa.

- E por você sempre me pedir isso também, é que eu quero que essa seja nossa música - Freen sorriu, e Rebecca se aproximou dela, selando seus lábios. Ela passou os braços pelo pescoço de Rebecca, que enlaçou sua cintura e puxou seu corpo para mais perto. Ambas explodindo de felicidade por dentro, a sensação de transbordar e de ser infinito

𝑲𝒊𝒔𝒔 𝒎𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora