capítulo 12

993 221 27
                                    

Grupo da Rebecca: Viciados em Café

Irin: Rebecca, minha amada e querida sócia, você poderia me explicar seu último Tweet?

Noey: O que foi que ela fez agora?

Rebecca: Eu não fiz nada, Irin está viajando total…

Nop: O que a Armstrong fez agora?

Irin: Vocês não viram o último Tweet dela? Ela está na casa da Freen.

Noey: Rebecca, e esse gato? De onde foi esse gato, mulher?

Nop: Estão falando de mim por qual motivo?

Rebecca: Sonhou todo, hein, Nop?

Irin: Rebecca, foco!

Rebecca: Ok! Eu vi o filhote e lembrei que o filho da Freen me falou que gosta de gatinhos. Eu não resisti e comprei pra ele, foi isso.

Noey: Filma a boiola, meu pai! Como que tu me compra um gato pra garota hétero, Rebecca?

Rebecca: Não foi pra ela… e talvez ela nem seja tão hétero assim…

Nop: Explica isso melhor, por favor?

Irin: Como assim ela não é tão hétero?

Rebecca: Conversamos esses dias por mensagem e ela me falou que recentemente sentiu atração por uma cliente dela…

Noey: Essa cliente é você?

Nop: Quem mais seria?

Rebecca: Claro que não. Se fosse eu, acho que ela falaria… ou não?

Irin: Claro, a menina que se considerava hétero vai chegar do nada pra uma mulher e falar que sentiu atração por ela, confia.

Noey: Como ela te falou isso? Me mostre aí…

Rebecca: print

Noey: Meu Deus, Rebecca, eu não te criei burra assim, não viu, minha filha?

Irin: Filma a burrote KKKKKKKKKKK

Rebecca: Vão ficar me massacrando mesmo?

Nop: Tá na cara que ela está falando de você, Armstrong. Você já foi mais esperta, viu?

Noey: Ela falou que nunca sentiu atração por mulher “até agora”… E foi por uma cliente… você me falou que ela é muito na dela, com certeza ela não tem intimidade assim com qualquer cliente.

Nop: Você é a única que ela mantém contato, pelo que você nos disse.

Rebecca: Eita porra, será?

Irin: Gente, a paixão derreteu o cérebro da Rebecca…

Rebecca: Vocês não podem falar isso assim pra mim, meu Deus… eu tô aqui na casa dela, ela está na minha frente fazendo algo pra gente comer. GAY PANIC, ERRO 404, TELA AZUL NA GAY.

Noey: Larga o celular e vai prestar atenção nos sinais…

Irin: Isso, sei que você não ficou tão burra assim. Olha as reações dela quando você estiver por perto, quando tocar nela ou olhar pra ela… faz alguma coisa, mulher.

Rebecca: Eu vou tentar, se eu não estragar tudo, agora eu fiquei nervosa…

Nop: Vai dar certo!!

Rebecca estava sentada no sofá da pequena sala da casa de Freen. Após terminar de arrumar as coisas na livraria, Freen a convidou para almoçar. Ela estava na cozinha, e de onde Rebecca estava, dava para ver todos os movimentos de Freen. A casa dela era pequena, e a sala era dividida da cozinha por um balcão, a típica cozinha americana. Freen estava concentrada no que cozinhava, enquanto Rebecca brincava na sala com Matheo e o filhote de gato.

- Matheo - Freen chamou, e o pequeno escorregou pelo sofá em direção a ela, que o pegou no colo - Vou dar banho nele e já volto para almoçarmos. Fique à vontade…

- Tudo bem - respondeu e viu quando ela sumiu por uma porta com a criança no colo - Restou apenas nós dois, peludinho…

Rebecca pegou o filhote no colo, e ele se aconchegou em suas pernas. Ela começou a ajeitar a toquinha que havia comprado para o filhote. Depois de um tempo, Freen voltou com um Matheo cheiroso, vestido apenas com uma cueca box estampada dos Minions. Freen fez sinal com a cabeça para que Rebecca a acompanhasse, e ela deixou o filhote no chão e foi atrás de Freen. Foram até o pequeno terraço que havia ali. Lá, havia uma mesa com três cadeiras, e a quarta era uma cadeira de bebê que Freen logo colocou Matheo.

- Sente-se, fique à vontade - apontou para uma cadeira, e ela se sentou - Vou pegar a comida e já volto…

Saiu e deixou Rebecca com Matheo. Este olhava sorrindo enquanto ela acariciava seu rostinho. Freen voltou com uma travessa nas mãos e a colocou em cima da mesa. Depois, saiu novamente e retornou com uma jarra de suco e pratos. Mais uma saída e ela trouxe copos. Sentou-se e serviu comida para os três. O almoço transcorreu tranquilamente, e elas conversavam sobre coisas aleatórias, brincando com Matheo. Após a refeição, Freen colocou o pequeno, que estava meio sonolento, em sua cama e o deixou assistindo enquanto iria levar Rebecca até a frente da loja. Rebecca mencionou que precisava ir embora.

- Obrigada pelo almoço, Freen - disse assim que chegaram à calçada da livraria. - Estava maravilhoso…

- Não precisa agradecer - sorriu Freen, cruzando os braços e se encostando na lateral da entrada da porta. - Eu que agradeço pelo filhote, embora eu não quisesse. - Ela deu uma risada, e Rebecca a acompanhou.

- Sei que só aceitou por conta do Matheo. Qualquer coisa, posso levar o filhote para minha casa - falou Rebecca, enquanto pegava a chave do carro em seu bolso.

- Não, tudo bem - Freen se aproximou de Rebecca e deixou um beijo em sua bochecha. - Muito obrigada de verdade. Ele amou, e ver ele feliz é o que importa para mim. Até depois, Rebecca…

Rebecca sorriu com o gesto de Freen e observou quando a mesma entrou na livraria e fechou a porta. Caminhou em direção ao seu carro e, assim que entrou e colocou a chave na ignição, suspirou. Dessa vez, não tinha como negar, nem para onde correr. Ela estava começando, ou talvez já estivesse, apaixonada pela dona da livraria.

𝑲𝒊𝒔𝒔 𝒎𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora