Todos que conheciam Max Verstappen sabiam que ele não era a pessoa mais humorada, carinhosa e brincalhona.
Ele tinha seus momentos, principalmente agora que parecia mais propenso a criar vínculos com seus colegas, além de Carlos e Daniel.
Mesmo...
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BÉLGICA 28 DE MARÇO DE 2016
Charlotte não fazia ideia do motivo para sempre acabar sozinha com Max durante a madrugada. Não era possível. Ele teve o dia inteiro dentro de sua casa, sendo cuidado e tratado como um reizinho por Violet. A filha mais velha de Chloe desconfiava que a irmã tivesse alguma paixão secreta pelo piloto, porque era impossível ser tão tiete a esse ponto. A garota de doze anos ficava até mesmo no corredor do banheiro quando o homem ia fazer suas necessidades. Aquilo não era normal. Não podia ser.
Todavia, plena duas horas da manhã, apenas ameaçada com a possibilidade de Max não ir até a casa dos Bakker's se tirasse notas baixas, Violet tinha ido dormir. Chloe tinha passado o dia fora, segundo a mesma, cobrindo turnos extensos de trabalho, mesmo que Charlotte soubesse que era apenas uma desculpa de domingo. Ela não diria a Violet que a mãe preferia passar o dia fora a ficar com as duas em casa. Não era tão sem coração assim. Não era como sua mãe quando bêbada.
De qualquer forma, a universitária estava na sala, colocando um lençol branco no sofá e preparando o que viria a ser a cama do piloto da Toro Rosso. Max se recusava a irembora de madrugada... A cidade era perigosa. E talvez aquilo fosse apenas mais uma mentira, porque o real perigoso se encontrava na casa de Sophie-Marie e atendia pelo nome de Johannes Franciscus Verstappen, seu pai. Se bem que Victoria já avisou sobre a partida durante o turno da tarde e isso significava que não existia razão suficiente para continuar nos Bakker's. Porém, Max ainda estava ali.
— O que está fazendo aqui afinal?
As palavras pareceram pular dos lábios da Bakker. E Max sorriu ao vê-la explodir, vinha esperando isso desde o momento que Violet questionou de onde os dois se conheciam e ao invés de se apresentar como um antigo colega, falou que namoravam. A feição irritada se instalou na face de Lotti desde então. E talvez ele não fosse uma boa pessoa por largar informações como aquelas com uma fã por perto. Mas, Violet, como fã, deveria apoiar a felicidade de seu ídolo e a sua felicidade era refletida e alimentada pela irmã mais velha.
— Vim conversar.
— Achei que havia sido bem clara ao dizer que não tínhamos nada para conversar.
— Esta falando de hoje pela manhã?
— Sim, Max.
Ele sorriu, deixando o corpo cair para trás, o corpo a se espalhar na poltrona de couro gasta e levemente descascada. Charlotte suspirou, pegando a fronha e começando a colocar na almofada. Max a irritava. E ela não fazia ideia do motivo de o deixar continuar a entrando na sua casa. Isso não deveria ter acontecido nem mesmo na madrugada passada, havia sido uma atitude sem responsabilidade nenhuma, tinha uma garota nova em casa e, mesmo assim, colocou um homem tecnicamente desconhecido para dentro. Sua mãe a viu fazendo isso e não interferiu. Ela não sabia o que era pior.
