Todos que conheciam Max Verstappen sabiam que ele não era a pessoa mais humorada, carinhosa e brincalhona.
Ele tinha seus momentos, principalmente agora que parecia mais propenso a criar vínculos com seus colegas, além de Carlos e Daniel.
Mesmo...
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MÔNACO 29 DE MAIO DE 2016
Existem dois tipos de vencedores na Fórmula 1: os vencedores de Grand Prix e os vencedores de Mônaco. Ele era um dos GP's mais disputados, porque parte sua dependia do classificatório... E Max havia errado no classificatório, sendo eliminado dentro do Q3, não conseguindo disputar entre as primeiras colocações, em uma pista que ultrapassagens eram quase impossíveis.
A grande coisa era que mesmo saindo de uma das piores colocações havia conseguido montar uma boa estratégia, entretanto, em um deslize de principiante — na visão de Max — ele acabou batendo ao forçar demais. E agora estava sentado ao lado de Daniel, bebendo com o Ricciardo, que tinha perdido sua primeira vitória em Mônaco por conta de um erro mecânico.
— Aqui! — Carlos entrou no quarto, se sentindo incapaz de ir comemorar sua oitava colocação, já que os dois estavam trancafiados dentro do quarto, como se devessem ficar envergonhados — Mais bebida.
Daniel aceitou a oferta, pegando uma das garrafas e abrindo o gargalo, nem ligando para pegar um copo e apenas bebendo. Carlos suspirou, analisando os dois, percebendo que nada de bom sairia daquela corrida. Talvez, o espanhol deveria ter arrastado os dois para alguma festa, talvez mais pessoas fossem capazes de animá-los...
— Me empresta o seu celular?
Max acabou perguntando ao Sainz, era por volta da uma da madrugada e ele tinha bebido bastante. Carlos deveria saber que era uma péssima ideia, mas, mesmo assim, entregou o aparelho ao melhor amigo, indo ajudar Daniel que sumiu no banheiro e estava fazendo aqueles barulhos horríveis de vomito.
O holandês piscou mais vezes que o necessário, tentando se tornar lúcido o suficiente para não parecer um bêbado ridículo para quem gostaria de ligar. Não havia diferença de horário, Mônaco e a Bélgica marcavam o mesmo horário e ele apenas queria poder ligar a ela e ouvir sua voz. Quem sabe o fizesse esquecer a chamada de seu pai, ou o quão idiota foi.
Charlotte o bloqueou depois que foi embora da Espanha a treze dias. E ele havia apagado o número de seus contatos, determinado a esquecê-la. Se ela não o queria, ele não ia ficar a rodeando como um desesperado. Mas... Ele não esquecia o número. E tudo lembrava a sua garota.
Por que ele tinha aprontado? Tudo estaria andando perfeitamente bem se apenas tivesse dito "sim" quando foi questionado sobre a relação dos dois. Porém, como o ser mais burro do mundo, falou que estavam se movimentando para aquilo. Quem falava isso para a garota que sempre foi apaixonado? Não fazia sentido.
