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ESPANHA18 semanas, 3 dias01 DE AGOSTO DE 2016

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ESPANHA
18 semanas, 3 dias
01 DE AGOSTO DE 2016

A recepção do consultório do doutor Guzmán estava bem menos tumultuado que na última consulta. O que a recepcionista agradecia, pois tinha outras gestantes aguardando também. E Charlotte estava sentada na mesma poltrona do outro dia, as mãos bem paradas a frente do corpo, enquanto a perna tremia de maneira ansiosa. 

Reyes estava com ela novamente, Carlos Sênior tinha as levado e tomava seu café com displicência ao lado da mais nova, o jornal do dia em mãos.

Charlotte havia chegado a Madrid pela manhã com o jatinho dos Sainz. Havia passado a semana toda enjoada — foi o que ela disse ao casal Sainz — o que os fez ir adiando sua viagem até não poder adiar mais. Consequentemente, impossibilitando a ida para buscar Max e Carlos após o Grande Prêmio da Alemanha.

Era meio confuso de explicar, pois Max tinha passado dois dias na casa de sua mãe na Bélgica e ido ao GP no dia que iniciava, porém, quando conquistou mais um pódio a sua carreira com o terceiro lugar, rapidamente perdeu o sinal do celular. Na verdade, desde o dia que foi para a Alemanha, ele não conseguia responder a Charlotte e, talvez, apenas talvez, Charlotte tenha inventado aquela desculpa do enjoo. O problema era que agora estava se sentindo culpada por ter feito aquilo e queria a presença do holandês.

— Primeiro ultrassom, animada? 

Reyes tentou puxar assunto, a mão tocando a perna da belga e um sorriso acolhedor. Charlotte encolheu os ombros, voltando a parecer retraída e aquilo não era um bom sinal. E Carlos Sênior suspirou, largando o jornal na mesa de apoio e encarando a mais nova.

— O que conversamos sobre ser bonita demais para ficar assim por aquele filhote de urubu?

— Estou com um melão na barriga e toda inchada, não acho que possa ser considerada mais bonita que ele.

— Acredite em mim, querida. Aquele menino precisa de muito mais ajuda para conseguir ser mais bonito que você. — Carlos Sênior brincou, vendo ela sorrir envergonhada. E Reyes negou, achando graça de como os dois pareciam cada vez mais próximos. — Aquele filhote de urubu.

— Eu acho ele mais parecido com um peixinho.

— Certo. Filhote de tilápia.

Charlotte sabia que não deveria rir daquilo. Max era uma boa pessoa, apenas, assim como ela, era novo demais e, bom... era um homem. Sua mãe sempre a avisou sobre o quanto uma gravidez mal planejada sempre acabava caindo em cima da mulher, enquanto a vida do homem seguia como se nada tivesse mudado.

Max estava na Alemanha. Provavelmente ainda bêbado da sua comemoração, tinha chegado ao podio. E ela apenas esperava que ele tivesse pegando outra mulher e não Francine. Que ele não quebrasse aquela promessa.

— ¡Gracias a Dios! ¡Llegué a tiempo!

Graças a Deus! Cheguei a tempo! E Caco apareceu na entrada do consultório, recebendo uma olhada estranha de seu tio e sua tia, enquanto via Charlotte sorrir carinhosa para si. E ele imitou a belga. Um pouco mais feliz por ter dado tudo certo.

ʟᴜʟʟᴀʙʏ ● ᴍ.ᴠOnde histórias criam vida. Descubra agora