Capítulo LXI

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Meu mundinho estava começando a mudar, se antes as mudanças eram pequenas e graduais, agora estavam sendo frequentes e grandes. Karen foi embora semana passada, ela entrou em uma universidade na Califórnia, a nossa despedida foi muito triste, não sei quem chorou mais, ela, o Theo, ou eu, mas acredito que fui eu.

— Olha, sei que vocês vão estar ocupados com suas vidas, mas não esqueçam de mim, sempre mantenham contato e nunca, nunca mesmo se esqueçam que eu os amo demais. Vou sempre guardar vocês no meu coração. — Havíamos feito uma despedida com nossos amigos, foi na casa do Theo, um jantar bem simples, mas que acabou sendo bem desagradável por conta da partida da minha melhor amiga. Por sorte o meu namorado estava ao meu lado e me consolou. Depois de um longo abraço, fui embora, ela iria voar amanhã de manhã, então não nos veríamos mais.

— Vamos para minha casa, ou para a sua? — Perguntou-me, mas não consegui falar muita coisa, pois estava chorando e soluçando.

— Ei amor, não chora, é assim mesmo,  vocês ainda vão se ver muito, ela tem que ir realizar os sonhos dela. —

— Eu sei, mas é que dói tanto, desculpa. — Falei e repousei minha cabeça em seu ombro ele me abraçou e beijou minha cabeça.

— Eu sei como é, mas vai ficar tudo bem, estou aqui com você, vou cuidar de você, e não sairei do seu lado, está bem? — Perguntou e levantou meu queixo, em seguida secou minhas lágrimas.

— Tudo bem, amor, vamos para minha casa. — Tentei me recompor, pensando que ela estaria feliz, mas aí acabei lembrando que o Theo também iria embora, então caí no choro novamente.

— Não está tudo bem, o Theo também vai embora, todo mundo vai embora. — Passei tanto tempo com essas pessoas ao meu lado, mas nunca me preparei para o momento em que iríamos nos separar, tentei ao máximo apenas empurrar com a barriga, mas no fim o fim enfim havia chegado.

— Logo iremos embora também, mas isso não quer dizer que um dia possamos voltar. —

— É tem razão, ainda bem que tenho você aqui comigo. —

— Nunca vou te deixar sozinho, quando estivermos em nosso cantinho prometo que vou fazer de tudo para que não se sinta mal por estar longe de sua família. — Essa havia sido a razão pela qual escolhi e me apaixonei pelo Ashton, essa sua lealdade, sua empatia, sua capacidade de se colocar no lugar do outro e fazer o bem.

No restante daquela noite fiquei deitado sobre seu peito, ele afagava meu cabelo, em silêncio conversamos, sentia que estávamos dentro de um diálogo profundo, mas apenas estávamos em silêncio, era incrível sentir aquilo

— Já imaginou quando estivermos na faculdade? —

— Como assim, meu baixinho? —

— Sei lá, fico imaginando aquele pessoal todo de olho em você, vou adorar estragar o prazer dele, mostrando que você tem dono. —

— Você é tão malvado, por isso me apaixonei por você. — Brincou comigo e deu um beijinho em minha cabeça.

— Mas é, se aqui já tinha aqueles sem noção que sempre davam em cima de você, imagina lá. —

— Amor, deixa eles, não vai perder tempo pensando que vou te trocar? —

— Claro que não, mas tenho que deixar bem claro que você é meu namorado, nao tenho? —

— Acho que sim. —

— Foi por isso que compre isso daqui. — Da minha segunda gaveta tirei uma caixinha preta e entreguei nas mãos do meu namorado. Ele parecia bem surpreso e animado com o que via.

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora