Nossa loba reagiu a ferlane, vencemos muito galera.Fernanda Bande
Sempre gostei da sensação de acordar sem pressa, principalmente quando está atrelada a tomar um bom café igualmente demorado. Com o tempo, isso tornou-se uma espécie de luxo se tratando das minhas responsabilidades, mas hoje me permiti aproveitar os últimos momentos nesse paraíso. Ainda parece cedo julgando a pouca luz que entra pela janela, ao meu lado, repousa uma Alane de semblante tranquilo, seus cabelos cobrem parte do seu rosto, seu semblante é sereno. Como pode ser tão linda até dormindo? Nossas pernas estão entrelaçadas, aproveito a proximidade entre nossos corpos para cobri-la melhor por causa do frio, ela se mexe um pouco mas não acorda, se aconchega mais ao meu corpo me trazendo uma sensação boa de conforto, consigo sentir o cheiro suave de seus cabelos e aproveito para fazer um carinho despreocupado.
Alane desperta meu extinto protetor, às vezes só quero protegê-la, cuidar dela, como se ela fosse frágil mas no fundo sei que ela é uma mulher forte e independente. Essa sensação me assusta, nunca costumei ser assim com quem não fosse verdadeiramente próximo a mim, mas aí ela chegou e mudou coisas que eu já estava acostumada a sentir de formas diferentes, com ela as coisas são leves, fáceis e tranquilas. Me permito aproveitar a visão dela tão perto, dou um beijo em sua testa e continuo o carinho, poderia jurar que ela esboçou um pequeno sorriso.
Aos poucos seus olhos se abrem, ainda pesarosos pelo sono aparente, me lamento um pouco por acordá-la, mas ela se aconchega melhor em meus braços e os fecha novamente aproveitando o contato, respiro fundo sentindo a já quase costumeira sensação de tê-la tão perto, sinto o cheiro do seus cabelos, enquanto ela faz carinho em minha nuca com a ponta dos dedos, me praguejo mentalmente por não controlar os pensamentos maliciosos que surgem naturalmente.
- Que foi? - pergunta como se pudesse ler meus pensamentos.
- Nada, só estava pensando que daqui algumas horas vamos voltar pra São Paulo e deixar esse paraíso - desconverso encobrindo o verdadeiro motivo da minha tensão.- É realmente uma pena precisar ir embora - seu tom é levemente rouco por ter acabado de acordar.
- Mas podemos voltar quando você quiser - fito seus olhos quase escondidos pela leve penumbra do quarto.
- Quer dizer que pretende me trazer mais vezes, é? - morde o lábio inferior charmosamente.
- Na verdade, eu pretendo muitas coisas com a senhorita - brinco em um tom levemente safado e selo nossos lábios, ela solta uma risada gostosa e abraça meu pescoço - É? Me mostra - sela novamente nossos lábios enquanto deita sobre mim.
Trocamos algumas carícias maliciosas, em minha defesa, fui covardemente provocada, já estava se tornando um hábito e eu odiava o fato dela saber exatamente o que fazer para me deixar em chamas. Praguejei todos os deuses quando ela se levantou com um sorriso safado alegando estar precisando de um banho. Me limitei a observá-la andar até o banheiro.
Invadi o cômodo assim que ouvi a ducha sendo ligada, despi minhas roupas e contemplei a visão de seu corpo completamente livre de qualquer peça embaixo da água, logo me juntei a ela.
- Tá achando que vai me deixar pegando fogo e vai ficar por isso mesmo? - sussurro em seu ouvido - se não fosse a temperatura quase alarmante do meu corpo nesse momento poderia jurar que sofreria um choque término com a água - ela solta um suspiro assutado mas logo sorri de maneira lasciva e me encara. Se eu tivesse que pontuar minhas coisas preferidas em sua aparência nesses momentos, a primeira seria seus olhos, principalmente com esse olhar específico de luxúria, o castanho totalmente tomado pelo preto, brilhosos e ferozes, capazes de encarar a minha alma. A segunda seria seu sorriso, demasiadamente sexy, de quem sabe que possue o mundo nas mãos e pode fazer o que quiser com ele assim como comigo. A terceira e nunca menos importante, seu corpo, esculpido por deuses (ou demônios) capaz de me fazer querer provar cada pequeno detalhe, me perder em suas curvas perfeitamente desenhadas com total devoção até que não reste uma só parte que não conheça.
Separo uma mecha generosa de seus cabelos entre meus dedos puxando sem dó, ela solta um suspiro pesado mas sorri descaradamente provando que gostou levando consigo todo e qualquer vestígio da minha sanidade. Segura o box do banheiro já tomado pela névoa enquanto minhas mãos passeiam por todo seu corpo e meus lábios exploram seu pescoço, minha última preocupação no momento é se deixarei alguma marca, ela se mostra igualmente desinteressada nesse detalhe, deixo um tapa estalado em sua nádega esquerda causando uma vermelhidão imediata no local, logo ela me puxa para um beijo nada calmo ou singelo, nossas línguas dançam uma música facilmente cantada pelo the weekend enquanto nossas mãos procuram rumo entre nossos corpos, as respirações ofegantes e entrecortadas, a urgência nos toques, suas unhas em minhas costas, as minhas adentrando seu sexo com vontade enquanto seguro uma de suas pernas na altura da minha cintura. Apesar de toda luxúria ainda possuía cuidado, jamais seria só sexo, é como se eu precisasse do seu corpo como água, precisasse sempre de mais e nunca estivesse de fato satisfeita.
Era sempre uma sensação indescritível lhe proporcionar prazer, o que também me dava prazer absoluto.Aos poucos, paro meus movimentos após seu ápice e ajudo a recuperar seu equilíbrio, seus braços enlaçam meu pescoço e deixamos que a água corra sobre nossos corpos ainda juntos. Sua cabeça repousa sobre meus ombros com facilidade por ser um pouco mais alta que eu, aproveito para passar um pouco de sabonete líquido em suas costas fazendo um carinho até seu pescoço. Após um tempo, somos obrigadas a nos separar para nos arrumar juntamente com nossas bagagens.
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Após algum tempo, já estávamos devidamente prontas e alimentadas. Eu resolvia os últimos detalhes da hospedagem na recepção enquanto Alane me esperava no carro, após tudo acertado me despeço da senhora educada que nos recepcionou e me retiro com a certeza que voltaria mais vezes. No caminho até o veículo, acabei roubando uma pequena flor vermelha e colocando em seus cabelos, ela recebeu com o sorriso charmoso de sempre e nós sorrimos. Gosto desse clima leve, não temos nada pra esconder aqui, ninguém nos conhece, podemos aproveitar e fazer o que quisermos, como se fossemos namoradas há anos. Namoradas, a palavra se repete em minha cabeça e só então me dou conta de que não temos um rótulo, será que deveríamos ter? O que somos afinal? De repente me pego pensando em como exatamente gostaria que ela se referisse a mim. Trocamos olhares rápidos e volto minha atenção para a estrada. Alane liga o rádio que toca alguma música gringa calma aleatória, sua cabeça repousa em meu ombro, me sinto bem com essa sensação e chego a uma rápido conclusão.
Eu definitivamente quero essa mulher para sempre.
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O Diabo veste Preto (Ferlane)
FanficO que você faria se descobrisse que sua promoção de cargo traria também de brinde uma chefe insuportável? Alane vai descobrir que o diabo não veste só prada como também ama usar preto e se chama Fernanda Bande