Capítulo 20

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Brooke Miller

- Eu morri de curiosidade quando você apareceu com ele na minha festa e não quis me contar. - Lia diz bebericando o café.

- Sério? Por que eu lembro de você estar completamente bêbada colocando Archie pra dançar comigo. - dou um meio sorriso e mordo um pedaço do meu croissant.

Sair para tomar café da minha com a Lia era algo que nunca conseguíamos devido a minha rotina conturbada, mas agora sentada aqui nessa cafeteria tranquila me sinto tão livre.

- Tô falando sério, Boo. Vocês estão transando não é? Deu pra ver ele babando enquanto você dançava.

- Larga disso, o motivo não é tão legal quanto você pensa...

Quando termino de contar o que houve meus olhos já estão lacrimejando e Lia está quase do mesmo jeito que eu, tão emotiva.

- Foi pura sorte Archie estar lá, naquele momento. Eu não poderia imagina o que Roger faria com Emy dormindo no sofá e eu tão vulnerável. - digo limpando as lágrimas.

- Meu Deus, como você me conta isso só agora Boo? E ainda por cima foi pra festa como se nada tivesse acontecido. Ah meu Deus... - ela se levanta vindo ao meu lado e envolvendo meu corpo em um abraço.

Encaro minha amiga depois que nos soltamos.

- Eu estou bem, Lia. Agora estou, Archie foi bom pra mim e isso dificulta ainda mais as coisas sabe?

- Você vai contar?

- Eu me sinto tão mal por esconder, mas eu sinto que agora já é tarde para dizer a verdade. Eu não aguentaria ver Archie odiando Emy e eu por isso. Ela gosta tanto dele e... - engulo o no que se forma na minha garganta.

- Ei, Boo! - ela me chama. - Eu acho que você tem que seguir o seu coração, você está em uma posição complicada mas sei que vai conseguir decidir o que for melhor pra você e pra Emy.

Concordo com a cabeça aproveitando o resto da manhã com a sua companhia.

(...)

Ás 14h busquei Emy na escola para fazermos algo que ela queria muito. 

- A gente vai no shopping, mamãe? - ela diz no banco de trás do carro.

- Melhor, meu amor. Nós vamos em um lugar que você quer muito ir. - dirijo com cuidado cantarolando a música que sai do rádio.

Não demora muito para chegarmos a escola de ballet e quando saio do carro os olhos da minha filha brilham para a faixada rosa com uma pequena bailarina desenhada.

- Olha, mãe. Uma bailalina. - ela aponta sorrindo.

- É amor, e nós vamos entrar lá pra você começar as suas aulas de Ballet. - eu digo e ela me encara com os olhinhos felizes.

- Sélio mamãe? - ela diz e eu concordo querendo chorar ao ver sua reação - Eu tô muuuuuito feliz. Te amo.

Me abaixo envolvendo seu corpinho agitado que me abraça forte.

Eu nunca vou me cansar de como ela sempre troca o R pelo L o que deixa tudo ainda mais fofo.

Com o tempo ela vai crescer e isso vai melhorar, mas por agora eu só quero que ela seja a minha bebê.

Entramos na escola e fizemos um pequeno tour e a cada passo que dávamos podia ver Emy animada e ansiosa.

Fiz sua inscrição e paguei algumas coisas que precisavam ser pagar, saí de lá com uma criança saltitante e feliz.

(...)

Depois de um dia aproveitando para passear com Emy chegamos em casa com o cansaço dando sinal.

Preparei nossa janta e ficamos na sala assistindo um filme infantil.

Emy pegou no sono nos primeiros minutos e então logo troquei para assistir uma série de casos criminais.

Meus olhos estavam quase fechando quando ouvi as batidas na porta.

Meu corpo entro em alerta imediatamente, meu coração começou a disparar e minha mente voou longe para aquele maldito dia.

Me levantei devagar do sofá observando a hora.

Ainda eram 20h24.

Peguei meu telefone deixando o número da polícia discado, caminhei até a cozinha buscando algo para me defender enquanto as batidas ainda continuavam.

Uma dose de adrenalina tomou conta do meu corpo, peguei uma faca e caminhei até a porta pronta para me defender quando ouço a voz atrás dela.

- Oi, Brooke. Sou eu. Você está acordada?

Solto a respiração a estava prendendo e abro a porta ainda mole.

- Ei, calma. - ele diz vendo a faca na minha mão.

- Desculpa, é só que... Você sabe. - digo respirando tranquila colocando a faca em cima da bancada.

- Posso entrar? - Archie pergunta.

Observo suas roupas caras, o conjunto de terno e gravata lhe cai bem o que dá um pequeno espaço pra minha imaginação.

Dou espaço para ele entrar e fecho a porta.

- Como você está? - ele me segue quando caminho até a copa e me sento em uma das banquetas.

- Estou bem, não se preocupe. - digo observando a caixa em sua mão.

- Comprei uma coisa e queria saber se posso fazer a instalação amanhã. - franzo o cenho sem entender - São câmeras de segurança que gravam 24 horas por dia, você tem acesso pelo seu celular e acho vai se sentir mais segura com isso.

A culpa começa a corroer cada pedacinho do meu corpo.

- Não precisa disso. Eu poderia ter comprado e mandado instalar. - digo com desdém.

- Eu sei, mas quis fazer isso. Tudo bem amanhã às 9h? Quero fazer isso o mais rápido possível pra você se sentir segura. - MERDA ARCHIE, POR QUE TEM QUE SER ASSIM?

- Hum... Ok, obrigada por isso. Mas não precisava mesmo ter se importado. - percebo quando seus olhos desviam do meu deslizando por todo o meu corpo e é aí que eu me toco do que estou vestindo.

A camisola rosa clara e quase transparente deixa os bicos dos meus seios em evidência apontando diretamente pra ele.

Minhas pernas levemente abertas da forma que estou sentada e totalmente nuas pois o tecido cobre alguns dedos da minha coxa e então eu me sinto desejada.

É o que vejo em seus olhos brilhantes: o mais puro desejo.

Ele se aproxima de mim lentamente e consigo sentir quando nossas respirações pesam juntas deixando o clima tenso.

Sua mão acaricia minha bochecha e quase gemo sentindo o toque leve.

- Não consigo imaginar como alguém pode querer machucar você, SweetHeart. - o encaro de cima sentindo seu alto atingir meu rosto tão perto.

Meu coração está quase explodindo e o centro das minhas pernas latejam como nunca.

Em poucos segundos seu corpo está tão próximo do meu que suas pernas estão entre as minhas e me seguro para não agarra-lo.

- Você é tão bela, tão delicada e eu só quero te proteger. - o cheio amadeirado de seu perfume se mistura com o seu hálito causando um aroma agradável.

Encaro os olhos verdes brilhantes me olhando e então foi como um choque, uma onda de eletricidade que percorreu meu corpo naquele segundo.

Nossos lábios estavam juntos, colados e eu podia sentir seu gosto na minha boca.

Doce Destino  - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora