Capítulo 6

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Eu fiquei realmente assustada com o fato de Gabriel estar na minha frente, eu não consegui disfarçar. Ele, por sua vez, riu me fazendo olhar ao redor para tentar esconder a minha vergonha. Apenas dei um espaço para ele entrar na casa, mas sem dizer nada.

– O Kaique já chegou? – ele me olhou logo depois que fechei a porta e concordei com a pergunta – Victória, sobre a sua mensagem…

– Gabi, você veio mesmo – Kaique apareceu e Gabriel se virou para ele – o que você trouxe? – olhei para a mão dele e me lembrei do lanche

– Ah, esse é o lanche de vocês. O porteiro acabou me entregando já que vinha para cá – fui na direção dele e peguei o lanche de sua mão

– Obrigada! Eu vou lanchar, vocês podem fica a vontade – falei indo em direção a cozinha

Eu estava me sentindo uma patética. É só uma conversa com ele sobre o que ocorreu no aniversário, nada de mais. Isso não vai acabar com o meu trabalho ou algo do tipo. Eu posso ir com ele e falar sem exitar, mas por que eu estou tão nervosa para falar com ele? Tudo bem que ele é o cara do meu time de coração, mas por que estou assim? Meus pensamentos ainda vão me matar

– Victória! Já volto! Vou pegar uma coisa que esqueci no carro

Agora era eu e Gabriel na casa. A oportunidade de ouro para eu conversar sobre o dia do aniversário, mas eu não conseguia sair da cozinha, tanto pela fome quanto por não saber como começar.

– Victória – tomei um susto com a sua voz na porta da cozinha – desculpa pelo susto. Você pode me ver uma água, eu tenho que tomar um remédio – me levantei sem dizer nada e peguei a água

– Aqui está – entreguei para ele que logo tomou o remédio – Gabriel, desculpa pelo ocorrido no dia do aniversário do Kaique, ouvi que você e a Maíra brigaram

– Eu que estava com vergonha de falar com você depois daquela cena que ela fez aqui falando aquelas coisas – ele falou sem me olhar, demonstrando seu nível de vergonha – por isso hoje no CT não falei contigo

– Achava que tinha brigado com ela e tivesse ficado com raiva de mim – ele colocou o copo em cima da mesa – por isso quis falar com você

– Eu e ela não temos nada. Ela tira a minha paciência às vezes – ele respirou fundo – me mandou mensagens ridículas ontem para ver se se desculpava comigo

– Vocês são só ficantes? – ele balançou a cabeça positivamente – uma amiga minha já passou por isso

– Você nunca passou? – neguei – que sorte a sua, eu estou pensando duas vezes em me envolver com alguém agora – abri meu lanche e coloquei em cima da mesa

– Esse é um dos motivos de eu nunca ter me envolvido com alguém. Eu sempre fui focada em estudar e consegui o meu emprego dos sonhos, por isso tenho tanto medo de perder o que tenho agora – me sentei na mesa e ele fez o mesmo

– Mas você precisa se divertir, extravasar. Não vale a pena viver só de forma certa, tem que fazer umas doideiras de vez em quando – ele sorriu – eu falo isso como se eu fizesse muita coisa errada

– Você tem razão. No meu período de folga que vai ser de quase um mês e vou beber tudo que eu não bebi durante esses dois meses

– Pelo que eu ouvi que você fez, merece mesmo um tempo de folga e a mais do que está pendente – ele ficou me olhando – vamos fazer o seguinte, me avisa quando você estiver de férias, vou vim aqui com as bebidas

– Fechou. Confirmado – nós dois rimos juntos – eu vou comprar os petiscos

– É sempre bom uns petiscos, ainda mais alguns queijos – eu e ele falamos juntos “queijo”

– É maravilhoso ter uns queijinhos na mesa quando está se tomando um vinho – eu e ele ficamos em silêncio – quer um pouco desse lanche?

– Não, pode comer. Eu comi antes de vim para cá – comi um pouco – seu celular está tocando – olhei e era Kaique

Abre a porta que eu tô chegando – Kaique falou assim que atendi a ligação, mas logo desligou e, então deixei meu celular na mesa

– Já volto, vou abrir a porta para o Kaique – me levantei e ele fez o mesmo

– Pode deixar que eu vou lá abrir – ele saiu pela porta da cozinha e eu me sentei novamente na cadeira

Pela primeira vez em anos, desde que entrei no flamengo, tive uma conversa que não envolvesse o trabalho ou projetos de lá. A conversa tinha sido curta, mas foi uma das melhores que tive, claro depois da Nara, minha fiel escudeira. Eu estava me sentindo bem ainda mais com aquela conversa que acabara de ter com o Gabriel.

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📍 Gávea, Rio de Janeiro
🌤 30° C

Chegou o grande dia, o dia do Media Day! A ansiedade e a felicidade estavam andando de mãos dadas para qualquer um que estivesse envolvido no trabalho, já que foram duas semanas trabalhando de forma constante para que esse projeto fosse adiante. Tudo que havíamos encomendado como brindes e outras coisinhas estava pronto, até então, nada estava dando errado e esperamos que isso não aconteça.

– Bom dia, pessoal! – falei alto para que todos me ouvissem – vocês devem ter lido no roteiro o que será feito hoje e algumas falas que vão falar na frente das câmeras, certo? – alguns murmuravam um “sim” e outros apenas balançaram a cabeça – mas uma coisa não estava no roteiro e que acho que irão gostar, é um brinde da nossa nova parceria para vocês – peguei uma caixa que estava perto de mim

– Ah, que legal, são bonequinhos personalizados – disse Pedro ao se aproximar da caixa a sua frente

– Eu vou entregar para vocês conforme vão indo para o local de gravação. João – apontei para ele – irá ficar responsável por filmar vocês nesse espaço. Preparamos uns joguinhos para vocês enquanto esperam. Com relação a filmagem, vocês vão levar o bonequinho que a Nara irá tirar foto de vocês com eles depois da gravação

– A explicação dela é mil vezes melhor do que aquela outra menina que foi lá com a gente… – Gerson falou baixo, mas consegui ouvir um pouco

– Bom, vamos começar os trabalhos que tem muito trabalho para a gente

Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora