Capítulo 43

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– Victória, a situação da Thainá não é uma das melhores. Hoje de manhã aconteceu que ela sofreu um acidente enquanto ia para o colégio

– Como assim acidente?

– Ela foi atropelada e teve que vim as pressas para o hospital – passando a mão pelos meus cabelos demonstrando nervosismo – ela vai ter que fazer o parto de urgência. Pode ser que o Kaique tenha que escolher entre ela e o bebê

– Isso só pode ser brincadeira, Gabriel. Não, não, não, não! O meu primo não merece isso – eu me segurei para não chorar, mas as lágrimas caíram involuntariamente – Gabriel, cadê o Kaique?

– Logo ali no corredor a direta – corri em direção ao local que ele falou

Kaique se encontrava em um estado deplorável, eu nunca tinha visto ele ficar daquele jeito. Seus olhos estava direcionado para uma porta e seu olhar está perdido, como se estivesse em outra dimensão, enquanto isso, algumas lágrimas caiam de seus olhos e ele parecia não se importar com elas.

– Kaique – falei sem obter resposta nenhuma – Kaique. Kaique! – coloquei minha mão sem seu ombro e sacudi – Kaique – sacudi mais uma vez mais forte e ele me olhou

– Victória. O que eu vou fazer agora? Meu mundo virou de cabeça para baixo – ele não de mostrava desespero, parecia estar anestesiado com tudo ao redor – me diz que isso é um sonho, na verdade, um pesadelo, por favor

– Primo! – abracei ele e não consegui conter minhas lágrimas – vai ficar tudo bem, eu juro!

– Victória, o médico disse que eu tinha que escolher. Eu não consegui. Falei que queria os dois, mas ele disse que não podia, que ele ia fazer o máximo para isso acontecer. Como um médico fala uma coisa dessas?

– Responsável da Thainá Castro? – o médico se aproximou e sai do abraço e fui até ele – você é a responsável dela?

– Teoricamente, sim. Sou eu – eu falei tentei parecer o menos nervosa possível na frente do médico

– Você poderia me acompanhar até a minha sala? – olhei para Kaique e pata Gabriel e voltei minha atenção para ele concordando

O caminho para a sala do médico parecia mais longe que o normal, eu estava totalmente nervosa. Ao chegar na sala, o médico sentou no seu lugar e muito receosa sentei na sua frente.

– Lhe chamei aqui, pois sei que o rapaz não está em condições de receber nenhuma notícia por agora. Como sei que vocês estão apreensivos, então vou direto ao ponto – ele olhou para o computador – a senhorita Thainá Castro se encontra entre o estado estável e grave na UTI. Nós fizemos de tudo para que ela consiga se recuperar, mas agora é com ela. Vamos dar todo aparato para que ela sobreviva e tenha uma recuperação rápida

– Ela pode ter algo que possa limitar ela? – ele ficou me olhando e coçou a cabeça

– Eu não tenho certeza. É muito cedo para falar sobre sequelas que ela poderá ter

– E o bebê? Como ele está? Você disse que era para escolher um dos dois. O bebê está bem?

– O bebê nasceu sem nenhum problema aparente. Ele está saudável. Vou mandar a enfermeira levar vocês até o berçário para vocês verem ele

– Certo. Muito obrigada. Eu sei que o senhor fez de tudo para que ocorresse tudo bem – respirei fundo para conter minhas lágrimas – por favor, faça o máximo que o senhor puder para salvar ela

– Pode deixar. Cuida do seu irmão, ele vai precisar – balancei a cabeça positivamente e me levantei – vou informar a enfermeira para lhe mostrar o recém-nascido

– Tudo bem. Obrigada

...

Estávamos, eu e Kaique, no corredor do berçário junto com a enfermeira prestes a entrar na sala onde o bebê estava. Meu coração estava acelerado,  eu iria ver o filho de meu primo. Ao entrar na sala, era possível ouvir o barulho de choro de algumas crianças e pelo caminho havia vários pequenos dormindo.

– Aqui está o bebêzinho de vocês – ela parou na frente de um pequeno moderno, um tanto cabeludo – deixa eu pegar ele para vocês segurarem – ao pegar, ela o colocou no colo de Kaique

Vê-lo segurar o seu filho, faz com que lágrimas se formassem em meus olhos e que um sorriso bobo escapasse sem pensar duas vezes. Não dava para ver o seu rosto direito, pois estava com uma máscara, porém poderia jurar que estava surpreso com o bebê.

– Meu Deus. Oi, pequeno Arthur, é um prazer te conhecer – ele falava barulho, mas o silêncio no local ajudava a compreender – você é tão pequeninho. Como pode isso acontecer?

– Eu vou deixar vocês sozinhos com o pequeno Arthur – olhei para ele e assenti

– Arthur, essa é a sua tia. O nome dela é Victória, ela já falou algumas vezes com você – ele se aproximou de mim e me olhou – ele não é a coisa mais linda? Como pode isso?

– Para você vê como tudo o que Deus faz é perfeito. Eu estou encantada com esse pequeno – estiquei meu dedo para tocar na sua mãozinha – oi, Arthur. Eu sou a tia Victória, mas não me chama assim antes dos 40 anos, por favor!

– Quer segurar um pouco? – concordei e ele me passou o Arthur – prontinho

– Senhor Kaique? Poderia me acompanhar? – a enfermeira falou e Kaique logo seguiu com ela

– Arthur, seu quarto já está pronto lá em casa. Nós organizamos tudo com muito amor e carinho. Só não vamos ter sua mamãe por agora, mas já já ela estará de volta com a gente, está bem? – segurei na sua mão e olhei para a janela do berçário vendo Gabriel – tem uma pessoa que eu quer te conhecer – cheguei próximo ao vidro e abaixei um pouco minha máscara – o titio Gabi

Fiquei olhando para o Gabriel enquanto ele sorria bobo olhando Arthur com um olhar brilhante. Ao olhar para mim, falou devagar "esse moleque é muito lindo, como você". Fiquei um pouco tímida, mas logo concordei.

...

Mesmo em um momento caótico, temos um pouco de paz.

, . Vamos continuar que tem muita história pela frente

Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora