Capitulo 38

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Depois que comemos junto da família de Gabriel, o jogador fez uma proposta de ir ver o pôr do sol na praia alegando que queria ficar um pouco longe da família, então acertei sua proposta e fomos para o local desejado. Fazia um tempo que não ia na praia, mesmo morando no RJ, fui apenas duas vezes, sendo a última há dois anos atrás.

Andamos de mãos dadas pela areia. Paramos quando chegamos próximos onde a onda parava. Eu estava de frente para o mar, Gabriel me abraçava por trás com sua cabeça apoiada na minha, já que era baixinha.

Eu não conseguia tirar da minha cabeça o que o seu Luís falou sobre a face news que tinham criado sobre mim e o Arrascaeta. Eu tinha medo, medo de acontecer tudo de novo na minha vida, como anos atrás, quando inventaram uma série de coisas sobre mim que me deixaram profundamente abalada e me fez ter medo de conhecer novas pessoas, até quando conheci Nara fiquei afastada.

– No que tanto você pensa? – Gabriel falou depois de um tanto apenas ouvindo o som das ondas e das aves – desde que você falou com o seu Luís, seu comportamento mudou, ficou mais pensativa

– Desculpa, eu só tô pensativa com algumas coisas, mas nada de mais – respirei fundo e continuei a olhar para o mar na frente

– Tudo bem, fica tranquila – ele deu um beijo em minha bochecha – se precisar falar, eu estou aqui

– Obrigada, Gabi – senti sua mão sair de perto de minha cintura e olhei para ele que estava com um sorriso – o que foi?

– Você me chamou de Gabi de novo – ele se aproximou de mim e selou nossos lábios – nunca fiquei tão feliz com alguém me chamando de Gabi até por que geral me chama assim – coloquei meus braços ao redor de seu pescoço e fiquei olhando para ele – o que foi? Tá apaixonada por mim?

– Bobão – falei pausadamente e sorri

– O que você disse? – tirei o braço ao redor de seu pescoço e segurei meu riso

– Bobão!

A criança de 5° série que estava dentro de mim despertou e comecei a correr, quando eu me dei conta, Gabriel estava bem próximo a mim quase para me pegar e, então, parei e desviei correndo para a direção de onde nós estávamos parados. Era impossível ficar correndo com ele, pois ele era muito mais rápido que eu, principalmente por causa de sua profissão.

– Agora você não me escapa! – ele me segurou e parei de correr – não acredito que você me fez correr atrás de você. A última vez que fiz isso foi quando a minha irmã estava no fundamental

– Minha criança de 5° série falou mais alto nisso – eu gargalhava daquela situação – fazia tempo que eu não me sentia tão bem com alguém

– Mas essa menina tá muito clichê hoje. Correndo pela praia, me encarando com um olhar apaixonada e dizendo isso

– Um dia foi você, no outro sou eu – coloquei minhas mãos em seu rosto – eu gosto de aproveitar as coisas

– Não foi o que me pareceu no começo quando nós estávamos juntos. Você só me afastava de você

– Eu estava com medo. Agora ainda estou, mas o meu sentimento de querer ficar próximo de você e aproveitar isso que estamos tendo é muito maior do que o meu medo – ele tentava conter o seu sorriso

– Você sabe como me deixar com um sorriso bobo – ele me virou e me abraçou por trás – eu juro que quero ficar assim com você o máximo possível. Se for possível um, dói, três anos, o quanto der

– Juras de amor ao pôr do sol, senhor Gabriel? – dei um pequeno sorriso e olhei para ele de canto de olho

– Não acho que seja juras de amor, mas, sim, um desejo que eu tenho agora – ele saiu do abraço e se sentou no chão – senta aqui do meu lado – fiz o que foi pedido

– Tem uma música pouco conhecida que você me fez lembrar agora – olhei brevemente para ele – a música se chama 'Ao pôr do sol' do artista Teddy Max. Um clássico

– Nunca ouvi falar. Consegue cantar para mim para eu saber o por que lembrou dela?

"Ao por do sol
Eu vou te dizer
Que o nosso amor
Não pode morrer
Quando as estrelas
No céu despontarem vão dizer
Que a lua, eu fiz pra você
E então eu serei amor
O sereno e o luar será você
Ardente de paixão
Que raia no meu coração.
E então eu serei amor
O sereno e o luar será você
Ardente de paixão
Que raia no meu coração."

– Ela é um pouco difícil de entender se pegar pela primeira vez. Mas ela fala sobre um romance, dando a entender que o amor entre os dois é tão constante e confiável quanto o ciclo diário do sol. O sentindo do luar está mais na questão de reforça a intensidade do sentimento para a pessoa amada

– Você consegue entender o sentido por de trás das músicas?

– Sim, por isso me apaixono mais e mais por escutar músicas – coloquei minha sob seu ombro – mas nem todas eu sei, só as que eu realmente gosto

– Entendi. Eu não posso falar a mesma coisa, eu só gosto de trap, rap e algumas vezes sofrencia

– Algumas são boas, mas tem outras

– Algumas vezes só escuto pela batida, mas é raridade – murmurei um 'hum' – qual o nome da música que você falou?

– Ao pôr do sol, do Teddy Max

Em questão de segundos ouvi a melodia da música e me espantei. Era uma música que me lembrava a infância, onde pelo menos se escutava uma vez em festas e sempre no final delas. Me levantei e estendi a mão para ele que no começo ficou sem entender, mas depois ele se juntou para dançar junto comigo.

– Eu não sei muito como se dança esse estilo, mas vamos lá – dei um pequeno sorriso – o pé direito vai para frente e para trás, já o esquerdo fica como um pé de apoio

No começo foi um tanto lento para ele se acostumar, mas depois fluiu como se dançasse o tempo todo assim. E assim ficamos até o cair da noite, onde decidimos voltar para casa e se juntar com a família dele.

– Vocês demoraram na praia. O que tanto estavam fazendo? – perguntou Dhiovanna assim que nos aproximamos

– Estava ensinando ele a dançar – todo olharam para Gabriel com uma cara de assustado

– O que foi? Eu manjo dos passinhos quando vou para festa, tá bom? – ele colocou seu braço trás da minha nuca

– Você fez o impossível. Meus parabéns, Victória – disse o seu Valdemir – esses menino não dança nada. Como vocês, jovens, dizem como um dançarino, ele é um ótimo jogador

– Seu Valdemir Barbosa querendo ser jovem – Dhiovanna se levantou e foi para o lado do pai – eu vivi para ver isso

– Meninos, tem cerveja lá dentro – Dona Lindalva falou sem olhar para gente – podem pegar à vontade. Eu vou para meu quarto

– Tão cedo? – sem responder, dona Lindalva sai do local – ela está ficando mais ciumenta do que eu nos últimos tempos

– Desculpa por isso, Victória. Lindalva não aceita que o filho precioso dela namore com ninguém. Nem a Dhiovanna ela deixa direito

– Não julgo. No começo da carreira do meu primo, eu era assim, que nem ela. Eu pirava a minha cabeça, mas agora ele tá com uma menina que a responsabilidade é dobrada

– Ela já traiu ele?

– Não, ele engravidou ela. O bebê está quase para nascer. Vai ser entre esse mês e o outro, só espero que não seja nas festas de fim de ano

– Ele vai precisar de uma ajuda e tanta. Quando tivemos o Gabriel tivemos muita dificuldade, mas nada que uma ajuda de mãe não resolvesse

– O problema deles é que eles são muito jovens. As mães até agora não ajudaram em nada. Eu estou até considerando em chamar a minha para ajudar

– Elas não aceitaram a criança? – neguei – Deus! Eles vão precisar de ajuda. Eu ia dizer que iria ajudar, mas não ajudaria a mulher do seu primo

– Vou ter que vê com ele ao certo o que vamos fazer com relação a isso – senti um beijo na minha cabeça e olhei para Gabriel

– Que melação, vocês dois – Dhiovanna se levantou e veio na nossa direção – vamos assistir um filme para vê se vocês se desgrudam um pouco

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Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora