Capítulo 21

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Coloquei uma calça pantalona bege com um cropped preto do flamengo e sapato branco. Não gostava muito de usar aquelas roupas decotadas que a maioria das mulheres usavam para ir em um jantar casual. Não deu tempo de fazer o meu cabelo, então ele iria com ele do jeito que fiquei o dia todo, com um meio rabo de cavalo no topo da cabeça.

A casa era um um local que nunca tinha ido, então Kaique ia me guiando pelas ruas até chegar no destino. Não era muito longe de casa, cerca de uns 10 minutos. O condomínio era muito bonito e fiquei impressionada com o tamanho dele e pelas casas da frente parecerem uma mansão.

– É aquela casa lá da frente – ele falou e andei até lá – seguinte, tem uma surpresa lá dentro muito grande para ti. Não quis te falar por que você ia vim toda ansiosa para cá

– Kaique, o que você aprontou dessa vez? Pelo amor de Deus! – ele apenas sorriu e saiu do carro quando terminei de estacionar

– Eu não fiz nada. Vem logo – desliguei o carro e saí dele com a minha bolsa – eu espero que não fique com raiva de mim por causa disso – suspirei com uma cara séria

– Sabe que se for alguma pegadinha, eu vou te matar, não é? – ele gargalhou e nos aproximamos da porta da casa – qual é? Não era só um jantar para a gente pegar uma comidinha?

– Se você não se importar com a pessoa que estou falando. Muito provável que só vai ser isso. Vamos entrar

Eu estava ansiosa, necessitava entrar na casa o mais rápido possível para descobrir o que me aguardava por lá. A porta estava entreaberta quando chegamos próximo a mesma. Respirei fundo e entramos no lugar. Tudo estava devidamente no seu lugar, o ambiente era aconchegante e tinha um cheiro familiar, mas não conseguia me lembrar ao certo. Alguns passos após entrar vi uma pulseira preta e vermelha, parecida com a que tinha dado para um velho amigo meu, em cima da mesa da sala. Ouvi um barulho de passos se aproximando de nós.

– Você veio mesmo – a voz familiar me indicava uma pessoa que estava com saudade, mas que com o tempo corrido, não tinha tempo de falar

– Veiga! Não acredito que está aqui! – corri e abracei ele – que saudade eu estava de você – fiquei sorrindo depois de sair do abraço – Kaique, por que não me contou que a gente iria ver o Raphael. Se eu soubesse teria vindo mais arrumada

– Victória, desde quando você se veste mal? Só não gostei dessa camisa aí, eu vou ter que comprar camisas boas para você usar

– Passa ano, entra ano e você com essa cisma do flamengo. Tenho certeza que um dia ainda vai jogar lá, contando os dias para ver isso acontecer

– Tenho vontade, mas não agora. Isso não vem ao caso – ele me abraçou de lado e ficou me olhando – vamos para lá para a área de lazer, o pessoal já estava aqui antes

– Bom dia para ti também, Veiga – Kaique falou e Veiga apenas se virou para ele abraçado a mim

– Foi mal. Eu estava com saudade dessa menina. Lá no quintal falo contigo direito – eu e ele rimos e fomos para o local que ele queria

Não tinha muita gente por lá, apenas Werton, Motta, Olivinha, Arrascaeta, pessoas que o Kaique havia falado que estariam, além disso tinha Weverton e Nicolas. Todos olharam para nós quando chegamos no local.

– Gente, é muito provável que o pessoal do flamengo já conheça ela, mas para quem não conhece, essa aqui é a Victória. Como minha mãe diz minha futura noiva – olhei para ele e comecei a rir – brincadeiras a parte, essa aqui é a Victória, uma das minha melhores amigas

Eu e o Veiga nos tornamos amigos rápido e fomos seguindo a vida juntos, desde a peneira dele no Corinthians até a ida dele para o Atlético-PR, mas depois disso com algumas coisas, acabamos perdendo o contato e voltamos a nos falar durante a pandemia. Fazia três anos desde que não o via pessoalmente e, posso dizer que, esse é um dia para ficar marcado na memória.

– Deixa eu ir lá ver quem chegou agora – ele saiu do meu lado e entrou

Kaique pediu para sentar ao lado do Arrascaeta, pois estava com vergonha de ficar próximo a ele. Então, assim fiz, sentei ao lado dele e trocamos apenas um ‘oi’. Veiga apareceu na porta anunciando ele, Gabriel, que chegou com um sorriso no rosto e o seu cabelo um pouco bagunçado. Ao me ver o sorriso continuou e, enquanto Veiga falava com os outros, ele ficou me olhando, porém para não causar problemas, desviei o olhar e puxei um assunto com Arrascaeta.

– Vocês realmente se conhecem muito – olhei para ele que fez o mesmo – a mãe do Veiga até tem razão

– E o pior é que não era só a mãe dele, a minha também falava a mesma coisa – todos riram – mas, assim, tudo um simples fanfic da cabeça delas

– Por quê? Não acredito que vai deixar o Veiguinha na friendzone – falou Weverton com um sorriso no rosto – eu posso te falar que ele, todo santo dia, ficava falando “Meu Deus! Eu tenho que rever a Victória” e…

– Weverton, vê se a sua mulher precisa da sua ajuda lá na outra mesa – continuamos a rir – o bicho fica falando cada coisa aleatória

Olhei para todos e acabei vendo Gabriel olhando para onde nós estávamos com uma cara nada boa e virando a garrafa de cerveja em sua mão. Kaique saiu de perto dele e veio até mim.

– Prima, eu posso beber um pouco?

– Kaique de onde você tirou isso? – olhei assustada com a sua pergunta – você disse que nunca ia beber por causa dos seus pais

– Eu sei, mas é que eu vejo todo mundo e eu queria saber o sabor. Não tenho jogo essa semana, então acho que não vai pegar para mim

– Se você acha que está tudo bem beber, não vou te proibir. Só lembra de não exagerar – ele deu um pequeno sorriso e se juntou novamente com quem estava

– Ele cresceu muito nesse meio tempo – concordei – última vez que o vi foi em 2016, não é?

– Sim, faz sete anos. Ele ainda tinha 11 anos e malmente você via ele, por que os pais dele levavam ele para cima e para baixo

– Eles ainda continuam a mesma coisa? Ficam privilegiando o trabalho ao invés de ficar com o filho?

– Nisso o tempo não passou. Parece a mesma coisa de antes. Antes de ontem ele teve uma conversa séria com a mãe dele, ela literalmente cagou para o título que o filho dela ganhou e nem fez questão de comemorar com ele, chegou dando esporro nele como se fosse um dia comum

– Eu nunca vou entender isso. No começo ela era uma apoiadora dele, agora não quer nem saber – suspirei – enfim, vamos trocar de assunto que é a melhor coisa que a gente faz


Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora