O jantar foi bem rápido, apenas para comemorar um pouco e distrair a cabeça, mas teriam que voltar para a concentração ainda esta noite. A agenda estava bem apertada para eles, mas conseguiram atrasar um pouco para voltar para o hotel.
– Boa sorte no Uruguai! – falei para Kaique que veio me abraçar – joga como você jogou hoje. Livre! Depois de amanhã, vocês vão ser campeões
– Eu não gosto quando dizem isso, mas eu vou aceitar, só para ter coragem na hora de jogar – sorri para ele – até amanhã, Nara!
– Até amanhã, Kaqui – nós rimos e Kaique mostrou o dedo do meio para ela – Victória! Você vai deixar ele fazer isso?
– Kaique! Que isso? – olhei para ele e ele sorriu para mim – tem que tratar uma dama com respeito. Quero ver você fazer isso com a suas namoradinha – falei brincando
– Bora que o pessoal da delegação está puto com a gente por que estávamos atrasando – disse Jaú ao se aproximar de nós – queria falar com você mais não vou conseguir direito
– Eu que nem te parabenizar direito. Foi mal – falei e ele me deu um abraço – parabéns pela classificação. Agora corre atrás do título com o Kaique
– Pode deixar – ele saiu do abraço e beijou minha cabeça – a Ello vai para o Uruguai junto, se quiser, eu peço para ela filmar para vocês
– Tá bem! – ele sorriu – vão logo! Se não os caras vão matar vocês com esse atraso – Kaique me deu um abraço rápido – me manda mensagem quando chegar e amanhã também
– Pode deixar! Tchau! – ele saiu junto com Gabriel Jaú andando rápido
– Já que ele já foi. Que tal a gente ir para uma baladinha juntas? – Nara falou empolgada – bora se divertir um pouco, faz um tempo que a gente não se diverte juntas
– Você não tem que embarcar amanhã com eles para o jogo?
– Sim, mas é só a tarde, lá para às cinco horas – fiquei olhando para ela que fez cara de cachorro pidão – por favor, vamos, juro que vai ser legal
– Está bem! Vamos sair – sorri e ela comemorou a minha resposta – mas não quero ficar muito tempo por lá. Três da manhã a gente vem embora, pode ser?
– Três da manhã que começa às coisas em uma balada – ela suspirou – tá bom, pelo menos você vai
– Exato, você já está no lucro. Eu nem queria ir, por que tô com um pressentimento ruim
– Você é seu pressentimento ruim. Toda vez que a gente sai, você tem isso – ela pegou a sua bolsa e se virou – vamos? Que já são 23:46, daqui a 14 minutos a gente paga
– Não acredito que ainda está com isso – ela concordou com um sorriso e me puxou para irmos
…
Eu havia deixado o carro na casa de Nara, já que era difícil de estacionar por lá pelo maracanãzinho. Ao chegar já estava lotado, aproveitamos para ir no bar e pedimos nossas bebidas. Nara fez eu dançar junto com ela em alguns momentos em um pequeno espaço que tínhamos perto do bar.
– Victória, o Gabriel tá ali. Vem cá! – ela pegou a minha mão e me puxou para perto dele – Gabriel! – ela acenou para ele
– Fala, Nara! Que bom te ver aqui – ele abraçou ela e logo depois apenas apertou minha mão – eu vou ficar por aqui hoje. Fabinho daqui para amanhã me mata com as notícias
– Tu sabe que o Fabinho é cabeça quente e tu ainda faz isso! – Nara sorriu e ele também
– Eu vou pegar um drink. Já volto – falei no ouvido de Nara e ela concordou
Fui até o balcão e fiquei por alguns minutos para ser atendida, o barista, super gente boa, me aconselhou qual o melhor drink e anotou meu pedido. Me virando pude ver que Nara estava conversando com um homem alto, que parecia extremamente interessado nela, e do outro lado, Gabriel conversando com uma mulher, loira e siliconada. Minha teoria estava certa.
– Oi, gatinha. Tudo bem com você? – um homem com aparência de mais ou menos 30 anos chegou próximo a mim, apenas olhei para ele e virei o rosto – marrenta, gostei. Quer uma bebida? Eu posso pagar
– Não, obrigada, não precisa pagar nada para mim – me afastei um pouco dele que ficou no mesmo lugar
– Senhorita! Aqui está a sua bebida – o cara colocou a bebida na minha frente – pode pegar, é toda sua – olhei no seu rosto e peguei a bebida
Ao olhar novamente para a minha amiga, pude ver que ela estava agarrada com o homem, saindo e indo para outra direção. Já Gabriel estava aos beijos com a garota. Só me restava uma coisa, beber o máximo possível e sair às três da manhã deste lugar ou sair o mais rápido possível. Eu bebia devagar o conteúdo do copo até o homem do bar vir me atormentar.
– Gatinha, não vai me dar uma chance nessa noite? – o cara colocou sua mão em meu rosto e tirei bruscamente
– Você não me toca! Está me ouvindo? – fiquei olhando para ele e tomei mais um pouco da bebida
– Você vai se arrepender de ter falado isso. Eu só quero um beijo, mas agora quero algo a mais de você – ele colocou a mão sob a minha cintura e me puxou para próximo dele
– Me solta! – empurrei ele mesmo com o copo na mão, e tomei mais um gole da bebida e coloquei no balcão – Já não deu para perceber que eu não quero papo com você? Se enxerga, garoto! – ele deu um sorriso
– Daqui a um minutinho você vai estar totalmente caixinha por mim – ele falou passando sua língua na boca – e o que eu vou fazer como você, você nem vai se lembrar amanhã
– Do que você está falando? – depois que falei comecei a sentir uma tontura – o que você fez?
Tu girava e me causava náuseas, ainda mais com as luzes piscando e a música alta. Eu só queria que isso acabasse, parecia que tudo estava em uma realidade diferente da minha. Uma pequena dor de cabeça também me chateava junto com uma sonolência que eu não conseguia controlar, minhas pernas estavam fracas e não conseguia prestar atenção em casa.
– Boa noite, Cinderela!
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Detalhes | Imagine Gabriel Barbosa
RomanceUma história de um relacionamento proibido entre Victória, uma funcionária do CT do Ninho do Urubu, e Gabriel Barbosa.