Capítulo 59

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Acordei com um barulho de vibração do celular em cima do criado mudo. Na tela aparecia o nome de Fabinho, mas logo tinha saído. Me levantei o mais devagar possível para não acordá-lo.

Ao sair fui até o interior da casa e me lembrei que tudo estava bagunçado. Comecei a limpar tudo. Tirei garrafas e salgadinhos de cima da mesa de centro da salae varri o chão que estava cheio de farelo. Limpei a mesa da sala de jantar e lavei a louça.

Como estava ficando tarde, decidi fazer uma comida rápida para ele antes de ir embora para casa. Me distrai confeitando o bolo que acabaram de sair do forno, quando ouvi a porta do quarto dele se abrir. Droga! Eu engoli seco e fui logo guardar tudo no seu devido lugar.

– Que susto! – me virei e o vi com a mão no seu peito e com uma cara de assustado – meu Deus, Victória. O que está fazendo aqui?

– É que... Bem... Você me convidou para vim aqui na sua casa e...

– Eu te liguei? – concordei e ele bagulhou seus cabelos – desculpa, eu deveria estar muito bêbado para isso acontecer do nada – baixei minha cabeça e engoli seco

Então, se ele não estivesse bêbado, ele não iria me ligar? Ele iria ligar para a Fernanda ou para a outra menina para satisfazer as vontades dele? Meu coração estava acelerado. Eu estava com uma vontade enorme de chorar, mas me mantive forte.

– Eu já vou indo, Gabriel. Fiz um bolo para você e limpei a sua casa – respirei fundo e andei na sua direção, assim olhando nos seus olhos – espero que não me ligue assim de novo – passei por ele, mas a sua mão segurou no meu braço

– Ei, por que está falando assim? – ele me olhou nos olhos e fiz o mesmo que ele – fica aqui. Vamos comer um pouco, Vi. Você fez o bolo. Pelo visto deve ter feito com todo cuidado

– Eu agradeço, mas acho que não sou bem-vinda aqui nessa casa – tirei meu braço de sua mão, mas ele segurou novamente – me solta, Gabriel

– Ei, quem disse que você não é bem-vinda aqui? Me diz que eu vou atrás dessa pessoa, por que ela está falando mentira – respirei fundo e fiquei olhando para ele

– Você acabou de falar "desculpa, eu estava muito bêbado para isso acontecer do nada" – ele deu um pequeno sorrido

–Se eu estivesse sóbrio. Eu teria ido buscar você na sua casa, eu teria ido até você e ficado na sua casa. Não a mandaria vim aqui em casa do nado. É disso que eu estou falando

– Mas...

– Victória, olha para mim – ele colocou suas mãos em meu rosto – entenda uma coisa de uma vez por todas, eu te amo. Eu sou um louco completamente apaixonado por você e estou esperando a sua hora para voltar para mim e recomeçarmos tudo

Os seus olhos ficavam interlacando entre meus olhos. Eu estava com saudade daquele cheiro de perfume que, mesmo misturado com álcool, ainda era um cheiro gostoso. O seu toque, conforme o tempo ia passando, ficava melhor. A proximidade do seu rosto com meu fez com que eu quisesse mais.

– Eu te amo, Victória. Saiba disso – eu respirei fundo olhando para o seu lábio – eu quero...

Eu não resisti. Aproximei meu lábio do seu em questão de segundos. O quanto eu sentia falta dele, do seu beijo e do seu toque macio. Eu queria ele para mim, mas ainda estava dividida e não sabia como proceder.

– Desculpa, eu me empolguei – falei assim que saí do beijo – é melhor eu ir embora, se não...

Antes que eu me virasse, ele me segurou e voltou a me beijar novamente. No começo resisti, tentei empurrá-lo, mas acabei cedendo e continuei o beijo calmo que era ditado por ele.

...

Nós estávamos deitados no sofá. O relógio marcava uma e dezoito da manhã. Ele fazia cafuné em minha cabeça que estava sob o seu peito enquanto assistíamos um filme aleatório. Algumas vezes me pegava acariciando minha barriga involuntariamente e suspirava quando isso acontecia.

– Victória, ainda está acordada? – olhei para ele – que milagre estar acordada até essa hora

– Hoje o trabalho foi menos cansativo que nos outros dias. Cheguei até cedo em casa – fui me ajeitar ao seu lado – milagre é você estar acordado

– Eu sempre dormi tarde. Não sei do que está falando – ele faz uma cabeça de deboche e logo sorriu

– Que mentiroso. Você era sempre o primeiro a dormir quando estávamos assistindo filme no seu quarto – me levantei um pouco e abri minha boca

– Tá bem. Eu me rendo – ele levantou a mão em sinal de rendição – você não sabe brincar – ele colocou sua mão em meu rosto acariciando o mesmo

– Eu juro que eu te odeio – falei depois de longos segundos silenciosos com, apenas, trocas de olhares – você me faz passar por cada coisa. Eu só queria resolver o turbilhão de pensamentos que está na minha cabeça – meus olhos começaram a formas lágrimas – eu queria estar junto com você, mas eu não posso. Não posso...

– Não é que você não pode, você está indecisa. Eu posso te ajudar com isso, mas você tem que se permitir, só aí vai ser possível – respirei fundo e me afastei um pouco dele – vamos começar do zero?

Dentro de mim havia uma parte que dizia para aceitar isso, não por insistência dele, mas por mim, pelo meu subconsciente. Entretanto, era difícil, mas com segui, eu concordei e ele abriu um sorriso. Muito provável mais tarde iria me arrepender disso

– Então, prazer sou Gabriel Barbosa – ele estendeu a mão e gargalhei

- Gabriel, para que isso?

- Não vai me cumprimentar e falar seu nome, senhorita? - balancei minha cabeça negativamente sorrindo

- Você é maluco - ele continuou com a mão estendida - prazer, senhor Gabriel Barbosa, sou Victória - segurei em sua mão e continuamos a sorrir

Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora