Capítulo 62

145 12 1
                                    

– Kaique...

– Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? Não acredito que você voltou com ele depois de tudo que ele fez você passar – Kaique ficou olhando com raiva para Gabriel – me diz que você... – ele ficou olhando para caixa nas mãos do Gabriel – o que é isso nas mãos dele?

– Não é nada – engoli seco e tentei cobrir a caixa, mas era tarde de mais, ele já vinha na nossa direção – Kaique, olha, eu...

– Que merda é essa, Victória? – ele pegou a caixa com tudo da mão de Gabriel – Victória, você está grávida dele imbecil?

– Kaique, presta atenção, eu ia contar para você...

– Amor, releva. Ela deveria estar muito nervosa, por isso não te contou – Thainá falou tentando concertar as coisas

– Me contar? Você já sabia disso? – ela desviou o olhar – que legal, o único palhaço aqui sou eu. Eu que sei das coisas por último – ele jogou a caixa no sofá

– Você está ficando maluco? – eu me aproximei dele o encarando – o que te dá a permissão de fazer isso, ainda mais na frente do seu filho e da sua mulher? – eu tentava me manter calma, mas era impossível

– Eu te avisei. Esse idiota não é...

– Kaique, eu acho que você está passando dos limites. Agora ele é o pai dos meus filhos. Você querendo ou não

– Victória, esse bunda mole vai fazer...

– Kaique, pelo amor de Deus, você virou um menino mimado? Qual o seu problema? – Gabriel passou na minha frente – esse é um dos momentos que mais aguardava a minha vida toda e alguns dias e você vem e estraga tudo dessa forma? Qual a sua? Me deixa em paz com a...

– Olha aqui, seu merda! Você está na minha casa e eu exijo respeito – Kaique pegou na gola da camisa de Gabriel e se aproximou – vê se some daqui da minha camisa

– Kaique! Larga a gola dele agora! – Thainá gritou indo na direção dele – para de interferir na vida dela. Ela já é uma adulta e sabe as coisas. Se fosse uma adolescente até eu me calava...

– Thainá, não se mete nessa história. Isso está antes de você chegar aqui – ele olhou brevemente com uma cara de raiva para sua amada

– Kaique, mesmo que ela estivesse, ela tem razão. Você está fazendo uma tempestade em um copo d'água – Gabriel falou tirando as mãos da gola dele

– Vocês estão todos contra mim, é isso? Eu quero o melhor para ela e todo mundo tá contra mim?

– Eu esperava mais de você – falei quase como um sussurro – eu sempre te apoiei em todas as merdas que você fez – meu olhos se encheram de lagrimas – vim para o Rio por sua causa, por que ninguém ia vim com você para realizar o seu sonho. Eu te apoiei em cada jogo, cada vitória, cada derrota. Mesmo contra a minha vontade, no começo, eu te apoiei quando descobriu que a Thainá estava esperando um filho seu  enquanto a sua mãe... a sua mãe não estava em aí para você – eu tentava fingir que nada estava me abalando

– Victória...

– Eu espero que você possa pensar no que fez aqui. Na frente do seu filho e da sua namorada. Você acabou com o dia que eu tanto estava aguardando na minha vida inteira – limpei as lágrimas que insistiam em cair e o silêncio tomou conta do local – eu vou sair. Espairecer a cabeça. Volto assim que estiver melhor.

Olhei para ele por mais alguns segundos e sai da casa sem olhar para trás. Eu não sabia para onde ia. Ainda mais na situação que eu estava. Senti uma mão envolver meu pulso e me puxar.

– Victória...

– Desculpa por isso, eu não queria que isso acontecesse – falei entre soluços – era para eu ter planejado melhor isso, de como contar...

– Ei, ei – ele acariciou meu rosto com uma voz calma e tranquilizadora – você não tem culpa disso. Você fez tudo que tinha para fazer – olhei em seus olhos para me sentir em paz – vamos para minha casa, amanhã você volta e tenta falar com ele com mais calma

– Tudo bem. Vou fazer isso – ele me deu um beijo na testa e segurou minha mão – vem, vamos embora

– Victória – virei para a porta e vi Thainá na mesma – vai para a casa do Gabriel hoje. Amanhã, quando o Kaique estiver mais calmo, e você, também, vocês conversam melhor

– É isso que eu vou fazer – respirei fundo – eu espero que ele melhore até amanhã. Você me manda mensagem

– Tudo bem, fica tranquila

...

– Que dia exaustivo – suspirei ao me deitar na cama – parece que me deram uma surra – Gabriel sem ao menos falar colocou a sua mão sob minha barriga

– Será que eles escutam daí de dentro? – ele me olhou com uma cara de criança curiosa e balancei minha cabeça positivamente

– Eles escutam super bem. Só não vão consegui responder agora, pois são bem pequeninos – ele deu um sorriso empolgado – se quiser, pode falar com eles

– Ah, ah, som. Teste. 1, 2, 3. Alô, alô – dei uma batida de leve em sua cabeça e ele me olhou sorrindo – eu estou testando primeiro para depois falar, não é assim?

– Você é uma criança mesmo – dei uma gargalhada e peguei meu celular que estava ma escrivaninha, ele levantou a minha blusa

– Olá, pequenos seres existentes na barriga da mamãe. Aqui quem fala é o Gabriel Barbosa, mas conhecido como papai por vocês. É meio estranho para minha está falando para uma barriga, mas queria dizer que amo vocês desde já. Eu e mamãe de vocês estamos esperando muito para ver os rostinho de vocês, mas ainda falta muito tempo! Cerca de... – ele olhou para mim

– 7 meses

– Cerca de 7 meses de espera, mas vamos ficar atentos a tudo e vamos vê vocês de semana em semana para saber se está tudo bem aí dentro. Ah, a mãe de vocês é um pouco teimosa, mas vou colocar ela no caminho cetto para não ter problema para vocês – ele me olhou de canto de olho e se aproximou da minha barriga – sabe, ela é viciada em trabalhar – ele falou em um sussurro, mas consegui ouvir e gargalhei – no mais é isso. Agora vamos dormir que amanhã o dia vai ser de muito trabalho para a mãe de vocês e para o papai também – ele beijou minha barriga e baixou a blusa

– Bobo – ele me deu um beijo na bochecha e me segurou como um ursinho de pelúcia – ainda não quero dormir, vida

– "Vida"? Você me chamou de "vida"?

– Saiu em querer...

– Mas agora você vai me chamar assim, de "vida" – ele ficou com um sorrisinho bobo e me fez ficar mais perto dele – agora vamos dormir

– Estou sem sono

– Se você não dormir com cafuné e uma conchinha dessas, não sei como você vai dormir – deixei meu celular de lado e fechei meus olhos – boa noite, vida

– Boa noite, vida – dei um sorriso

...

Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora