Capítulo 19

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7° DIA DE FOLGA

A sexta-feira havia chegado mais rápido do que eu imaginava. Estava na metade da minha folga e já me sentia renovada dos dois meses que passei trabalhando direto. Eu só queria descansar um pouco mais pelo resto dos dias para voltar zen.

Lucas e Gisela me atualizavam todo santo dia sobre as coisas do CT e uma delas me preocupou. Estavam falando sobre a possível substituição do seu Luís, pois ele iria assumir a diretoria de mídias e comunicação por um tempo, pois o flamengo ainda não tinha encontrado alguém para ficar no lugar do antigo diretor que foi demitido por assédio ontem.

– O que é essa cara de dor, Victória? Tá com dor de cabeça? – respirei fundo e neguei – onde tá doendo?

– Eu tô com cólica – me sentei na cadeira e olhei para a sacola do delivery que tinha pedido – hoje eu não fiz o almoço porque estou com muita dor. Me desculpa?

– O que eu tenho para te desculpar? Você fez certo, está com dor e não iria conseguir cozinhar direito – abri a sacola e retirei o produto – você comprou sushi daquela promoção de 40 reais?

– Comprei. Eu sei que você gosta desse sushi e ainda é barato e vem muito – ele se sentou na mesa pegando dois copos que ficam em uma bandeja no meio da mesa – esqueci de pegar o suco que eu fiz um suco de goiabada

– Hoje você está lendo a minha mente. No café da manhã preparou uma tortilha de frango. No almoço pediu sushi e colocou um suco de goiaba. No jantar, será que você vai acertar? – comecei a rir mesmo com dor

– Vou tentar adivinhar e vou fazer o jantar, até lá espero que essa cólica passe – ele colocou o suco no meu copo e no dele – obrigada!

– Ah, Victória, eu te falei? Sabe o Wesley, o Wesley Gassova? – balancei a cabeça positivamente – ele convidou a gente para ir para um churrasco na casa dele lá em São Paulo

– Calma, o jogador do Corinthians? – ele concordou – vocês não ficam amigos um dia desses?

– Sim, ele é super gente boa e me convidou. O único problema é que a Ana vai para lá

– Tu ainda não falou com ela desde aquele dia? – ele negou – e ela nem te ligou?

– Eu bloqueei ela – olhei incrédula para ele – o que foi? Se ela estiver grávida mesmo, esse filho não é meu. Eu já te falei

– Você é que sabe sobre isso. Eu não vou me intrometer – ele não falou nada – e, essa festa, vai ser quando? Tenho que programar meu dinheiro

– Vai ser final de semana que vem. Eu pago tua passagem. Eu que estou te convidando

– Eu vou ser penetra? – ele concordou enquanto comia mais um pouco – só tu mesmo para fazer uma coisa dessas. Conheceu o cara um dia desses e vai levar alguém para festa dele

Eu e ele comemos enquanto conversávamos sobre as festas que já fomos e Kaique descobriu um lado meu que ele nunca tinha noção, a que eu sempre era a última a sair das festas, pois sempre aproveitava até a última música mesmo não sabendo algumas.

– Atende, tem alguém te ligando – ele falou olhando para o meu celular ao seu lado. Sem ver atendi

– Alô? Quem é?

Victória, ainda bem que atendeu. Preciso de você aqui no CT em menos de uma hora. Não aceito ‘não’, depois a gente resolve esse dia que você veio aqui – ele desligou a ligação

– Quem era?

– O seu Luís. Vou precisar ir ao CT daqui a pouco. Está rolando umas coisas lá – respirei fundo e comecei a comer

– O que aconteceu?

– Lucas e Gisela me falaram que o diretor de comunicação foi demitido por assédio. Ainda tem o planejamento do resto do ano e do ano que vem para ser entregue

– Esse ano de 2023 foi ruim para vocês, não é?

– Nem me fale, foi horrível planejar tudo. Todas as vezes tínhamos que fazer reunião de emergência para trocar algumas coisas de lugar

– Me lembro que algumas vezes saía de casa sete horas da noite para ir para o CT

– Nem me lembra disso. Foi por isso que comecei a ficar até tarde no CT – bebi um pouco de água – eu vou me arrumar que tenho muita coisa para fazer antes de ir. Coloca esse resto em um pote que eu vou comer no caminho para o CT

– Prima, termina de comer e depois vai para lá. Não tem por que você correr para ir. Tens uma hora ainda para te arrumar

– Está bem

Terminei de almoçar junto com Kaique e fui me arrumar rápido. A cólica estava forte, mas eu tinha que aguentar essa dor, pois sabia que mesmo se tomasse remédio, não iria adiantar. Ao sair de casa me lembrei que teria que passar na farmácia para comprar absorvente, já que não tinha, mas isso só iria fazer depois que saísse do CT.

Todos no CT estavam na correria, nunca tinha visto o corredor tão cheio e, ainda mais, conversando sobre o mesmo assunto. Antes de ir com o seu Luís em seu escritório passei na sala de marketing para ver o pessoal e matar a saudade da minha sala.

– Bu! Estão fazendo o que? – falei assim que entrei na sala e os estagiários virei na minha direção

– O que você está fazendo aqui? – Gisela me abraçou rapidamente – que saudade

– Victória, nem acredito que está aqui. Ainda mais hoje – Lucas disse um pouco longe de mim

– O seu Luís quer conversar comigo, eu não sei o que é. Eu acho que pode ser para organizar o cronograma de comunicação – eles ficaram em silêncio – bom, vim aqui só aqui para falar com vocês, vou indo lá

– Olha quem está aqui – ouvi a voz de Julia – acabei de ver o seu Luís ele está tão sério – olhei para ela que estava com o seu cafezinho de lei

– Obrigada por avisar. Vou lá com ele – falei e ela deu um pequeno sorriso – tchau, gente!

Fui até a sala dele e bati na porta. Luís me pediu para entrar e quando olhei para ele sua cara não era nada boa e aquilo me fez ficar um pouco preocupada

Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora