Capítulo 32

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⏳️ Uma semana depois

Eu ainda me encontrava toda bobinha com o que havia acontecido há uma semana atrás. Depois de ficarmos juntos assistindo um filme, Gabriel voltou para a sua casa depois de me deixar deitada na cama. Os dois foram normais no CT, os trabalhos continuam os mesmos, ainda mais com a reta final do brasileirão.

Os trabalhos que envolviam o campo eram um tanto complicados, já que Gabriel me olhava o tempo todo e eu tentava disfarçar o máximo possível para não perceberem. Durante dois dias ele ficou em casa enquanto Kaique estava no playoff, mas não rolou nada demais entrar a gente, saiu aquele encontro para tomar cerveja, já que ele estava de folga e nunca tinha visto ele chegar pertinho de ficar bêbado.

Eu estava em casa depois de um dia cansativo de meio período no CT. Meu primo já havia voltado para casa com a vitória e iria esperar para ver com quem seria o playoff da final. Estávamos arrumando as coisas no quarto do bebê quando ouvi a campainha tocar. No começo estranhei, mas fui lá abrir da porta

– Você é uma irresponsável! – ela veio na minha direção e me deu um tapa no rosto – eu confiei em você para cuidar do meu filho e nem para isso você presta! – meus olhos se encheram de lágrimas

– Como a senhora descobriu isso?

– Victória, não faça perguntas já prontas para tentar se desfazer da situação. Está em todos os veículos de imprensa!

– Mãe! A senhora está doida? Comeu merda? – Kaique falou enquanto eu tentava me manter firme, apesar da vontade grande de chorar

– Kaique, não fala assim com a sua mãe! – falei olhando para baixo, pois não tinha coragem de olhar para mim

– Victória, olha que essa mulher fez com você. Eu não vou deixar com que ela faça isso com você – senti a mão de Kaique em meu ombro

– “Essa mulher”? Kaique! Eu te dei a vida, você nasceu daqui. Eu sou sua mãe – olhei rapidamente para ela

– É fácil falar agora que você é minha mãe. Esses quatro anos, quem tinha que ter responsabilidade era você, não a Victória. Como você diz ser minha mãe se nem na cara você me olhou durante dois anos! – Kaique estava muito diferente do que eu conhecia, do que eu via

– Eu te acompanhei no começo da sua carreira. Eu estava lá todos os jogos te apoiando e gritando por você

– Sim, mas depois, quando tudo ficou mais difícil, você foi embora e me deixou junto com a Victória aqui no Rio, naquele apartamento que mal cabia eu e ela. Nos testes que eu não falei, a única coisa que veio da senhora foi “puxa, que pena” e mais nada. A Victória ficou do meu lado me consolando TODAS as vezes

– Kaique, para com isso – ele me olhou rápido, mas voltou a sua atenção para a sua mãe

– Eu não vou te perdoar por ter dado um tapa na cara da Victória. Acho melhor a senhora ir embora daqui

– Eu não vou! Ainda mais que essa casa foi comprada com o meu dinheiro

– A outra casa foi comprar com o seu dinheiro. Esse aqui foi com o meu trabalho e o trabalho da Victória. Nós estávamos guardando dinheiro para conseguir comprar essa casa – ela olhava incrédula para mim e para o Kaique – por favor, sai daqui

– Parabéns, Victória. Você conseguiu o que queria. Meu filho está contra mim!

– Eu NUNCA iria fazer isso. NUNCA! Se ele está assim hoje é por conta das suas atitudes e conduta como mãe. A única coisa que eu fiz foi ter ajudado ele em todos os momentos em que você não estava perto dele – ela ficou apenas me olhando – por agora, eu não quero nem olhar para a senhora

– Sai daqui, mãe – ele falou e ela foi embora – tá tudo bem, Victória? – olhei para ele e segurei meu choro

– Tá sim. Tá tudo bem – forcei um sorriso – eu vou para o quarto. Eu vou resolver algumas coisas de planilha e já volto – sem esperar nenhuma resposta dele, fui para o quarto a passos rápidos

Eu estava me sentindo deslocada, como se aquele tapa tivesse me tirado de órbita até agora. Eu aprendi que nunca se bate na cara de ninguém, a não ser se ele for um bandido, um ladrão. Agora eu só queria ficar no meu quarto e chorar o quanto pudesse para não mostrar para Kaique minha fraqueza. Ouvi meu celular tocar e fui em direção ao mesmo para atender controlando meu choro.

Oi, Victória? Está podendo falar? – ouvi a voz de Gabriel me deixou tão aliviada que o meu choro voltou – está tudo bem?

– Não. Tá tudo péssimo, mas eu tenho que me fazer de forte – falei entre soluços e suspiros – desculpa chorar de novo na sua frente

Não fica assim. Quer que eu vá para aí com você? Eu estou livre

– Não precisa, é melhor eu ficar um tempo sozinha depois de tudo isso

Vou aí mais tarde. Vou dar um tempo para você respirar, está bem? – antes murmurei um ‘sim’ – se cuida, princesa. Mais tarde estou aí

Eu passei um tempão olhando para o nada e chorando. Kaique algumas vezes ia no quarto para ver como eu estava sem entrar no local, apenas conversando na porta comigo. Gabriel havia chegado há alguns minutos, mas não queria que ele me visse no estado deplorável que eu estava, então decidi tomar um banho e passar uma maquiagem.

– Que bom que você está sabendo lidar com as coisas – vi Gabriel sorridente olhando para uma foto no celular de Kaique, muito provável era a ultrassom – pena que sua mãe tenha tido esse tipo de atitude para cima da Victória

– Nem me fale, não me reconheci na hora em que ela deu o tapa na Victória. Acho que eu nunca fiquei desse jeito por ninguém – ele respirou fundo e Gabriel entregou o celular

– Oi, gente – falei com uma voz meio rouca e Kaique se aproximou de mim

– Victória! Desculpa por tudo que aconteceu – ele me abraçou com força – a minha mãe foi longe demais no que fez, você não merece isso. Fui eu quem errei e ela que descontou em você e…

– Kaique, ela nunca iria colocar a culpa em você, por que ela te ama – me afastei um pouco para olhar nos olhos dele – você sabe que fez uma besteira enorme, não? – ele concordou – mas que no final será uma alegria imensa, ainda mais nessa casa que é silenciosa para caramba

– Eu sei, eu errei feio, ainda mais com você que não tinha nada haver com a situação e levou o troco

– Vamos fingir que isso não aconteceu e vamos continuar

– Se você está dizendo…

Oi, pessoal!

Só para ambientar vocês na história, o período que está acontecendo isso é no mês de novembro de 2023, mais ou menos na metade do mês.

Outro aviso rápido é que eu vou continuar com a história mesmo com tudo isso acontecendo. Pode ser que eu demore um pouco a postar, já que antes postada em dias seguintes, mas vai vindo aí

Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora