Capítulo 33

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Eu, Kaique e Gabriel ficamos conversando a tarde toda na varanda de casa bebendo cerveja e refrigerante até decidimos pedir alguma coisa para comer, já que beber de estômago vazio é uma catástrofe. Os assuntos eram variados, parecia que a cada assunto a conversa ia trocando de cenários. Kaique recebeu uma ligação de Thainá e acabou saindo rapidamente, dizendo ele que ela estava com desejos de gravidez.

– Kaique me contou tudo que aconteceu entre você e a sua tia hoje – ele tomou um pouco de cerveja e me olhou – eu sei que isso tira todo o nosso orgulho. Minha mãe acabou me dando um tapa depois de eu me descontrolar com farra e bebida

– É aquela famosa frase, a fama subiu para a cabeça – ele me olhou meio confuso – eu te acompanhei desde a sua saída do Santos para o Flamengo. Eu sei o quanto é doido essa questão muito dinheiro na mão

– O Kaique fazia isso?

– Não, era eu. Quando me mudei para o Rio, eu ainda trabalhava em um clube da minha cidade em homeoffice e só que ele me deram mais até o final do meu contrato que era cinco meses que me mudei. Corri atrás e consegui um trabalho no CT, com o triplo do valor – tornei um gole de cerveja – Eu saia quase todo o final de semana para beber junto com a Nara, até que a realidade veio a tona. Eu tinha que cuidar do meu primo, meu emprego no CT estava em risco e parei com isso tudo

– Te entendo. Depois do meu aniversário desse ano, eu vi que as coisas não são tão simples quanto parece ser – ele se aproximou de mim e colocou seu braço atrás – eu parei de ir para festas, baladas, logo depois de ti conhecer também

– O que tem em me conhecer com essa história?

– Vamos dizer que fazia um tempo que tinha te visto no CT. Eu acho brega demais, mas acho que acabei gostando de você a primeira vista – ri um pouco – o que foi? É verdade isso. Você estava com um monte de papel no braço, um coque e um óculos atrás do seu Luís

– Foi no período em que eu estava começando no CT

– Daí como eu estava foca na temporada 22, eu acabei deixando "de lado", mas não conseguia fazer isso. Até que essa temporada, eu decidi que pensaria se me aproximaria de você ou não

– Então quer dizer que ainda pensou se ia ou não falar comigo?

– Você me jogou para escanteio nas primeiras vezes. Se eu tivesse desisti, não estaríamos aqui, na varanda da sua casa, bebendo uma cerveja e jogando papo fora

– Então, a nossa relação aconteceu graças a você – me virei para ele que estava com um sorriso no rosto

– Claro, eu que tive que tomar a iniciativa. Todas as vezes você só me afastava – ele se aproximou do meu rosto – eu juro que ainda estou me acostumando com a ideia de ficar pensando em você quase que o tempo todo – ele colocou meu cabelo para trás do ouvido

– Você nunca pensou tanto em alguém? Com certeza teve várias que você...

– Não, você é totalmente diferente das outras. A começar que você foi a primeira que me deixou de lado como falei várias vezes e me hipnotizou em um nível

– Você que me hipnotizou, Gabriel. Aquele café da manhã na outra casa foi um pecado, eu não conseguia me controlar. Se tivesse feito alguma coisa, eu não iria evitar

– E agora? Consegui evitar? – ele colocou a mão em meu rosto e se aproximou

– Gabriel. Olha o que você está fazendo...

– Eu não estou fazendo absolutamente nada. Faz dias que não sinto a sua boca na minha – respirei fundo e baixei minha cabeça – deixa as coisas fluírem. Bora aproveitar o momento

– Se você diz isso

Por incrível que pareça, Gabriel me ajudou a esquecer o que havia acontecido há horas atrás, como se ele fosse meu ponto de refúgio, uma pessoa que poderia estar do lado e esquecer tudo. Nós nos beijamos como todas as vezes passadas, sem alterar em nada. Gabriel me puxou para o seu colo e fiquei em cima dele.

– Menino! Não vou ficar desse jeito – quando ia sair, ele me segurou e beijou meu pescoço – Gabriel – ele continuou beijando meu pescoço e subiu para meu lábios

Durante o beijo, senti a mão de Gabriel descer minhas costas e parar no final dela. Após isso coloquei minha cabeça em seu ombro, deitando em cima dele que acariciava minha costa e depositava beijos em minha cabeça.

Eu estava apaixonada por ele, mas ainda não podia falar ou demonstrar, pois tinha medo do que poderia no futuro e não queria sentir pressão em cima de mim.

– Não quer ir para ali? – olhei para ele e apontei para o local – a gente fica melhor lá, aqui é um pouco desconfortável tanto para mim, quanto para você

– Se quiser ir para lá – sai de cima dele e estiquei meu braço para ele segurasse na minha mão – vamos lá – ele segurou minha mão com um sorriso no rosto

Andamos cerca de meio metro até o sofá na parte do quintal. Nos deitamos um tanto separado, mas conforme o tempo passava ficávamos mais próximos, até eu colocar minha cabeça em seu peito e me aconchegar naquela posição.

– Nunca pensei que ia precisar disso aqui para me ajudar a recarregar minhas energias – ele mais uma vez fazia cafuné em minha cabeça e bocejei

– Assim você vai me fazer dormir. Ainda mais depois de ter chorado muito – levantei um pouco meu rosto para ver o seu sorriso – é sério. Eu estou aqui com um sono por causa do vento e da calmaria. O seu cafuné ajuda nessa situação

– Você precisa descansar. Dorme um pouco

– E se o Kaique chegar e nos ver assim? Ele não vai me perdoar tão cedo

– Por quê? Eu fiz algo de errado para você ou para ele para não poder fazer isso?

– Não é isso. Ele tem uns motivos dele e até entendo o lado dele, mas te conhecendo agora, acho que não é isso que ele pensa

– Ele achava que eu sou um cafajeste? Se for, ele disse isso na minha cara há um tempo atrás. Disse que eu não poderia me aproximar de você, por que se não você iria sofrer muito

– Então, meu primo é sincero com todo mundo mesmo – gargalhamos – esse menino vale ouro, cara

– Dito isso, pode dormir que eu invento uma desculpa para ele, se ele nos ver aqui assim

– Vou confiar em você, hein. Só vou fazer isso por que estou morrendo de sono agora – bocejei e fechei meus olhos

– Bons sonhos, princesa

...

Detalhes | Imagine Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora