Meu coração estava despedaçado. Nunca tinha passado por algo parecido, então aquela dor parecia mais forte do que quando via nos filmes e lia nos livros. Eu olhava fixamente para ele e quando nossos olhos se encontraram, ele arregalou os mesmos e parou de andar, parando perto da porta.
– Oi? Quem é você? – a mulher tinha balançado sua mão na minha frente – se for uma fã do Gabigol pode se...
– Victória, o que você está fazendo aqui? Por que está de pijama? – ele se aproximou de vagar de onde estava
– Eu vim aqui para saber como você está, mas pelo visto você está muito bem e obrigada – minha vontade de chorar era enorme – é uma péssima hora para vim para cá. Desculpa atrapalhar vocês dois
– O que aconteceu?
– Pelo visto ficou se divertindo enquanto, provavelmente sabia das coisas. Eu ainda fiquei super preocupada com você
– Victória, olha, isso aqui não é nada... – ele se aproximou mais ainda, mas Fernanda segurou em seu braço o impedindo de continuar a se aproximar de mim
– Gabriel, para de graça. Você está mentindo para si mesmo. Ontem foi uma noite tão boa depois... – ele olhou brevemente para ele
– Fernanda não fala merda! A gente não teve nada! Nada! – ele voltou a me olhar e dessa vez algumas lágrimas rolavam pelo meu rosto – Victória, o que aconteceu?
– Gabriel, o seu Denir... O seu Denir faleceu hoje de manhã – ele entrou em estado de choque – eu vim correndo por que achava que estava mal, solitário e não queria que nada acontecesse nada com você, mas pelo jeito eu pensei totalmente errado. Você se tornou a pessoa mais sem noção desse mundo, Gabriel
– Não é assim. Eu acabei de acordar. Eu não estou sabendo de nada disso – eu olhei para baixo e me senti um pouco tonta, mas não tanto quanto das últimas vezes – eu sabia que ele estava mal, mas não esperava...
– Todo mundo sabia menos eu. Eu tô me sentindo a pior pessoa do mundo por não ter sido informada disso – ele desviou o olhar – enfim, se divirtam que eu não vou mais incomodar vocês – me virei de costas
– Victória, não é bem assim. Eu e ela não temos nada e ela... – ele segurou na minha mão e me virou para ele
Eu torcia para que tudo fosse um pesadelo ou desentendimento qualquer, mas eu não consegui a acreditar em nada que o meu coração dizia, nem uma palavra se quer. O seu toque fez com que eu relembrasse aquele último de semanas atrás na minha casa quando ele se despediu dizendo que iria voltar na noite seguinte e me fez esperar até o dia de hoje, mas não em minha casa e, sim, na sua.
Todos os meus sonhos, desejos e acontecimentos passados agora eram apenas pensamentos imaturos de um amor que sabia que não ia dar certo, mas, mesmo assim, eu tentei, tentei acreditar que tudo que estava pensando era só algo da minha cabeça, tentei aproveitar cada segundo, pois sabia que uma hora a verdade iria aparecer.
Aquele contos de fadas criado em minha cabeça, era só mais um peça que o meu coração fazia em mim. Eu não era a única, muito menos a única que ele dedicava e levava para a cama, mesmo os dois não lembrando na manhã seguinte, além de dedicatórias de amor.
Mesmo eu não dizendo um "eu te amo", me arrependi de ter pensado em dizer e feito tudo o que fiz com ele. Todos as horas, minutos e segundos que passei com ele agora eram momentos que eu queria esquecer. Tirar da minha cabeça.
– Victória! – ouvi a voz de Veiga foi como uma solução para os meus problemas
– O que está fazendo aqui, Veiga? – Gabriel perguntou com uma cara nada legal
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Detalhes | Imagine Gabriel Barbosa
RomanceUma história de um relacionamento proibido entre Victória, uma funcionária do CT do Ninho do Urubu, e Gabriel Barbosa.