Novos Anjos Capítulo 16: Falando sobre o Flávio

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Segunda vez que somos enviados pra direção, se da primeira vez conseguimos escapar ilesos essa segunda vez com certeza vai ser bem diferente, talvez nossa sorte tenha mesmo acabado.

Se de um lado novamente estava o Arthur preocupado em ser chamado atenção eu e o Flávio estávamos indignados com a situação, como pode uma professora ser tão radical? Não é como se estivéssemos fazendo baderna na sala, apenas conversamos um pouco mais alto e nem foi de proposito, podia só ter chamado a atenção e tudo bem, mas não, por uma besteira já manda pra sala da diretoria.

Chegamos na sala da diretoria, surpresa, estava fechada, nossa sorte deve ter voltado, pensei. Já íamos dando meia volta quando a mãe do Flávio apareceu.

- O que estão fazendo fora de sala meninos? Perguntou

- A professora alegou que estávamos conversando na aula- tentei tomaras rédeas da situação- Mas tia, eu juro que a gente não estava atrapalhando a aula nem nada, a gente simplesmente estava marcando de ir estudar lá em casa hoje, poxa a professora não teve um pingo de paciência com a gente.

- Vocês sabem que não podem ficar perturbando a aula.

- Tia, eu juro por tudo na minha vida- apelei pro discurso- a professora tá super sem paciência com os alunos, a Sra. Sabe que é verdade, tá todo mundo reclamando.

- Muito bem- suspirou- É verdade que muitos alunos e até alguns pais já vieram reclamar da postura da professora, vou chamá-la para tentar resolver as coisas. Quanto a vocês, vou deixar passar dessa vez, mas com a condição de que essa pequena conversa sobre a professora fique apenas entre nós.

Percebi logo atrás de mim Arthur e Flávio espantados com minha atitude e ao mesmo tempo aliviados por fugirem de mais uma encrenca tão facilmente, parecia até milagre, agradecemos a bondade e nos viramos para retornar para nossa sala.

- Espere um momento- chamou a mãe de Flávio- Meninos podem voltar para a sala- apontou para Flávio e Arthur. Paulo venha na minha sala, quero ter uma palavrinha com você, tudo bem?

Nos entreolhamos meio desconfiados e espantados com aquele pedido mas sem poder contestar muita coisa os meninos acabaram voltando para a sala enquanto eu acompanhei Dona Edna até sua sala na coordenação.

- Pode entrar querido, sente-se- pediu com voz suave.

- Obrigado tia, olha desculpa o meu discurso de agora a pouco, não estou querendo jogar a culpa nos outros mas fiquei de verdade chateado com a forma como a professora nos tratou.

- Tudo bem, vou tentar resolver isso da melhor maneira possível- respondeu- mas não era desse assunto que eu queria falar quando o chamei aqui.

- Então...sobre o que é?

- É sobre o Flávio, bem, acho que vou ter que lhe contar algumas coisas para você entender melhor.

- Tudo bem tia, ele é meu amigo, se eu puder ajudar em algo...

- Pois bem, imagino que você já deve ter percebido que ele o o padrasto não se dão nada bem.

- Ele já disse algumas vezes, quer dizer... sempre que falamos dele pro Flávio ele já meio que se aborrece e corta o assunto.

- Paulo, eu vou ser bem sincera com você, talvez eu nem devesse envolver você nisso já que é um aluno da minha escola, mas percebi que você e o Arthur além de terem se tornado amigos dele tem um certo grau de maturidade que eu honestamente gostaria muito que o Flávio também tivesse.

- Tudo bem, eu entendo sim tia, a Sra. Quer fazer um pedido como mãe, não como coordenadora, não é isso.

- Sim, é exatamente isso- respondeu surpresa- pelo seu modo de falar e sua percepção das coisas vejo que tomei a decisão certa lhe chamando pra essa conversa.

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