Novos Anjos Capítulo 27: Tensão e bolas de água

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Separei algumas roupas limpas para o Arthur poder usar, era hora de voltar adura realidade cheia de problemas e preocupações, nos vestimos rapidamente e descemos até a cozinha, não havia ninguém em casa, como não era dia de aula a tarde presumi que meus primos haviam ido acompanhar meu avô em suas tarefas.

Olhei em meu celular e uma mensagem de minha tia avisava que Dona Maria havia saído mais cedo mas que tinha feito aquela deliciosa torta de frango que eu adorava, para meu azar eu não tinha vontade alguma de comer qualquer coisa que fosse.

-Não vai querer comer nada Anjinho? Arthur me perguntou delicadamente enquanto eu estava sentado a mesa com olhar perdido.

-Tô sem fome- respondi desanimado.

-Você disse que estava morrendo de fome quando chegamos, agora não quer mais comer? Arthur retrucou.

-É... uma dose de realidade na cara faz qualquer um perder a fome mesmo de estômago vazio. Baixei a cabeça.

-Não fica assim meu anjinho, poxa e eu achando que você tinha ficado mais animado lá no banho.

-Pois é, mas depois que passou a realidade bateu a porta novamente- respondi melancólico.

-Então o jeito é ficar fazendo sexo sem parar o dia inteiro? Ele perguntou com cara de safado.

-Hahaha, seu safadinho... como sempre só mesmo você pra me fazer rir numa hora dessas.

-Não adianta nada ficar pra baixo agora, pega, come ao menos um pouquinho. Ele me deu uma fatia.

-Será que ele tá bem? Indaguei enquanto tentava engolir um pedaço de torta. Eu pensei em mandar mensagem pra ele no celular.

-Mas ele não vai poder atender né? Arthur retrucou.

-Sim, mas alguém vai atender e nos dizer alguma coisa.

-É melhor a gente não incomodar numa hora dessas, temos que ter paciência anjinho- Arthur acariciou meus cabelos.

-Que bom que você consegue se acalmar muito mais rápido do que eu, eu fecho os olhos e ainda me tremo todo quando lembro do Flávio deitado na maca. Falei quase me lamuriando.

-É só o que resta fazer agora, eu me senti muito culpado, quer dizer...ainda me sinto culpado pelo que houve, mas não tem jeito, tudo o que podemos fazer agora é esperar e depois arrumar um jeito de fazer algo por ele. Arthur disse.

-Sua maturidade me dá nojo menino- falei rindo enquanto terminava meu pequeno mas delicioso almoço.

-Pronto, agora sim tá voltando a ficar de bom humor- Arthur me beijou na bochecha pegando meu prato vazio e levando-o para a pia.

-E será que a sua mãe deixa mesmo você dormir aqui hoje? Perguntei.

-Acho que deixa sim, ultimamente ela tem feito de tudo pra me manter longe do papai quando ele bebe demais e... Arthur parou repentinamente sua fala percebendo que falara demais.

-Como assim Arthur? Perguntei num sobressalto- Seu pai voltou a beber? E o tratamento e todo o resto.

-Droga- Arthur resmungou- Desculpa Paulo, eu falei demais... esquece isso por favor.

-Mas não tem como esquecer Arthur, ele deixou o tratamento então? Ele voltou a beber? E se tudo voltar a ser como antes? Ele vai te bater de novo ou coisa pior- falei angustiado.

-Não aconteceu nada até agora, eu juro, por favor não conta pra ninguém- ele me pediu numa súplica.

-Mas isso não pode ficar desse jeito Arthur, lembra do que o titio disse sobre o celular? Pra você usar se tivesse problema.

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