Vidas Cruzadas - Versão Tobiizu [Livro 1]

5

  Tobirama teve a impressão que alguém estava gritando.

Demorou para entender que de fato o som estava vindo de sua casa, franzindo o cenho enquanto tentava abrir os olhos. Com a vista meio borrada, olhou no visor digital de seu relógio, percebendo que era uma hora da manhã e ainda muito bêbado de sono, conseguiu reconhecer o timbre de Izuna.

Era ele gritando.

No mesmo segundo seu sono passou. Ele jogou as pernas para fora da cama e correu descalço até a porta, a abrindo depressa e logo depois correndo até o quarto de hóspedes, a abrindo e acendendo a luz depois.

Izuna estava na cama, se sacudindo como se estivesse tendo um ataque seguido de sobressaltos. Sua blusa estava ensopada e seus cabelos grudavam na pele. Suas mãos estavam agarrando firmemente o lençol e seus olhos estavam bem abertos, encarando o teto o tempo todo.

Tobirama olhou para o teto, sem entender nada. Não tinha nada lá, era completamente um teto normal. Mas Izuna ainda o encarava como se fosse seu pior pesadelo e o fato de ele não estar piscando estava assustando Tobirama também.

— Ei. – Ele se apressou para ir até a cama, tocando no ombro de Izuna, mas não surgiu efeito algum. — Ei, Izuna! – Chamou mais alto, o sacudindo um pouco também.

Izuna continuava berrando, se debatendo com força. Tentou pensar no que fazer, mas nunca tinha passado por aquilo antes. A única coisa que lhe veio na cabeça foi correr até o seu quarto para pegar seu celular e ligar para Hashirama para pedir socorro.

— Vai tomar no seu cu, Tobirama. – Hashirama atendeu completamente irritado por ele estar interrompendo seu sono, mas Tobirama ainda estava assustado demais para se importar e os gritos de Izuna ainda ecoavam por toda a casa. — O que está acontecendo!? É o Izuna gritando!?

— É! E eu não sei o que está acontecendo! Ele está de olhos abertos, mas não reage quando eu o chamo, só fica gritando! – Gritou de volta, passando a mão vaga pelos cabelos, totalmente sem saber como agir diante a tudo aquilo.

— Porra, é um terror noturno! Ele tinha muito isso na época da escola! – Respondeu, totalmente preocupado agora.

— O que eu faço, merda!? – Seus olhos não conseguiam deixar de encarar a expressão totalmente apavorada de Izuna, aquilo era muito torturante de ser assistido.

— Quando ele tinha quando dormia na minha casa, eu apenas o abraçava muito apertado para ele não se machucar enquanto se bate e tentava falar com ele até ele reagir. Demora um pouco, mas enquanto ele começa a perceber que tem alguém com ele, ele vai se acalmando. Tenta fazer isso!

— Ok, ok!

Tobirama jogou seu celular em cima da mesinha-de-cabeceira e subiu na cama, puxando Izuna para o sentar. Ele levou alguns socos enquanto tentava o imobilizar por trás, juntando as costas suadas dele no seu peitoral. Ele usou as pernas para enlaçar as dele também, o deixando completamente imóvel, contendo seus espasmos.

— Izuna. – Ele chamou, falando no ouvido dele, tratando de falar de forma calma para não o deixar pior. — Ei, cara, me escuta, hm? Eu estou aqui com você. Você não está sozinho. É só um momento ruim. – Continuou, mesmo que aparentemente não estivesse surgindo efeito algum. — Eu adoro como você arruma a minha cama. – Começou a listar, meio sem saber mais o que falar. — E como você sempre me surpreende em como consegue ser tão rápido limpando as coisas. Gosto de chegar em casa e ver que você fez minha janta e gosto também da sua companhia quando vou jantar. Me traz uma sensação boa quando percebo que você se preocupa com o meu bem estar ao ponto de preparar meu almoço, me fazer lembrar de levá-lo e ligar para mim apenas para me lembrar de comer. – Ele notou quando Izuna abaixou um tom da sua voz e que seus movimentos não estavam mais tão brutos, então continuou. — Você é um cara bacana. Entendo porque Hashirama disse que todo mundo tem uma queda por você. Você encanta qualquer um. – Sentiu Izuna amolecendo em seus braços e sorriu de lado, mais tranquilo e aliviado também. — Isso... isso, muito bom... foi só um momento ruim. Nada vai te machucar, ok? Eu estou aqui e vou te proteger.