03

23.4K 1.2K 857
                                    

ASSIM QUE PISEI PARA FORA do centro de treinamento, uma sensação de alívio inundou meus sentidos, o ar fresco envolveu meus pulmões, como se estivesse devolvendo a vida ao meu corpo após o sufocante ambiente interno

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ASSIM QUE PISEI PARA FORA do centro de treinamento, uma sensação de alívio inundou meus sentidos, o ar fresco envolveu meus pulmões, como se estivesse devolvendo a vida ao meu corpo após o sufocante ambiente interno.

Caminhei rapidamente, tentando afastar os pensamentos tumultuados que pairavam em minha mente. A situação dentro do CT havia se tornado insustentável, e eu precisava de um momento para recobrar o equilíbrio e clarear a mente.

Cada passo que eu dava parecia me levar para mais longe da confusão e das tensões que haviam dominado o ambiente. O sol brilhava no céu, e uma brisa suave acariciava meu rosto, trazendo um pouco de serenidade para minha alma inquieta.

Eu sabia que havia muito a ser resolvido, muitas perguntas sem resposta que exigiam minha atenção. Mas, por enquanto, eu me permiti simplesmente respirar, absorvendo a calma e a tranquilidade do mundo exterior enquanto tentava encontrar meu próprio centro de equilíbrio.

Respiro fundo, sentindo a ansiedade se acumulando em meu peito enquanto meus pulmões começam a se fechar.

Com mãos trêmulas, procuro em minha bolsa até encontrar a bombinha de asma. Com um gesto rápido, tiro a tampa e pressiono o dispositivo, liberando uma dose do medicamento que tão bem conheço.

Inalo profundamente, sentindo o alívio imediato que a medicação proporciona. Os músculos do meu peito relaxam, e a sensação de sufocamento começa a se dissipar lentamente.

O susto me faz dar um pequeno salto, e minha bombinha de asma escapa de minhas mãos, caindo no chão com um pequeno baque. Antes que eu possa reagir, sinto uma mão firme em minha lombar, e meu coração dispara de surpresa.

Quando olho para baixo, vejo Piquerez se abaixando para pegar minha bombinha, sua expressão preocupada contrastando com a tensão que ainda pulsava em minhas veias.

- Tudo bem? - sua voz suave rompe o silêncio, e eu me sinto momentaneamente desarmada diante de sua gentileza inesperada.

Respiro fundo, tentando recuperar a compostura enquanto olho nos olhos dele. A presença reconfortante de Piquerez ao meu lado.

Mas então, um lampejo da cena anterior vem à minha mente, e não consigo evitar um sorriso escapar de meus lábios.

- Estou bem... - eu respondo, tentando controlar o riso que borbulha dentro de mim.

- Só estou lembrando da cara do Richard quando eu acabei cuspindo a água nele.

Ao ouvir isso, Piquerez não consegue conter o riso, e logo estamos os dois rindo, a tensão e o desconforto da situação anterior sendo substituídos pela leveza.

Caso do Acaso - RICHARD RÍOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora