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A NOITE FOI UMA BATALHA PERDIDA com o sono fugindo de mim como um fantasma indomável

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A NOITE FOI UMA BATALHA PERDIDA com o sono fugindo de mim como um fantasma indomável. Cada vez que fecho os olhos, as palavras de Maitê ecoam em minha mente como um mantra incessante, repetindo-se sem piedade.

"Vamos agir como profissionais", sua voz ressoa, cada sílaba uma punhalada de realidade e consequência. E por mais que eu tente ignorar essas palavras, elas persistem, como uma lembrança constante de meus erros e falhas.

Ao atravessar o campo de treinamento na manhã seguinte, o eco das palavras dela me acompanha a cada passo. É como se o próprio campo estivesse ecoando seus conselhos, lembrando-me da necessidade de agir com maturidade e responsabilidade.

É uma verdade difícil de engolir, uma lição amarga em humildade e redenção. Por mais que eu queira desfazer o que foi feito, sei que não posso voltar atrás no tempo e apagar o passado.

Tudo o que posso fazer é aceitar as consequências de minhas ações e tentar fazer as coisas direito daqui para frente.

Enquanto continuo meu caminho pelo campo, uma sensação de resignação se instala dentro de mim. Talvez seja hora de deixar para trás as ilusões do passado e abraçar a realidade do presente.

É hora de agir como profissional, mesmo que isso signifique enfrentar o desconforto e a incerteza que o futuro reserva.

— Cara, qual foi? "Cê tá com uma cara de poucos amigos hoje. — pergunta o caçula do time.

— É, tá parecendo que acabou de chupar limão, o que houve? - Menino diz.

— Nada, só não dormi muito bem, sabe como é.

— Ah, entendo... Mas você tá estranho desde o incidente com a Maitê ontem. Tá tudo bem? — o caçula me olha desconfiado.

— É, vocês dois pareciam que iam se matar lá na sala de apresentações. — Menino para a bola no pé com as mãos na cintura esperando pela minha resposta.

Merda.

— É, foi um mal-entendido. Mas já passou, vamos focar no treino.

— Ah, sei não, cara. Parece que ainda tá te incomodando. Se precisar desabafar, tamo aqui. - Menino toca para mim.

— Vamos deixar isso de lado por enquanto. Precisamos nos concentrar no treino.

Eles olham um pro outro e acenam com a cabeça encerrando as interrogações.

Meu coração acelera quando avisto Maitê passando pelo corredor próximo à quadra de treino. Seus passos decididos ecoam no ambiente, enquanto meu olhar a segue involuntariamente.

Caso do Acaso - RICHARD RÍOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora