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Eu estava no quarto, a cabeça rodando com ciúmes e raiva

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Eu estava no quarto, a cabeça rodando com ciúmes e raiva. Como ela podia se aproximar tanto daquele cara? Desse João? Eu sabia que ela estava me provocando, mas o ciúme ainda queimava dentro de mim. Peguei meu celular e guardei no bolso.

Finalmente, decidi que não podia esperar mais. Abri a porta da varanda e olhei para o outro lado, para a varanda do quarto dela. Vinte e um andares abaixo, a cidade estava iluminada, mas nada disso importava. Era arriscado, perigoso, e, para ser honesto, completamente insano. Mas não me importava. Precisava vê-la, precisava sentir que ela era minha.

Com o coração batendo freneticamente, balancei os ombros para aliviar a tensão e me preparei para o salto. "Se eu cair, estou morto", pensei. "Mas foda-se." Ajustei a camisa social branca, aberta o suficiente para mostrar minhas tatuagens, e empurrei as mangas para cima até os cotovelos. Respirei fundo e pulei.

O vento passou zumbindo pelos meus ouvidos enquanto atravessava o espaço entre as duas varandas. Por um momento que pareceu uma eternidade, estava no ar, suspenso sobre o abismo. E então, meus pés tocaram o chão de cerâmica da varanda dela, escorregando um pouco antes de eu conseguir me estabilizar.

Meu coração batia como um tambor enquanto a adrenalina ainda corria pelo meu corpo. Ela estava linda, e a visão dela, tão vulnerável e desarmada, me deixou sem fôlego. Caminhei silenciosamente, meus sapatos sociais fazendo pouco barulho no piso da varanda.

Fiquei ali, parado por um segundo, ouvindo meu coração martelar nos ouvidos. Eu estava vivo. E agora estava na varanda dela.

Maitê estava lá dentro, sentada de frente para a varanda. O blazer branco que ela usava estava entreaberto, revelando um sutiã vermelho que destacava sua pele morena. Sua calcinha de renda combinava perfeitamente, e eu engoli em seco ao ver a imagem. Ela parecia uma visão, algo saído de um sonho proibido.

Ela levantou o olhar e me viu, surpresa e algo mais – talvez uma mistura de desejo e choque. Entrei na varanda e empurrei a porta de vidro, que felizmente já estava aberta. Cruzei o limiar e me aproximei dela, sentindo cada nervo do meu corpo eletrizado pela tensão.

Ela levantou o olhar, surpresa e um pouco assustada.

— Richard... — disse, sua voz trêmula.

A camisa social branca entreaberta revelava minhas tatuagens, e o cabelo bagunçado dava um toque selvagem à minha aparência. Eu sabia que a desejava mais do que nunca.

— Você achou mesmo que podia me evitar? — perguntei, a voz rouca e carregada de um tom possessivo.

Ela tentou soar firme, mas o desejo em seus olhos a traía.

— O que você está fazendo aqui? Você ficou maluco?

— Eu te avisei que não brincasse com fogo, Maitê. — respondi, aproximando-me ainda mais. — E agora, você vai pagar por me desafiar.

Caso do Acaso - RICHARD RÍOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora