Capítulo 20

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Não tinha asma e nenhum outro problema respiratório, mas naquele momento achei que poderia morrer por falta de ar. E por falta de chão.
Sem contar que meu coração acelerou, fazendo um breve passeio até minha boca.
Tinha certeza de que também estava branca feito papel.

Resumindo: esse era o efeito do Nicolas sobre mim.

- Chloe. - sua voz rouca causou contrações deliciosas abaixo da minha cintura.
Puta merda, estava excitada!

- Q-Quanto tem-p-po, Nic... É...
Nic-Nicolas.
Porque estava gaguejando? Que inferno!

Senti a mão do Gabe pousar em minha cintura, de uma forma possessiva. O gesto não passou despercebido pelo Nicolas.
- Tempo demais, não é mesmo? - ele deu ênfase nas duas primeiras palavras - Vocês estão até namorando.

Engoli em seco, retirando a mão do Gabe de minhas costas.
- A Chloe é ótima - Gabe disse, batendo de leve com seu ombro no meu - Em todos os sentidos!

Desviei os olhos do Nicolas e encarei o Gabe. O que ele estava tentando fazer?
Tossi e disse:
- Vamos embora.
- Porque não ficam e bebem um café comigo? - retornei meu olhar para o Nicolas e vi suas mãos descansarem nos bolsos da calça, daquele jeito deliciosamente sexy.
- Por que já vamos embora. - repeti.

Seu olhar parou em minha boca. Ah Nic... Não faz assim.

- Vamos acompanhar o doutor em um café sim, não é amor? - Gabe falou atrás de mim, oferecendo-me uma cadeira.
Não tive escolha senão, aceitar. Confesso que mesmo com aquele clima pesado e incômodo, queria ficar mais tempo olhando o Nicolas.
Senti tanta saudade...

Sentando-se em minha frente, sem desgrudar os olhos dos meus, Nicolas chamou o garçom.
- Uma garrafa do melhor vinho que vocês tiverem - disparei, sentando e cruzando as pernas.
O rosto do Nicolas contraiu-se em desagrado. Que se dane!
Se era pra entrar naquele teatrinho de "bons amigos" ridículo, não queria está sóbria.

O garçom retirou-se rapidamente, e climão pesou muito mais na mesa.
- Quando assumiram? - Nicolas perguntou.
- Sabe aquela noite da aposta? Já estávamos namorando...
Gabe respondeu e eu arregalei os olhos, dando um beliscão em seu antebraço.
Que porra era aquela?

A mandíbula do Nic apertou e vi seus punhos fecharem-se em baixo da mesa. Oh meu Deus, um trator deveria passar por cima de mim agora!

O garçom voltou pra mesa, trazendo a garrafa do vinho e três taças.
Nicolas recusou uma das taças, e voltou novamente seu olhar pra mim.
Dei um gole no vinho, sem desviar de seu rosto.
Eu estava cutucando a onça com vara curta, e sabia disso.

- Vocês ficam bem juntos. - disse com os longos dedos brincando em seu queixo.
Merda. Ele era lindo demais.

- Temos o que as pessoas chamam de "química".
Gabe respondeu dando um longo gole do líquido em sua taça.

- Eu não duvido - Nicolas prosseguiu - a Chloe é intensa...
- Bastante - Gabe sorriu sinicamente - Só não sobe pelas paredes, por que não tem nenhum parentesco com o homem aranha.

Engasguei e cuspi o vinho de volta na taça. Levantei abruptamente da cadeira, quase caindo por cima do Gabe, arrumei o vestido tubinho no corpo e dei um passo para o lado.
Os olhos arregalados do Nicolas, denunciava a sua fúria contida.
Maldita hora que considerei ficar aqui. Pensei.

- Preciso voltar para empresa - falei - Não trouxe meu celular e posso perder alguma ligação...
- Você não parece ser o tipo que perde ligações importantes - a voz do Nicolas era de acusação - Nem no celular e nem em casa.

Eu sou o arrepioOnde histórias criam vida. Descubra agora