Nicolas me deixou em casa, do mesmo jeito que havia ido me buscar na noite anterior: descalça, descabelada, de moletom e regata, sem calcinha, muito bem mais comida e é claro, apaixonada.
Depois que nos despedimos com um beijo, entrei no prédio, indo em direção ao elevador com um sorriso parecido com o do Coringa.
Se controle, Chloe!Chegando ao meu andar, parei em frente a porta, tocando a campanhia.
Alguns segundos depois, uma Hanna sorridente apareceu.
- Sabe o que eu percebi? - perguntou dando um passo para o lado, abrindo espaço para que eu entrasse - Se o Nicolas estivesse lá em baixo e o apartamento estivesse pegando fogo, você o dexaria incendiar.
Dei risada, entrando e fechando a porta atrás de mim.
- Acho que nem me importaria mesmo. - falei sentando no sofá.
- Nem se eu estivesse dentro do apartamento?
- Ai já é outra história.
Respondi, puxando-a para sentar-se ao meu lado.
Ela riu e sentou no sofá, com as pernas em baixo do corpo.Dei uma olhada ao redor, voltando meu olhar para Hanna.
- O John está aqui?
- Não. Mas você está com uma cara muito boa.
Mordi o lábio e segurei o riso.
- Ele disse que está apaixonado por mim.
Falei, não contendo um gritinho de felicidade.
Sinceramente, eu estava sendo patética, mas nem me importava.
- Oh meu Deus, isso é maravilhoso Chloe! Então vocês estão namorando?
Os olhos da Hanna brilharam de curiosidade.
Namorando? Ai caramba, estávamos namorando?- Eu não sei - respondi - Ele nao disse nada sobre status de relacionamento.
- Não será um status de relacionamento se ele estiver apaixonado, Chloe. Vocês se gostam, isso é claro e é lindo.Não tinha pensado nisso.
Que merda! Deveria ter perguntado o que éramos ou seríamos, sei lá.
Como definiria o que tínhamos?
Sexo sem compromisso? Fala sério, isso é clichê pra caramba!- Chloe? - Hanna chamou, estalando os dedos na frente do meu rosto.
Pisquei os olhos, e abri um sorriso, antes de mudar de assunto.
- Nunca mais conversamos sobre homens. Como está você e o John?
- Estamos bem - ela sorriu, um sorriso enorme, era contagiante - Estamos pensando em morar juntos.
Bati palmas, abraçando-a.- Isso é fantástico! Quer dizer, eu adoro que você more comigo, mas nunca te vi tão apaixonada, Hanna.
- Ele me faz tão bem, Chloe. Ele é o homem da minha vida.Pude sentir toda a emoção e paixão em sua voz. Podia entender o que a Hanna estava sentindo. Me sentia da mesma forma, ou bem próximo disso.
- O que pretende fazer agora? Quero dizer, sem a construtora pra te fazer arrancar todos os cabelos - perguntou.
- Estudar para as provas finais. Mas também preciso arrumar um jeito de tirar o Hélio da direção, sem que meu pai suspeite do que aconteceu.
- Acho meio difícil, hein? O Henry é esperto demais.
- Acho a mesma coisa, mas ele não pode saber de nada, enquanto eu não pensar em algo.
- Posso te ajudar. - falou, abrindo um sorriso cúmplice.
- Tenho a impressão de que a Léa também pode.Impressão nada. Eu tinha certeza.
- A Léa? A secretária?
- Ela estava estranha da ultima vez que nos vemos. Vez que consequentemente foi a minha saída da empresa.
- Acha que está acontecendo algo?
- Claro que acho. Mas isso não é o suficiente. Preciso ter certeza.
Hanna assentiu e mudamos de assunto outra vez, jogando conversa fora por um longo tempo.Quando dei conta do horário, o relógio marcava sete horas da noite.
Nossa! Acho que tínhamos colocado o papo de semanas, em dia... Finalmente!
Era ótimo conversar com a Hanna, ela era atenciosa e engraçada, ou seja, nunca era entediante ficar ao seu lado.- O que vamos comer? - perguntei virando o rosto para cozinha.
- Ah, nem pense em ir pro fogão. Poderíamos comer fora, comemo...Hanna deixou a palavra morrer sem terminá-la. Revirei os olhos quando percebi o que havia passado pela cabeça dela.
Comemoração pra nós, sempre acabava em bebida, e bebida para mim, sempre acabava muito mal.
Soltei a respiração e dei um sorriso, em sua direção.
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Eu sou o arrepio
RomanceChloe Sandler é universitária e futura diretora da construtora de seu pai. Após a morte de sua mãe, nove anos atrás, Chloe tem enfrentado problemas familiares que a denominaram duas coisas: "o milagre" e "a culpa". Após uma noite de comemoração, Ch...