Capítulo 32

1.8K 136 13
                                    

Ficamos no restaurante por mais de três horas!

Esvaziando inúmeras garrafas de champanhe, repetindo todos os aperitivos, planejando o casamento e a lua de mel que nem seriam meus.
E o pior de tudo, eu estava sem ele do meu lado.

Bebi a última gota em minha taça e dei um riso um pouco alto demais para o ambiente.

- Despedida de solteiro? - eu disse encarando o John com um olhar de reprovação - Nem pensar!

A Hanna se remexeu desconfortável na cadeira e forçou um sorriso. No mesmo instante o garçom se aproximou de nossa mesa e perguntou se gostaríamos de algo mais.

Olhei para o engomadinho, piscando meus cílios exageradamente.
Ele com certeza estava achando o John um bom filho da puta sortudo, por está acompanhado de duas mulheres tão bonitas.

- Não queremos nada, obrigada. Apenas a conta, por favor - Hanna o dispensou, virando-se para olhar em minha direção - Você está bem?

Minhas sobrancelhas franziram-se quando notei o tom preocupado em sua voz. Ela achava que eu estava bêbada.
Apertei os lábios para evitar uma risada e balancei a cabeça afirmando.

- Merda Chloe, - ela disse apertando as mãos uma na outra - você tem ideia de quantas taças de champanhe bebeu?

- Você estava contando? - devolvi a pergunta, dessa vez deixando escapar um simples sorriso.

- Mais de vinte! - ela me lançou um olhar furioso - Foram seis garrafas de champanhe!

Bati palmas rindo e me debrucei sobre a mesa, falando baixinho:

- Seis garrafas? Que espetáculo, Hanna!

O tom que usei fez transparecer o quanto eu estava falando enrolado.
Maldita língua traidora.

- Vamos para casa - ela disse entre dentes.
- Calma aí, nervosinha - John beijou o ombro da Hanna - Deixa a garota se divertir.
- Não John - ela virou na cadeira para encará-lo - Ela não pode.

Comecei a me sentir uma intrusa no meio daquela discussão.

- Claro que pode - John respondeu - Por favor, amor. Não se preocupe com...

- O que você disse? - Hanna o interrompeu e com os olhos arregalados, bateu com a palma da mão na mesa, chamando a atenção das poucas pessoas que ainda ocupavam o restaurante - Não peça para que eu não me preocupe. Você não conhece nada sobre a Chloe. Ela tem problemas com bebida, seu idiota!

Senti um nó apertar minha garganta e a bile subir até minha boca. Estremeci na cadeira, enquanto o silêncio preenchia o espaço.

Levantei da mesa, jogando a cadeira para trás e saí correndo para o banheiro, desviando de algumas bandejas em minha direção.
Antes de virar o estreito corredor que dava acesso aos banheiros, ouvi a Hanna gritar meu nome.

Entrei no espaço bastante iluminado, fechando a porta atrás de mim.

Olhei ao redor, notando a decoração um pouco exagerada para um banheiro.
As paredes tinham um tom de vinho, com bancadas de granito preto, combinando com as portas de madeira das cabines.
Um enorme espelho revestia a parede acima das torneiras, enquanto outro espelho na parede oposta, dava a sensação de que estava sendo observada em cada mínimo detalhe.
Duas poltronas brancas e um enorme vaso de peônias também branca, dava um toque final ao espaço.

Com certeza o banheiro era mais aconchegante que todo o restante do restaurante.

- Chloe - a voz da Hanna seguida de batidas na porta, fizeram com que eu pulasse de susto - Por favor, me desculpe.

Eu sou o arrepioOnde histórias criam vida. Descubra agora