Twenty-six Zombie

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Dirigi a noite toda, e foi muito desconfortável sentir aquela lâmina no meu braço, o sangue de Bianca e Gregory ainda estava ali, aquela pessoa assustadora ria sozinha às vezes, sua risada seca era desagradável

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Dirigi a noite toda, e foi muito desconfortável sentir aquela lâmina no meu braço, o sangue de Bianca e Gregory ainda estava ali, aquela pessoa assustadora ria sozinha às vezes, sua risada seca era desagradável. 

Tive a sensação constante, a todo momento, que na sua próxima risada, o meu corpo seria perfurado e não havia muito o quer eu pudesse fazer. Alguém como ele, conseguiu matar alguém tão forte e agressivo como Gregory, alguém fraca e magra como eu, não seria capaz, ou forte o suficiente de matar ele, muito menos sair na mão com ele.

Como de se esperar, a gasolina do carro acabou antes mesmo de chegarmos no Alabama, não havia muitos mortos no local em que estávamos, então deixei o freio de mão abaixado e empurramos o carro até o posto mais próximo.

— Se o carro quebrar... Não vamos ter como ir com ele. - falei hesitante enquanto empurrava o carro e olhava atenta ao redor.

— E você não sabe consertar, se isso acontecer? - Ele olhava fixamente para mim.

Dizer que não sabia, era arriscado. Mas falar que sei também era arriscado, porque se essa merda de carro não funcionar enquanto fuço no motor, certamente ele perceberia e iria me matar. E eu conheço muito bem o carro da minha mãe. Isso não vai demorar nada para acontecer!

— Por que não me responde, Dora? O silêncio me deixa irritado, você quer isso?

— Não! Claro que não quero... - Minha voz saiu trêmula.

— Sabe consertar, ou não?

— Eu sei mais ou menos, dependendo do problema... Mas mesmo se eu precisar mexer, às vezes algumas peças precisam ser trocadas, e então não vai ter jeito, de qualquer forma... 

Ele suspirou irritado. Continuamos caminhando em direção ao posto, a rua estava estranhamente deserta. Algumas casas e lojas ainda pegavam fogo, havia marcas de bomba no chão.

— Vamos torcer pra não quebrar...

Assenti e olhei para a minha bolsa dentro do carro, eu precisava pegar e correr o mais rápido que eu puder, ir longe o suficiente e pedir ajuda a qualquer pessoa que eu encontrasse. 

— Sim... - Vi o posto mais a frente, por incrível que pareça, o fogo não havia atingido ele. 

Havia alguns carros parados lá, apenas uma bomba de abastecimento estava livre. Vi sangue no chão todo e tripas dentro de alguns carros, a maioria deles estava com a porta aberta, como se alguém tivessem saído as pressas de lá, o que se transformou assim como aconteceu com marco.

Imaginar como cada uma daquelas pessoas morreu, me deixava arrepiada. Não houve uma noite sequer a partir do dia que a sociedade colapsou, que não tive pesadelos ou medo da morte que parecia sempre tão perto de mim, de todos os sobreviventes a partir do apocalipse.

As memórias horrendas de sangue e corpos em decomposição jamais desapareceu da minha mente, e todo esse trauma resultou em uma perda da minha humanidade e dignidade como ser humano. As pessoas se tornaram mais frias, e pareciam se acostumar em perder qualquer conhecido, a qualquer momento. Mas o medo ainda existia, como a natureza mais forte do ser humano, o medo do desconhecido e do eminente perigo, isso nunca sumiu.

T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora