Twenty-two Zombie

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Caminhamos bastante pela rua, desviando das pessoas loucas e quase sendo atropelados pelos carros desgovernados que passavam

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Caminhamos bastante pela rua, desviando das pessoas loucas e quase sendo atropelados pelos carros desgovernados que passavam. Os sons das bombas estavam cada vez mais altos e quase fiquei surda com os estrondos. Marco foi mordido no ombro por uma das pessoas loucas e Gregory o defendeu quando matou aquele homem. As facas que dei a eles, não duraram quase nada.

— Meu Deus! O que tá acontecendo com o mundo?! - Érica disse atônita e me agarrou com medo.

— E eu lá sei! - Atravessei a rua.

Olhei para as casas pegando fogo e para as lojas mais próximas, a rua estava irreconhecível. Suja de sangue, óleo e com manchas escuras das explosões. Muitas pessoas estavam caídas no chão, e os corpos fediam. Também estavam em situações terríveis. Algumas pessoas não tinham algumas partes do corpo, ossos estavam expostos, outros malucos comiam as sobras de carne ensanguentadas do chão. 

A imagem era terrível e devastadora até para aqueles como eu, que tinham o estômago forte. Bianca vomitou e Alaina tapou o nariz. Gregory nos guiou até a loja que eu disse, e fiquei arrasada vendo que o lugar onde minha mãe trabalhava, estava pegando fogo, as cinzas voavam e o fogo aquecia o meu corpo. Vi pessoas lá dentro que pegavam fogo e meu coração apertou quando pensei na possibilidade que alguma delas podia ser a minha mãe.

— Mãe! - Coloquei as mãos na cabeça.

— É essa a loja que ela trabalha?! - Bianca perguntou confusa.

Não consegui responder, olhei ao redor procurando uma forma de entrar, mas se eu fizesse isso, não conseguiria sair nunca mais de lá.

— É essa a loja!? Responde! - Érica me olhou preocupada.

Mordi o meu lábio e assenti.

— Era... - Me afastei um pouco.

— E cadê o carro dela, Ayumu!? - Gregory perguntou enquanto batia em um homem louco e sujo de sangue. - Onde que tá!?

— Não sei! Lá no estacionamento talvez...

Bianca gritou assustada e olhei ao redor com os meus olhos vazios. Estávamos cercados, aquelas pessoas mortas no chão, estavam se levantando e vindo na nossa direção.

— Droga! Você nos trouxe para o meio do caos! - Marco gritou comigo.

— Eu não tinha como saber que isso iria acontecer!

Ficamos de costas um para os outros, enquanto aquelas pessoas nos cercavam, e se aproximavam cada vez mais.

— Que droga! - Alaina gritou com a voz trêmula, pegou uma placa de Pare no chão e usou como arma para bater em uma mulher. - Por que estão fazendo isso?! - Ela gritou com eles e continuou batendo na mulher que não parava de se mexer.

— Ayumu! E agora?! - Érica me abraçou forte.

Olhei ao redor pensando em alguma coisa.

— Ayumu! Pra onde a gente vai!? Sua piranha! - Gregory falou irritado comigo.

Todos me culpavam por estarmos cercados e desolados. Olhei para longe e vi o carro da minha mãe em outro estacionamento, olhei para outra direção e apontei para uma loja.

— Vamos pra lá! - Empurrei um homem no chão e corri.

Eles me seguiram, uma mulher estranha veio na minha direção pedindo ajuda, ela estava machucada. Não pensei direito na situação e empurrei ela para dois malucos. Ela gritou com uma mordida no pescoço, o sangue esguichou na minha roupa. A minha sobrevivência era tudo o que importava...

Continuamos correndo em direção à loja, Érica continuava se agarrando no meu braço, estava incomodando e atrapalhando a minha corrida. Um cara puxou o cabelo dela e nós duas fomos para o chão.

— Érica! - Tentei fazer ela me soltar, mas não consegui, ela me segurava firme. - Me solta!

— Não! - Ela gritou assutada, lutava para sair daquela situação, mas era difícil, aquele maluco não a soltava. - Me ajuda Ayumu! - Ela desviava das mordidas daquele sujeito. - Me ajuda!

Olhei assustada para os outros, estavam longe e não teriam tempo de me ajudar. Outro homem veio, com a barriga aberta e tentou me pegar, mas chutei a perna dele e ele caiu com facilidade.

— Ayumu! Ayumu! - Ela continuava desviando daquele homem.

— Sinto muito, Érica... - Cravei as minhas unhas na mão dela e senti a pele rasgando.

Ela gritou e me xingou, o homem mordeu a cara dela. Para garantir que ela não sobreviveria para se vingar, empurrei o outro em cima dela e me levantei de pressa, voltando a correr. Os gritos dela ficaram cravados na minha memória.

— Cadê a Érica?! - Bianca perguntou assim que entrei na loja de roupas.

Alaina suspirou assustada e cobriu a boca com lágrimas nos olhos.

— Ela não conseguiu... - Abaixei a cabeça.

— Você duas estavam juntas! - Marco disse enquanto apertava o machucado, os óculos dele estavam quebrados.

— Eu sei! Mas um cara surgiu do nada e agarrou ela, não tive tempo de ajudar ela e me defender também!...

— Ei! Olha aquilo! - Gregory disse olhando pelo vidro da porta. - Tem um maluco lá fora batendo com uma barra de ferro nos doidos!

Todos nós olhamos, realmente havia alguém lá, espancando vários pedestres e pessoas malucas.

— Já vi aquele uniforme antes, é da clínica psiquiátrica! - Bianca disse com a mão sobre a boca.

— Só faltava essa, os loucos fugiram do hospício...

 Marco e Gregory, puxaram a proteção de ferro da loja, e bloquearam a visão dos que estavam lá fora. 

— Vamos evitar chamar atenção. - Marco disse e se sentou no chão, descansando.

Tudo estava calmo para nós, estávamos seguros temporariamente naquela loja. Coloquei as mãos na cintura e olhei para baixo pensando no que fiz, a minha frieza e desejo profundo pela sobrevivência me fez matar duas pessoas. O sangue de ambas estavam no meu uniforme...

— Pelo menos uma coisa boa... - Bianca disse e foi até uma arara de roupas. - Podemos pegar sem pagar.

Concordei com ela e fui pegar algumas roupas, peguei um casaco, troquei de calça no vestiário e me limpei com a água que encontrei no bebedouro. Havia sangue seco no meu rosto e eu não tinha ideia de que pessoa era. Mas tudo isso foi horrível.

No vestiário, me sentei no chão respirando fundo e chorei arrasada com tudo. Principalmente por não ter encontrado a minha mãe. E sabe-se lá, se o meu pai estava vivo também, as chances eram baixas, e encontrar ele na cidade era pior ainda. Vivo ou morto...

 Vivo ou morto

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T.W.D - 𝙎𝙩𝙖𝙮 𝘼𝙡𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora